RESUMO
JUSTIFICATIVA E OBJETIVOS:
Em pacientes com dor crônica, a insônia é relatada entre 50 e 88% deles. É fundamental reconhecer as alterações do sono para estimar suas repercussões na qualidade de vida e buscar conhecimentos que respaldem as necessárias intervenções. Este estudo buscou identificar os possíveis fatores que influenciam a qualidade do sono, bem como suas prevalências nesses pacientes.
MÉTODOS:
Amostra constituída por 68 pacientes (58 mulheres e 10 homens) com idade média de 45,3±10,3 anos, diagnóstico positivo para o vírus da imunodeficiência humana em tratamento antirretroviral e dor crônica, de uma instituição em Porto Alegre, RS. O Questionário do Índice de Qualidade de Sono de Pittsburgh foi usado para a avaliação dos componentes da escala de sono, bem como sua pontuação total. Para a classificação do tipo de dor crônica foi utilizada a escala Leeds Assessment of Neuropathic Symptoms and Signs, que diferencia dor nociceptiva e neuropática.
RESULTADOS:
Os pacientes foram classificados em sem dor, dor nociceptiva e dor neuropática. A pontuação global foi dividida em sono bom, sono ruim e distúrbio do sono, onde os pacientes sem dor representaram 8,8, 16,2 e 2,9% respectivamente. Com dor nociceptiva 4,4, 11,8 e 5,9% respectivamente. Com dor neuropática 4,4, 23,5 e 22,1% respectivamente. Os pacientes com dor neuropática apresentaram os maiores índices de sono ruim e distúrbio do sono, representando 50,0% e utilizavam mais fármacos para dormir em comparação com o grupo controle (p<0,05).
CONCLUSÃO:
Existe elevada prevalência de distúrbios do sono ou sono ruim em pacientes portadores do vírus com dor neuropática. A importância da avaliação do sono como parte essencial da avaliação clínica deve ser reconhecida e incorporada sem demora pelos profissionais de saúde.
Descritores:
Dor crônica; Enfermagem; Sono; Vírus da imunodeficiência humana