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BrJP, Volume: 5, Número: 3, Publicado: 2022
  • Luta e fuga: quanto tempo vamos perder este jogo de xadrez? Dor e sistema nervoso autônomo Editorial

  • A SBED e a Declaração de Lima de 2022: garantia de atenção a crianças e adolescentes com dor e às suas famílias Editorial

    Oliveira Júnior, José Oswaldo de
  • Possíveis repercussões da pandemia da COVID-19 em mulheres com fibromialgia: estudo longitudinal Artigo Original

    Melo, Géssika Araújo de; Madruga, Marcela Laís Lima Holmes; Oliveira, Maria Beatriz Ribeiro de; Torro, Nelson

    Resumo em Português:

    DESTAQUES Indivíduos com fibromialgia experimentaram o impacto do isolamento social. Doenças crônicas estão associadas com maiores níveis de estresse psicológico. A pandemia da COVID-19 pode repercutir nos níveis de dor e ansiedade.

    Resumo em Inglês:

    HIGHLIGHTS Individuals with fibromyalgia experienced the impact of social isolation. Chronic diseases are associated with higher levels of psychological stress. The COVID-19 pandemic may have repercussions on pain and anxiety levels.
  • Dor musculoesquelética, multimorbidade e fatores associados em indivíduos acompanhados por serviço de fisioterapia: estudo observacional de corte transversal Artigo Original

    Ferreira, Ana Francisca; Escarcina, Jesús Enrique Patiño; Luz, Dryele Teles C.; Souza, Ruan Barbosa; Martins Netto, Eduardo

    Resumo em Português:

    Destaques Quase todos os pacientes apresentaram multimorbidade e relataram uma mediana de 7 regiões dolorosas O alto número de regiões dolorosas teve alta interferência na vida das pessoas Dois terços dos pacientes relataram dor intensa e duração mediana de 7,5 anos.

    Resumo em Inglês:

    Highlights Almost all patients had multimorbidity and described a median of 7 painful regions The high number of painful regions had high interference in the lives of individuals Two-thirds of the patients described severe pain, and median duration of 7.5 years.
  • Efeito da terapia por fotobiomodulação (660 nm e 830 nm) no comportamento da dor e edema induzidos por carragenina em camundongos Artigo Original

    Marcolino, Alexandre Marcio; Hendler, Ketlyn Germann; Barbosa, Rafael Inacio; Neves, Lais Mara Siqueira das; Kuriki, Heloyse Uliam; Dutra, Rafael Cypriano

    Resumo em Português:

    Destaques O presente estudo demonstrou que a PBM foi eficaz minimizando a dor e o edema no processo inflamatório agudo em um modelo experimental. O comprimento de onda 830 nm (energia de 5,88 J) foi mais eficaz na melhora do edema no processo inflamatório agudo em um modelo experimental. Na análise da dor, a energia de 2,94 J foi mais eficaz independente do comprimento de onda utilizado no processo inflamatório agudo em um modelo experimental.

    Resumo em Inglês:

    Highlights The present study demonstrated that PBM was effective in minimizing pain and edema in the acute inflammatory process in an experimental model. The 830 nm wavelength (5.88 J energy) was more effective in improving edema in the acute inflammatory process in an experimental model. In pain analysis, the energy of 2.94 J was more effective regardless of the wavelength used in the acute inflammatory process in an experimental model.
  • Incapacidade funcional de membro superior e intensidade de dor em atletas de voleibol do sexo feminino: estudo transversal Artigo Original

    Miranda, Érika Camila Oliveira; Ramos, Isabela Almeida; D’Oliveira, Geórgia Danila Fernandes; Gomes, Erika Baptista; Leite, Claudia Dias

    Resumo em Português:

    RESUMO JUSTIFICATIVA E OBJETIVOS: No voleibol, a alta exigência da articulação do ombro torna-o suscetível a lesões devido à repetição dos gestos esportivos. A presença de dor no ombro pode gerar incapacidade para executar os movimentos corretamente, ocasionando redução do desempenho esportivo. O estudo teve como objetivo avaliar e correlacionar a presença de dor e incapacidade funcional de membro superior em atletas de voleibol. METODOS: Estudo transversal, descritivo, desenvolvido com 30 mulheres atletas de voleibol de quadra. A incapacidade funcional foi avaliada por meio do Disabilities of the Arm, Shoulder and Hand Questionnaire (DASH) e a intensidade de dor pela Escala Visual Numérica (EVN) de 10 pontos. A pesquisa foi conduzida no formato on-line. Utilizou-se o programa estatístico IBM SPSS 21.0 para Windows, pelo qual foram realizadas as medidas descritivas, o teste de Wilcoxon e a correlação de Spearman adotando p≤0,05. RESULTADOS: Dezenove atletas relataram dor leve a moderada para realizar as atividades diárias, e 21 atletas para realizar os gestos esportivos, sendo a dor significativamente mais intensa no ombro dominante em movimentos para ataque (p<0,001), saque (p<0,001) e bloqueio (p=0,03). As atletas não apresentaram limitação funcional no DASH geral, mas no DASH esporte as opostas, ponteiras e centrais foram classificadas com limitação leve. Houve correlação forte entre DASH e dor no dia a dia (rs=0,79; p<0,001) e correlação moderada entre DASH esporte e dor no ombro dominante no ataque (rs=0,67; p<0,001) e no saque (rs=0,60; p<0,001). CONCLUSAO: Atletas avaliadas apresentaram dor no ombro, maior incapacidade funcional na atividade esportiva, e dor e incapacidade funcional estavam positivamente correlacionadas. DESTAQUES Movimentos aéreos como saque e ataque contribuem para a dor no ombro em jogadores de voleibol; A incapacidade funcional dos membros superiores correlaciona-se positivamente com a intensidade da dor para a realização de atividades cotidianas e esportivas; O diagnóstico cinético-funcional é importante para minimizar o risco de lesão, reabilitar atletas lesionados e proporcionar um retorno adequado do atleta à prática esportiva.

