Santos Garcia et al.1010 Santos Garcia JB, Lech O, Campos Kraychete D, Rico MA, Hernández-Castro JJ, Colimon F, Guerrero C, Sempértegui Gallegos M, Lara-Solares A, Flores Cantisani JA, Amescua-Garcia C, Guillén Núñez MDR, Berenguel Cook MDR, Jreige Iskandar A, Bonilla Sierra P. The role of tramadol in pain management in Latin America: a report by the Change Pain Latin America Advisory Panel. Curr Med Res Opin. 2017;33(9):1615-21.
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74 artigos selecionados com o objetivo de discutir as principais indicações, características farmacológicas, segurança, tolerabilidade, disponibilidade e impacto no controle da dor proporcionados pelo tramadol. |
O tramadol é usado para tratar um amplo espectro de condições de dor não oncológicas (por exemplo, pós-cirúrgico, musculoesquelético, pós-traumático, neuropático, fibromialgia), bem como dor oncológica. Sua relevância ao tratar grupos de pacientes especiais (por exemplo, idosos) é reconhecida. Principais razões para a alta importância do tramadol como tratamento opção são: sua ampla eficácia, um perfil de segurança discreto e sua disponibilidade, considerando que o acesso a analgésicos fortes - principalmente fármacos controlados (opioides clássicos) - é altamente restrito em alguns países. |
García et al.1111 García CA, Santos Garcia JB, Rosario Berenguel Cook MD, Colimon F, Flores Cantisani JA, Guerrero C, Rocío Guillén Núnez MD, Hernández Castro JJ, Kraychete DC, Lara-Solares A, Lech O, Rico Pazos MA, Gallegos MS, Marcondes L P. Undertreatment of pain and low use of opioids in Latin America. Pain Manag. 2018;8(3):181-96.
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34 artigos, encontrados através de busca nas bases de dados Medline, LILACS, Scielo e EMBASE, com as palavras chaves “Latin America” e “pain”, e através de busca manual seguindo recomendações de especialistas no assunto. |
Na América Latina, o subtratamento da dor parece ser frequente e um número substancial de pacientes considera que sua dor não é adequadamente controlada. Há escassez de dados relacionados ao tratamento da dor e uso de opioides na América Latina. Muitos pacientes com dor crônica não têm acesso a um tratamento eficaz com opioides. Uma variedade de razões leva ao subtratamento da dor, incluindo ópio-ignorância e opiofobia, uso de anti-inflamatórios não esteroides (AINES) e outros analgésicos não opioides em pacientes com dor moderada a intensa, acesso limitado a cuidados de saúde e barreiras de regulamentação. |
Krawczyk et al.11 Krawczyk N, Greene MC, Zorzanelli R, Bastos FI. Rising trends of prescription opioid sales in contemporary Brazil, 2009-2015. Am J Public Health. 2018;108(5):666-8.
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Dados de farmácias registradas em todo o Brasil sobre a venda legal de opioides entre 2009 e 2015, coletados no Sistema Nacional de Gerenciamento de Produtos Controlados, da ANVISA. |
As vendas de opioides aumentaram em todo o Brasil de 1.601.043 prescrições em 2009 para 9.045.945 prescrições em 2015, correspondendo a um aumento de 465% em 6 anos. O maior aumento absoluto foi para produtos de codeína, representando mais de 98% das prescrições em ambos os anos. A oxicodona teve o maior aumento relativo, e os produtos de fentanil tiveram o menor aumento absoluto e relativo. |
Silva et al.99 da Silva Dal Pizzol T, Turmina Fontanella A, Cardoso Ferreira MB, Bertoldi AD, Bof Borges R, Serrate Mengue S. Analgesic use among the Brazilian population: results from the National Survey on Access, Use and Promotion of Rational Use of Medicines (PNAUM). PLoS One. 2019;14(3):e0214329.
