RESUMO
JUSTIFICATIVA E OBJETIVOS:
A dor é composta por múltiplas dimensões e pode afetar entre 10% e 30% das mulheres com câncer de mama. Este estudo avaliou a dor física, emocional, social e espiritual de mulheres com câncer de mama atendidas em um complexo hospitalar de referência em Pernambuco.
MÉTODOS:
Foi realizado um estudo observacional, descritivo e transversal com 43 mulheres com diagnóstico de câncer de mama e tratamento iniciado. A dor e suas dimensões foram avaliadas por meio da Escala Visual Numérica (EVN), da Edmonton Symptom Assessment Scale (ESAS-r), de parte da versão brasileira do questionário McGill (Br-MPQ), além da Escala de Bem-Estar Espiritual (SWBS) e de um questionário contemplando dados clínicos e sociodemográficos.
RESULTADOS:
A maioria (79,07%) das mulheres relatou alguma dor no momento da entrevista, com média da intensidade de dor moderada (5,28 ± 3,54). As expressões mais utilizadas para descrever a dor foram: fatigante (78,57%), nauseante (57,14%), castigante (47,62) e sufocante (42,86%). O impacto da dor na vida diária afetou os subitens: sono (67,44%), higiene pessoal (44,18%), locomoção (48,83%), apetite/alimentação (32,56%); no contexto social 55,81% das entrevistadas relataram algum grau de perda no trabalho, 67,44% em atividades de lazer, 74,91% em atividades domésticas e 9,30% aposentaram-se antecipadamente. Os escores espirituais/existenciais/religiosos foram, em sua maioria, positivos.
CONCLUSÃO:
Queixas físicas, emocionais, sociais e espirituais estiveram presentes em mulheres com câncer de mama, indicando a necessidade de abordagem precoce da dor pelos profissionais de saúde.
DESTAQUES
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Este artigo analisou os aspectos multidimensionais da dor em pacientes diagnosticados com câncer de mama.
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Todas as pacientes apresentavam queixas físicas, emocionais, sociais e espirituais.
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A maioria dos profissionais de saúde não abordava os aspectos multidimensionais da dor.