    Resumo em Inglês:

    ABSTRACT BACKGROUND AND OBJECTIVES: In volleyball, the high demand for shoulder sports makes it susceptible to injuries due to the repetition of sporting gestures. The presence of pain in the shoulder can lead to the disability to perform movements correctly, resulting in reduced sports performance. The study aimed to evaluate and correlate the presence of pain and functional disability of the upper extremity in volleyball athletes. METHODS: Cross-sectional descriptive study, developed with 30 female volleyball athletes. Functional disability was assessed using the Disabilities of the Arm, Shoulder, and Hand Questionnaire (DASH) and pain intensity using the Visual Numeric Scale (VNS). The study was conducted in an online format. The IBM SPSS 21.0 statistical package for Windows was used, where descriptive measures, Wilcoxon, and Spearman correlation tests were performed, adopting p≤0.05. RESULTS: Nineteen athletes reported mild to moderate pain to perform daily activities, and 21 athletes reported pain to perform sporting gestures, with pain being significantly more intense in the dominant shoulder in the spike movement (p<0.001), serve (p<0.001), and blocking (p=0.03). Athletes did not present functional limitations in the DASH, but the opposite, outside hitter, and middle blocker, presented mild limitations in the DASH sport. There was a strong correlation between DASH and day-to-day pain (rs=0.79; p<0.001) and a moderate correlation between sports DASH and pain in the dominant shoulder in the spike (rs=0.67; p<0.001) and in the serve (rs=0.60; p<0.001) movements. CONCLUSION: Evaluated athletes presented shoulder pain, higher functional disability to performer the sports activity, and pain and functional disability were positively correlated HIGHLIGHTS Overhead movements such as serve and spike contribute to shoulder pain in volleyball players; The functional disability of the upper limbs is positively correlated with the intensity of pain to perform daily activities and sports; The kinetic-functional diagnosis is important to minimize the risk of injury, rehabilitate injured athletes and provide an adequate return of the athlete to sports practice.
  • Autoeficácia para dor e atividade física durante o distanciamento social relacionado à COVID-19: estudo transversal Artigo Original

    Santos-Júnior, Francisco Fleury Uchoa; Rodrigues, Isabela de Paula; Alaiti, Rafael Krasic; Oliveira, Anamaria Siriani de

    Resumo em Português:

    DESTAQUES Maior autoeficácia para o gerenciamento da dor foi associada com maior tempo de atividade física praticada durante a pandemia. Maior tempo de prática de atividade física também foi associado com menor intensidade de dor durante a pandemia. Histórico de diagnóstico positivo para COVID-19 não apresentou associação com tempo de atividade física durante a pandemia.

    Resumo em Inglês:

    HIGHLIGHTS Greater self-efficacy for pain management was associated with more time of physical activities during the pandemic. More time of physical activities was also associated with lower pain intensity during the pandemic. History of positive diagnosis for COVID-19 did not show association with time of physical activity during the pandemic.
  • Pessoas com amputação e relato de dor musculoesquelética apresentam redução da atividade elétrica das ondas cerebrais Alpha: estudo transversal Artigo Original

    Aguiar, Débora Pinheiro; Nascimento Filho, Paulo Cezar do; Moreira, Amanda Guerra; Alves, Gabriella Coelho Vieira de Melo; Hotta, Gisele Harumi; Santos-Júnior, Francisco Fleury Uchoa

    Resumo em Português:

    RESUMO JUSTIFICATIVA E OBJETIVOS: A amputação acarreta quadros clínicos associados, como a dor musculoesquelética (DME), que causa sofrimento e interfere na vida do paciente. Por isso, o desenvolvimento de métodos diagnósticos para mensurar essas alterações são incentivados, como a eletroencefalografia quantitativa (EEGq). O objetivo deste estudo foi comparar o padrão eletroencefalográfico das ondas cerebrais Alpha (8-12 Hz) em pessoas com amputação com DME não relacionada à dor no membro fantasma e sem DME. MÉTODOS: Estudo realizado entre janeiro e fevereiro de 2022, com 20 pessoas com amputação divididas igualmente em dois grupos (Grupo Controle e Grupo com relato de DME não relacionada ao segmento amputado). Avaliou-se intensidade e interferência da dor (Inventário Breve de Dor), presença de sinais e sintomas de sensibilização central (SC) (Inventário de SC) e a EEGq (avaliados com olhos abertos) com análise espectral para medir a amplitude da onda Alpha, standardized Low Resolution brain electromagnetic Tomography (sLORETA) para identificar o local de geração diferencial da referida onda e Phase-Amplitude Coupling (PAC) para identificar sua interação com ondas rápidas. RESULTADOS: As pessoas com amputação e relato de DME apresentaram baixa gravidade e interferência de dor. Não se identificou diferença entre os indivíduos em relação a presença de sinais e sintomas associados à SC. Quanto à atividade elétrica, o Grupo Dor apresentou menor amplitude da onda Alpha em relação ao Grupo Controle (p=0,01), especificamente na região parieto-occipital. CONCLUSÃO: Pessoas com amputação e relato de DME não relacionada ao membro fantasma apresentaram atividade elétrica (ativação) reduzida da onda cerebral Alpha no córtex sensorial.