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41.433 pessoas de todas as idades em regiões urbanas brasileiras. A maior parte da população era representada por mulheres entre 20 e 59 anos, com 1 a 8 anos de escolaridade. |
A maioria dos indivíduos era do sexo feminino (52,8%), com idade entre 20 e 59 anos (57,2%), com 1 a 8 anos de estudo (45,6%). A prevalência geral de uso de analgésicos foi de 22,8%. O uso de analgésicos foi significativamente maior entre mulheres, adultos e idosos (20 anos ou mais), indivíduos de alta escolaridade e entrevistados que referiram: diagnóstico de uma ou mais doenças crônicas, uso de três ou mais fármacos, com plano de saúde e com um ou mais internações para atendimento de emergência ou hospitalizações no último ano. Os analgésicos não opioides foram os agentes mais utilizados (18,5% da amostra), seguidos dos AINES (6,9%) e dos analgésicos opioides (0,5%). Os fármacos mais usados foram metamizol (37,8% de todos os analgésicos), paracetamol (25,3%) e diclofenaco (10,7%). |
Lino et al.77 Lino PA, Sohn W, Singhal A, Martins MAP, Silva MESE, Abreu MHNG. A national study on the use of opioid analgesics in dentistry. Braz Oral Res. 2019;33:e076.
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141.161 prescrições de opioides feitas por 36.929 dentistas. |
Um total de 141.161 prescrições de opioides analgésicos foram feitas por 36.929 dentistas. A frequência da prescrição de opioides era codeína associada ao paracetamol n=117.493 (83,2%), tramadol n=13.562 (9,6%), codeína e outros analgésicos não opioides n=4.308 (3,1%). |
Avelar et al.66 Avelar LPP, Castilho LS, Abreu MHNG, Vilaça EL, Resende VLS, Silva MES. A prescrição de medicação psicotrópica e o conhecimento da portaria regulatória brasileira por cirurgiões-dentistas. Cad Saúde Colet. 2019;27(3):338-44.
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Foram enviados 15.250 questionários a cirurgiões-dentistas brasileiros sobre prescrição de psicotrópicos. 969 foram respondidos. |
257 profissionais prescrevem psicotrópicos e 223 conhecem a legislação. Um preocupante percentual de profissionais que prescrevem esses fármacos não conhece o teor da Portaria 344/1998. Os analgésicos opioides são os fármacos mais prescritos. Os especialistas são os que mais prescrevem psicotrópicos, e aqueles que prescrevem ansiolíticos conhecem a legislação com maior frequência. Os cirurgiões bucomaxilofaciais e os especialistas em distúrbios da articulação temporomandibular são os que mais conhecem a legislação e prescrevem fármaco psicotrópico. A dor intensa e o medo são as duas principais razões para a prescrição. |
Krawczyk et al.88 Krawczyk N, Silva PLDN, De Boni RB, Mota J, Vasconcellos M, Bertoni N, Coutinho C, Bastos FI. Non-medical use of opioid analgesics in contemporary Brazil: Findings from the 2015 Brazilian National Household Survey on Substance Use. Glob Public Health. 2020;15(2):299-306.
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16.273 residentes no Brasil, com dados extraídos do Brazilian Household Survey on Substance Use (BHSU-3) de 2015. |
A prevalência no Brasil do uso não medicinal de analgésicos opioides ao longo da vida, no último ano e no último mês, foi respectivamente de 2,9, 1,4 e 0,6. Considerando-se os que responderam terem usado o fármaco no último ano, a prevalência foi menor entre os homens, indivíduos com idade entre 12 e 24 anos, pessoas com renda familiar mensal acima de $286,00 e desempregados. |
Barros et al.22 Barros GAM, Calonego MAM, Mendes RF, Castro RAM, Faria JFG, Trivellato SA, Cavalcante RS, Fukushima FB, Dias A. Uso de analgésicos e o risco da automedicação em amostra de população urbana: estudo transversal. Rev Bras Anestesiol. 2019;69(6):529-36.
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416 participantes de uma população urbana brasileira. 190 possuíam dor crônica, sendo a maioria mulheres. Dos portadores de dor crônica, 149 praticavam automedicação com analgésicos. 145 participantes utilizavam AINES esteroides e apenas 4 utilizavam opioides fracos. |
A automedicação com analgésicos é praticada por 78,4% dos pacientes com dor crônica. O tratamento analgésico mais comum atualmente consiste em anti-inflamatórios não esteroidais (dipirona e paracetamol). Opioides fracos são raramente usados e apenas 2,6% dos indivíduos com dor crônica estavam tomando esses analgésicos. Nenhum dos indivíduos estava tomando opioides potentes. |