RESUMO
JUSTIFICATIVA E OBJETIVOS:
A dor do parto é causada por diversas alterações fisiológicas e pode causar danos psicológicos à parturiente e seus familiares, portanto, deve ser aliviada. O objetivo deste estudo foi avaliar o conhecimento, atitude e prática de obstetras sobre métodos farmacológicos de analgesia de parto.
MÉTODOS:
Estudo transversal, com amostra de conveniência (38 obstetras que atuam em maternidades públicas). Foi aplicado um questionário estruturado sobre conhecimento, atitude e prática em relação a métodos farmacológicos sistêmicos e regionais. Magnitude de concordância avaliada pelo coeficiente Kappa.
RESULTADOS:
Observou-se conhecimento adequado nas indicações de todos os métodos (31 a 86%), contraindicações dos opioides (92%) e efeitos adversos de analgésicos simples/antiespasmódicos no feto (76%). Na atitude, concordam que os analgésicos simples/antiespasmódicos não funcionam no alívio da dor do parto (98%), mas devem estar disponíveis nas maternidades (89%), e que a analgesia peridural é eficaz (100%) e deve estar disponível (94%). Na prática, prevaleceu a indicação de analgésicos simples/antiespasmódicos e da analgesia peridural. Na maioria dos quesitos, em cada dimensão (conhecimento: K=-0,092 a 0,158; p=0,057 a 1,0 e atitude: K=-0,005 a 0,472; p=0,004 a 1,0), houve concordância mínima com a prática, excetuando analgésicos simples/antiespasmódicos (K=0,421; p=0,009) e analgesia peridural (K=0,472; p=0,004), com concordância moderada.
CONCLUSÃO:
O conhecimento foi heterogêneo. A atitude foi unânime quanto à eficácia e necessidade da analgesia peridural estar disponível, e ineficácia dos analgésicos simples e antiespasmódicos, e a prática de prescrevê-los. Houve concordância mínima entre o conhecimento e a prática, e entre a atitude e a prática, na maioria dos outros quesitos em cada uma das dimensões.
Descritores:
Analgesia; Analgesia obstétrica; Atitudes e prática em saúde; Conhecimentos; Dor do parto; Educação médica; Tratamento farmacológico