    Resumo em Inglês:

    ABSTRACT BACKGROUND AND OBJECTIVES: Amputation causes associated clinical conditions, such as musculoskeletal pain (MSP), which causes sufering and interferes in the patient’s life. Therefore, the development of diagnostic methods to measure these changes are encouraged, such as quantitative electroencephalography (qEEG). The aim of the study was to compare the electroencephalographic pattern of Alpha brain waves (8-12 Hz) in individuals with amputation with MSP unrelated to phantom limb pain and without MSP. METHODS: Study conducted between January and February 2022, with 20 people with amputations divided equally into two groups (Control Group and with MSP report not related to the amputated segment). Pain intensity and interference were evaluated (Brief Pain Inventory), as well as the presence of central sensitization (CS) signs and symptoms (CS inventory) and qEEG (assessed with eyes open) with spectral analysis to measure the amplitude of the Alpha wave, standardized Low Resolution brain electromagnetic Tomography (sLORETA) to identify the differential generation site of said wave and Phase-Amplitude Coupling (PAC) to identify its interaction with fast waves. RESULTS: People with amputation and MSP reported mild pain severity and interference. No diference was identifed between individuals regarding the presence of signs and symptoms associated with CS. Regarding electrical activity, the Pain Group had lower Alpha wave amplitude compared to the Control Group (p=0.01), specifically in the parieto-occipital region. CONCLUSION: People with amputation and reported MSP unrelated to the phantom limb had reduced electrical activity (activation) of the Alpha brain wave in the sensory cortex.
  • Artralgia crônica por Chikungunya reduz funcionalidade, qualidade de vida e performance ocupacional: estudo descritivo transversal Artigo Original

    Cavalcante, Antonio Felipe Lopes; Okano, Alexandre Hideki; Micussi, Maria Tereza; Souza, Clécio Gabriel de; Passos, João Octávio Sales; Morya, Edgard; Freitas, Rodrigo Pegado de Abreu

    Resumo em Português:

    RESUMO JUSTIFICATIVA E OBJETIVOS: A poliartralgia crônica do vírus Chikungunya (CHIKV) deteriora a funcionalidade e a produtividade do trabalho. O objetivo deste estudo foi avaliar funcionalidade, dor, qualidade de vida e sono de indivíduos com artralgia crônica por CHIKV correlacionada com sintomas clínicos, produtividade do trabalho e comprometimento das atividades. MÉTODOS: Trata-se de um estudo transversal descritivo com 61 pacientes crônicos de artralgia da CHIKV. A intensidade e a interferência da dor foram medidas usando a Escala Analógica Visual (EAV) e o Brief Pain Inventory Short Form (BPI), respectivamente. A qualidade de vida e o sono foram avaliados usando o Short Form 36 Health Survey (SF-36) e o Pittsburgh Sleep Quality Index (PSQI), respectivamente. O questionário Work Productivity and Activity Impairment (WPAI) foi usado para avaliar os efeitos dos sintomas gerais da saúde no trabalho. RESULTADOS: Foi observado um nível de funcionalidade baixo em 39,4% e moderado em 55,7% da amostra. Nível de dor moderada (5,57 ± 2,25), má qualidade do sono (47,54%) e distúrbios do sono (42,63%) também foram observados. O teste de Pearson apresentou correlação significativa entre absenteísmo e presenteísmo com as pontuações de Health Assessment Questionnaire (HAQ) (p = 0,03; r = 0,39 e p = 0,01; r = 0,43 respectivamente), interferência do BPI (p = 0,02; r = 0,41 e p = 0,001; r = 0,58 respectivamente) e score físico do SF-36 (p = 0,007; r = -0,49 e p = 0,01; r = 0,58, respectivamente). O comprometimento da atividade mostrou uma correlação significativa com o HAQ (p = 0,01; r = 0,44), interferência do BPI (p = 0,006; r = 0,5), pontuação física do SF-36 (p = 0,01; r = -0,6) e pontuação total do SF-36 (p = 0,01; r = -0,44). A perda geral de produtividade no trabalho correlacionou-se apenas com a interferência do BPI (p = 0,04; r = 0,37). CONCLUSÃO: Esses resultados sugerem que a artralgia crônica da CHIKV apresenta dor moderada bilateral em grandes articulações com impacto nas atividades de vida diária, produtividade no trabalho e atividade funcional. DESTAQUES A Chikungunya crônica reduz a funcionalidade e causa dor moderada e má qualidade do sono. Os sintomas clínicos afetam atividades de vida diária, a produtividade no trabalho e comprometimento de atividades. Funcionalidade, dor e sono estão correlacionados com o desempenho profissional.

    Resumo em Inglês:

    ABSTRACT BACKGROUND AND OBJECTIVES: Chikungunya virus (CHIKV) chronic polyarthralgia deteriorates general functionality and work productivity. The objective of this study was to evaluate functionality, pain, quality of life, and sleep quality of individuals with chronic CHIKV arthralgia and correlate them with clinical symptoms, work productivity, and activity impairment. METHODS: This is a descriptive cross-sectional study with 61 chronic CHIKV arthralgia patients. Functionality was assessed using the Health Assessment Questionnaire (HAQ). Pain intensity and interference were measured by using the Visual Analog Scale (VAS) and the Brief Pain Inventory Short Form (BPI), respectively. Quality of life and sleep were evaluated using the Short Form 36 Health Survey (SF-36) and the Pittsburgh Sleep Quality Index (PSQI), respectively. Work Productivity and Activity Impairment (WPAI) questionnaire was used to assess the effects of health in general symptoms on work. RESULTS: Low and moderate level of function was present in 39.4% and 55.7% of the sample, respectively. Moderate pain (5.57 ± 2.25), poor sleep quality (47.54%), and sleep disturbances (42.63%) were also observed. Pearson correlations showed significant correlation between absenteeism and presenteeism with HAQ scores (p = 0.03; r = 0.39 and p = 0.01; r = 0.43, respectively), BPI interference (p = 0.02; r = 0.41 and p = 0.001; r = 0.58, respectively) and SF-36 physical score (p = 0.007; r = -0.49 and p = 0.01; r = 0.58, respectively). Activity impairment showed a significant correlation with HAQ (p = 0.01; r = 0.44), BPI interference (p = 0.006; r = 0.5), SF-36 physical score (p = 0.01; r = -0.6) and SF-36 total score (p = 0.01; r = -0.44). Overall work productivity loss only correlated with BPI interference (p = 0.04; r = 0.37). CONCLUSION: These results suggest that CHIKV chronic arthralgia showed bilateral moderate pain in large joints that impacts activities of daily life, work productivity, and functional activity. HIGHLIGHTS Chronic chikungunya reduces functionality and causes moderate pain and poor sleep quality Clinical symptoms impact daily living activity, work productivity, and activity impairment. Functionality, pain, and sleep correlate with occupational performance.
  • A estimulação elétrica do córtex insular posterior induz antinocicepção opioide e canabinoide dependente e regula células da glia na medula espinal Artigo Original

    Gonçalves, Elizamara Santos; Matielo, Heloísa Alonso; Teixeira, Manoel Jacobsen; Andrade, Daniel Ciampi de; Hamani, Clement; Dale, Camila Squarzoni

    Resumo em Português:

    RESUMO JUSTIFICATIVA E OBJETIVOS: Metade dos pacientes com dor neuropática são refratários aos tratamentos. A estimulação elétrica do córtex insular (EECI) posterior modula circuitos sensoriais e nociceptivos. Assim, este estudo avaliou os efeitos de uma faixa de frequências de EECI como tratamento em modelo animal de dor neuropática. MÉTODOS: Ratos machos, Sprague Dawley, 280-340 g, submetidos a cirurgia para indução de constrição crônica (ICC) do nervo isquiático direito, foram avaliados em relação à sensibilidade mecânica com a utilização do teste de pressão de pata e de flamentos de von Frey, e sensibilidade térmica usando o teste de placa quente. Os ratos foram submetidos a EECI de 10, 60 ou 100 Hz (uma, cinco ou sete EECI, 15 min, 210 µs, 1V), aplicada ao córtex insular posterior esquerdo, e avaliados nos testes antes e após EECI, ou em follow up de 48, 72 e 168 horas. Por meio do teste de campo aberto, avaliou-se a atividade geral após a EECI5. O envolvimento de receptores opioides e canabinoides foi avaliado por meio da administração de naloxona e SR141716A - antagonista e agonista/antagonista inverso dos receptores, respectivamente - após a EECI 5, enquanto a ativação de astrócitos - marcada por proteína ácida fibrilar glial (GFAP), e de micróglia - marcada por IBA-1 - na medula espinal foi avaliada por imuno-histoquímica. RESULTADOS: Os dados mostraram que EECI em 10, 60 e 100 Hz modulam a sensibilidade mecânica e térmica dos animais. A EECI 5 aumentou a imunorreatividade de GFAP na medula espinhal, sem alterar IBA-1 (marcador glial). Naloxona e SR141716A reverteram a antinocicepção produzida por EECI 5 de 60 Hz. EECI 7 de 60 Hz induziu antinocicepção por até 72 horas. CONCLUSÃO: A EECI 60 Hz produz antinocicepção dependente de opioides e canabinoides e regula a glia. DESTAQUES A EECI de 60 Hz foi o melhor protocolo analgésico para nossa estimulação insular. Os dados mostram um efeito analgésico prolongado de até 72h após repetidas EECI. A EECI regula a ativação da glia no sistema modulatório da dor.

    Resumo em Inglês:

    ABSTRACT BACKGROUND AND OBJECTIVES: Half of neuropathic pain patients still end up failing clinical treatments. Electrical stimulation of the posterior insular cortex (ESI) modulates sensory and nociceptive circuits. This study evaluated the effects of a range of frequencies of ESI proposed to improve neuropathic pain. METHODS: Male Sprague Dawley rats, 280-340 g, submitted to the chronic constriction of the right sciatic nerve were tested for mechanical sensitivity using the paw pressure and von Frey flaments tests, and for thermal sensitivity using the hot plate test. The rats were submitted to ESI 10, 60 or 100 Hz (one, five or seven ESI, 15 min, 210 µs, 1V), applied to the posterior insular cortex, and were evaluated in the tests before and after ESI, or in follow-up of 48, 72 and 168h. The open field evaluated general activity after ESI 5. The involvment of opioid and cannabinoid testes were evaluated through treatment with naloxone and SR1416A - antagonist and inverse agonist/antagonist of the receptors, respectively, after ESI 5, while activation of astrocytes, marked by glial fibrillary acid protein (GFAP), and of microglia, marked by IBA-1 (glial marker), in the spinal cord evaluated by immunohistochemistry. RESULTS: Data demonstrate that 10, 60, and 100 Hz ESIs modulate mechanical and thermal sensitivity. ESI 5 increased immunoreactivity of GFAP in the spinal cord, without altering IBA-1 (glial marker). Naloxone and SR141716A reversed the antinociception of 60 Hz ESI 5. 60 Hz ESI 7 induced antinociception up to 72h. CONCLUSION: 60 Hz ESI induces opioid and cannabinoid-dependent antinociception and regulates glia. HIGHLIGHTS 60 Hz-delivered ESI was the best analgesic protocol for the insular stimulation. Data showed a prolonged analgesic effect up to 72h after repetitive ESI. ESI regulates glia activation in pain modulatory system.
  • Exercícios físicos no controle de dor ou fadiga associadas às infecções virais: revisão sistemática Artigo De Revisão

    Rios, Mônica Andrade; Goes, Bruno Teixeira; Baptista, Abrahão Fontes; Oliveira, Leonardo Santana Ramos de; Sá, Katia Nunes

    Resumo em Português:

    RESUMO JUSTIFICATIVA E OBJETIVOS: Indivíduos após infecções virais permanecem com sintomas persistentes, como a dor e a fadiga. Exercícios físicos têm sido descritos como alternativa promissora para o controle desses sintomas, porém não há revisões sistemáticas que verifquem a eficácia dessa terapêutica e que avaliem a qualidade destes estudos. O objetivo deste estudo foi investigar o efeito de exercícios físicos na dor ou fadiga associados a infecções virais. MÉTODOS: Revisão sistemática registrada na PROSPERO (CRD42021265174). A coleta de dados foi realizada entre julho de 2021 a janeiro de 2022. Foram incluídos ensaios clínicos randomizados que abordaram a prática de exercícios, em indivíduos com idade superior a 18 anos, com diagnóstico de infecção viral associada à presença de dor ou fadiga por mais de três meses. A busca foi realizada nas bases de dados Pubmed, EMBASE, LILACS e Scielo e, a seleção por pares foi realizada no software (rayyan.ai); a análise de risco de viés foi avaliada através da ferramenta Cochrane risk-of-bias tool for randomized trials 2; a certeza da evidência por meio da GRADE; e para a construção da meta-análise, o software Review Manager. RESULTADOS: Foram selecionados 11 ensaios clínicos nas populações com Vírus da Imunodeficiência Adquirida (HIV), Virus Linfotrópico da Célula T Humana (HTLV), Chikungunya e Poliomielite. Tanto para dor quanto para a fadiga, a conjunção de exercícios aeróbicos com treino resistido, com duração de 40 a 60 minutos, de duas a três vezes por semana, foram eficazes e seguros. A qualidade metodológica dos estudos demonstrou em seis estudos alto risco de viés, devido aos domínios: viés devido a desvios das intervenções pretendidas, viés devido à falta de dados de resultado e viés na seleção do resultado relatado; classificado como algumas preocupações em um estudo devido o domínio viés devido a desvios das intervenções pretendidas; e os demais foram avaliados como baixo risco de viés. Na meta-análise foi demonstrado resultado a favor do grupo intervenção sobre a intensidade da dor nos estudos para Chikungunya e em um estudo para HTLV, o que aponta para efeito positivo a favor dos grupos ativos. CONCLUSÃO: Os exercícios físicos no tratamento da fadiga apresentam evidências muito baixas, enquanto para o desfecho dor os exercícios resistidos apresentam moderada evidência. São recursos de baixo risco e custo, com efeitos promissores, que devem ser melhor testados em pessoas após infecções virais. DESTAQUES O treinamento aeróbico combinado com o treinamento de resistência mostra resultados promissores para reduzir a dor e a fadiga nesta população após a infecção viral. O Pilates é um método que reduz significativamente a intensidade da dor após infecções por HTLV-1 e Chikungunya. O exercício pode beneficiar pessoas com sintomas persistentes de dor e fadiga após infecções

    Resumo em Inglês:

    ABSTRACT BACKGROUND AND OBJECTIVES: Individuals after viral infections remain with persistent symptoms such as pain and fatigue. Physical exercises have been described as a promising alternative for the control of these symptoms, but there are no systematic reviews that verify the effectiveness of this therapy and that assess the quality of these studies. The aim of this study was to investigate the effect of physical exercise on pain or fatigue associated with viral infections. METHODS: Systematic review registered with PROSPERO (CRD42021265174). Data collection was carried out between July 2021 and January 2022. Randomized clinical trials that addressed the practice of exercises, in individuals over 18 years of age, diagnosed with viral infection associated with the presence of pain or fatigue for more than 3 months were included. The search was carried out in the Pubmed, EMBASE, LILACS and Scielo databases, and the paired selection was carried out in the software (rayyan.ai); risk of bias analysis was assessed using the Cochrane risk-of-bias tool for randomized trials 2; certainty of evidence through GRADE; and for the construction of the meta-analysis, the Review Manager software. RESULTS: Eleven clinical trials were selected in populations with acquired immunodeficiency virus (HIV), human T-cell lymphotropic virus (HTLV), chikungunya and poliomyelitis. For both pain and fatigue, the combination of aerobic exercise with resistance training, lasting 40 to 60 minutes, two to three times a week, was effective and safe. The methodological quality of the studies showed a high risk of bias in six studies due to the following domains: bias due to deviations from the intended interventions, bias due to lack of outcome data and bias in the selection of the reported outcome; rated as some concerns in one study due to the domain bias due to deviations from intended interventions; and the others were assessed as low risk of bias. The meta-analysis showed a result in favor of the intervention group on pain intensity in the studies for Chikungunya and in a study for HTLV, which points to a positive effect in favor of the active groups. CONCLUSION: Exercises for the treatment of fatigue have very low evidence, while resistance exercises have moderate evidence for pain outcome. These are low-risk, low-cost resources with promising effects that should be better tested in people after viral infections.
  • Caracterização da dor em pacientes hospitalizados: revisão narrativa Artigo De Revisão

    Lobo, Bárbara Bernardes; Alcântara, Erikson Custódio

    Resumo em Português:

    RESUMO JUSTIFICATIVA E OBJETIVOS: A dor pode ser infuenciada pelo período de internação hospitalar, acarretando diferentes prejuízos ao paciente. Os profissionais devem coletar e registrar adequadamente esse dado para tratar a dor. O objetivo deste estudo foi investigar as diferentes características da dor em pacientes hospitalizados. MÉTODOS: Foi realizada uma revisão sistematizada nas bases de dados Medline, LILACS e Pubmed, com base nos descritores “dor” AND “pacientes” AND “internados” com seus respectivos termos em inglês até outubro de 2020. Encontrou-se, no total, 2.085 artigos, dos quais 2.064 passaram por criteriosa avaliação e 20 foram selecionados para compor esta revisão com base nos critérios de inclusão e exclusão delineados. RESULTADOS: A dor é mais comum e mais intensa em alas de pós-operatórios (90,8%) e de cuidados paliativos, sobretudo, é frequentemente relatada por mulheres jovens. Tem duração superior a três meses em muitos pacientes e interfere nas atividades de vida diária. Uma adequada analgesia representa grande importância nesse cenário. Os instrumentos unidimensionais são mais utilizados para avaliar a dor em hospitais. Chama atenção a ausência ou omissão de terapias não farmacológicas para o manejo da dor, a qual pode ser considerada uma alternativa segura sem aumentar o uso de fármacos. CONCLUSÃO: A dor se mostrou muito presente e intensa em pacientes hospitalizados, demonstrando haver falha nos protocolos hospitalares de analgesia em todo o mundo. Por sobrecarga de trabalho dos profissionais, a dor ainda é subavaliada. DESTAQUES No ambiente hospitalar, a dor ainda não recebe a devida atenção. Há falhas nos quesitos de avaliação sistematizada, apropriada e confança dos profissionais nos relados dos pacientes, sobretudo o registro nos prontuários e tratamento analgésico adequado. A dor está muito presente nos pacientes internados, independentemente do motivo da hospitalização e, com isso, limita a qualidade de vida e as atividades diárias, além de causar alterações biopsicossociais. Recomenda-se fortemente a capacitação para equipe interprofissional dos hospitais para melhorar o manejo da dor nesse cenário.

    Resumo em Inglês:

    ABSTRACT BACKGROUND AND OBJECTIVES: Pain can be influenced by the period of hospital stay, causing different losses to the patient. Professionals must properly collect and record this data to treat pain. The aim of this study was to investigate the different characteristics of pain in hospitalized patients. METHODS: A systematic review was carried out in the Medline, LILACS and Pubmed databases, based on the descriptors “pain” AND “patients” AND “hospitalized” with their respective terms in Portuguese until October 2020. A total of 2,085 articles were found, of which 2,064 underwent careful evaluation and 20 were selected to compose this review based on the inclusion and exclusion criteria outlined. RESULTS: Pain is more common and more severe in postoperative (90.8%) and palliative care wards, above all, it is frequently reported by young women. It lasts for more than three months in many patients and interferes with activities of daily living. Adequate analgesia is of great importance in this scenario. One-dimensional instruments are most commonly used to assess pain in hospitals. Attention is drawn to the absence or omission of non-pharmacological therapies for pain management, which can be considered a safe alternative without increasing the use of drugs. CONCLUSION: Pain is very present and severe in hospitalized patients, demonstrating a failure in hospital analgesia protocols worldwide. Due to the work overload of professionals, pain is still under-evaluated. HIGHLIGHTS Pain still does not receive the proper attention in the hospital environment. There are failures in the requisites of systematized, appropriate assessment and the professionals’ trust in the patients’ reports, especially the record in medical charts and adequate analgesic treatment. Pain is very present in hospitalized patients, regardless of the cause for hospitalization and, as a result, it limits the quality of life and daily activities, besides resulting in biopsychosocial changes. Training for interprofessional hospital staf is strongly recommended to improve pain management in this scenario.
  • Método Pilates para dor em pacientes com lombalgia: revisão sistemática Artigo De Revisão

    Cordeiro, André Luiz Lisboa; Oliveira, Ana Paula Silva; Cerqueira, Natale Sena; Santos, Fernanda Aparecida Ferreira; Oliveira, Alberto Manoel Sarkis

    Resumo em Português:

    RESUMO JUSTIFICATIVA E OBJETIVOS: A fraqueza dos extensores de tronco é uma das principais causas no desenvolvimento de lombalgia em grande parte da população. A dor lombar é uma condição incapacitante e, devido à dor, muitas pessoas têm dificuldade para realizar as atividades de vida diária. Assim, o Pilates passa a ser um dos métodos de escolha para tratamento de pacientes com lombalgia, pois traz exercícios de fortalecimento muscular que promovem estabilização da coluna vertebral. O objetivo deste estudo foi analisar o impacto do método Pilates na dor de pacientes com lombalgia crônica. METODOS: Trata-se de uma revisão sistemática com busca de estudos nas bases de dados Scielo, OVID, Lilacs, Pubmed e PEDro incluindo ensaios clínicos randomizados que abordaram o método Pilates em pacientes com lombalgia crônica inespecífica. Os descritores de busca utilizados foram low back pain, Pilates method, exercise movement techniques, somados aos operadores booleanos: “e” e “ou”. O risco de viés dos estudos foi avaliado de acordo com os critérios da escala PEDro. RESULTADOS: Dos 8 estudos selecionados, todos obtiveram resultados positivos na redução da dor lombar, cada um utilizando um protocolo diferente associado ao tratamento de fisioterapia. Dos oito estudos considerados elegíveis, apenas sete foram incluídos na meta-análise. Para a meta-análise desta comparação, foi utilizado um modelo randomizado (I2=92%, df=6, p=0,01), no qual houve uma diferença estatisticamente significativa entre os grupos Pilates e grupo controle (95% CI -1,79, -0,19). CONCLUSÃO: Foi possível concluir que o método Pilates foi eficaz no tratamento de dores lombares. DESTAQUES O estudo reforça a importância do método Pilates para pacientes com dor lombar, concentrando-se na redução da dor, mas com um impacto na funcionalidade e qualidade de vida. O papel do Pilates como parte integrante de um protocolo de tratamento também é reforçado, não sendo a única ferramenta para o tratamento fisioterápico. A aplicação do método Pilates deve começar com exercícios de dificuldade leve a moderada e, após o ganho funcional, progredir para alta complexidade.

    Resumo em Inglês:

    ABSTRACT BACKGROUND AND OBJECTIVES: The weakness of the trunk extensors is one of the main causes in the development of low back pain in a large part of the population. Low back pain is a disabling condition and due to the pain many people have difficulty performing activities of daily life. Thus, Pilates becomes one of the methods of choice in the treatment of low back pain because it brings muscle strengthening exercises that positively impact the stabilization of the spine. The objective of this study was to review the impact of the Pilates method on pain in patients with low back pain. METHODS: This is a systematic review, with search for data in the Scielo, OVID, Lilacs, Pubmed and PEDro databases, which included randomized clinical trials that addressed the Pilates method in patients with low back pain. The following search descriptors were used: low back pain, Pilates method, exercise movement techniques. The Boolean operators were: “and” and “or”. RESULTS: Of the 8 selected studies, all obtained positive results in the reduction of low back pain, each using a different protocol associated with physical therapy treatment. Of the eight studies considered eligible, only seven were included. For the study of this comparison, a random model was used (I2=92%, df=6, p=0.01), in which there was a statistically significant diference between the Pilates and control groups (95% CI -1.79, -0.19). CONCLUSION: It was possible to conclude that the Pilates method he was effective in the treatment of low back pain. HIGHLIGHTS The study reinforces the importance of the Pilates method for patients with low back pain, focusing on pain reduction, but with an impact on functionality and quality of life. The role of Pilates as an integral part of a care protocol is also reinforced, not as the only tool for physical therapy care. The application of Pilates method should begin with exercises of mild to moderate difficulty and, with functional gain, progress to high complexity.
  • Aconselhamento para mudança do estilo de vida de trabalhadores sedentários sobre a dor musculoesquelética: revisão sistemática Artigo De Revisão

    Jerônimo, Jeferson Santos; Lopes, Samuel Völz; Siqueira, Fernando Carlos Vinholes; da-Silva, Marcelo Cozzensa

    Resumo em Português:

    RESUMO JUSTIFICATIVA E OBJETIVOS: A dor musculoesquelética (DME) em trabalhadores sedentários é causa de absenteísmo, custos elevados em saúde e está relacionada ao seu estilo de vida e de trabalho. Revisões sistemáticas de intervenções sobre a condição de DME nesta população baseiam-se nos equipamentos de trabalho e não apresentam consenso quanto ao tipo de intervenção e sua efetividade. Portanto, o objetivo foi analisar as evidências dos estudos de intervenção que incluíram estratégias de educação para mudança do estilo de vida de trabalhadores sedentários para a redução da DME. CONTEÚDO: Esta revisão sistemática segue as recomendações do PRISMA 2020. Foram realizadas buscas até abril de 2021 nas bases de dados Pubmed, BIREME e Scielo, visando identificar estudos clínicos randomizados ou não randomizados publicados entre janeiro de 1999 e abril de 2021. Foram utilizados descritores de busca indexados e definidos critérios de elegibilidade segundo a estratégia PICOS. O risco de viés foi avaliado por meio da escala PEDro. Foram incluídos oito estudos clínicos randomizados publicados entre 2004 e 2020, realizados na Europa, Ásia, Estados Unidos e Austrália, que envolveram 1.871 pessoas (35 a 52 anos). As intervenções variaram de duas semanas a 12 meses. Cinco estudos apresentaram maior número de mulheres. Além dos aconselhamentos para estilo de vida, três estudos abordaram características do trabalho (tempo na postura sentada, postura corporal) e outros três investigaram questões relacionadas à dor (sintomas, anatomia pescoço/ombro e autogerenciamento). Seis intervenções foram efetivas para a redução da intensidade e da frequência de DME nas regiões cervical e lombar da coluna, nos ombros e coluna torácica, as quais utilizaram aconselhamentos para aumento da prática de atividade física, controle do estresse, alimentação saudável, diminuição do consumo de álcool e do tabagismo. Seis estudos apresentaram risco de viés médio/baixo nos itens alocação oculta, comparabilidade da linha de base, cegamento (indivíduos, terapeutas e avaliadores), acompanhamento adequado e análise de intenção de tratar; e dois estudos apresentaram risco médio/alto nos mesmos itens, exceto na comparabilidade da linha de base. CONCLUSÃO: Intervenções realizadas no local de trabalho e que incluam estratégias de educação e aconselhamentos para mudanças no estilo de vida podem ser efetivas para redução da intensidade e da frequência de DME em trabalhadores sedentários. Registro PROSPERO: CRD42022342636. DESTAQUES Educação a respeito de estilo de vida pode reduzir a dor musculoesquelética de trabalhadores. Atividade física e controle do estresse contribuem para redução da intensidade de dor. O local de trabalho é um ambiente potente para melhora na dor musculoesquelética.

    Resumo em Inglês:

    ABSTRACT BACKGROUND AND OBJECTIVES: Musculoskeletal pain (MSP) in sedentary workers is a cause of absenteeism, high health costs and is relate to their lifestyle and work. Systematic reviews of interventions on the condition of MSP in this population are based on work equipment and do not present consensus on the type of intervention and its effectiveness. Terefore, the objective was to analyze the evidence of intervention studies that included education strategies to change the lifestyle of sedentary workers on the reduction of MSP. CONTENTS: This systematic review follows the recommendations of PRISMA 2020. Searches were conducted until April 2021 in the PubMed, BIREME and Scielo databases, in order to identify randomized or non-randomized clinical trials published between January 1999 and April 2021. Indexed search descriptors were used and eligibility criteria were defined according to the PICOS strategy. The risk of bias was assessed using the PEDro scale. Eight randomized clinical trials published between 2004 and 2020, conducted in Europe, Asia, the United States and Australia involving 1,871 people (35 to 52 years old) were included. Interventions ranged from two weeks to 12 months. Five studies showed a higher number of women. In addition to lifestyle counseling, three studies addressed work characteristics (time in sitting posture, body posture) and three others investigated issues related to pain (symptoms, neck/shoulder anatomy and self-management). Six interventions were effective to reduce the intensity and frequency of MSP in the cervical and lumbar regions of the spine, shoulders and thoracic spine, which used counseling to increase the practice of physical activity, stress control, healthy eating, decreased alcohol consumption and smoking. Six studies presented medium/low bias risk in the following items: occult allocation, baseline comparability, blinding (individuals, therapists and evaluators), adequate follow-up and intention to treat analysis; and two studies presented medium/high risk in the same items, except in baseline comparability. CONCLUSION: Workplace interventions that include education strategies and counseling for lifestyle changes are effective for reducing the intensity and frequency of MSP in sedentary workers. PROSPERO registration: CRD42022342636. HIGHLIGHTS Lifestyle education can reduce musculoskeletal pain in workers. Physical activity and stress control contribute to reducing pain intensity. The workplace is a potent environment for decreasing musculoskeletal pain.
  • Impacto da pandemia do COVID-19 na dor crônica não oncológica e sua gestão em pessoas idosas Artigo De Revisão

    Pereira, Joana Isabel Aparício; Afonso, Rosa Marina; Reis-Pina, Paulo

    Resumo em Português:

    RESUMO JUSTIFICATIVA E OBJETIVOS: A dor crônica não oncológica é considerada um problema de saúde pública, afetando 37% da população portuguesa. O tratamento da dor representa um direito humano fundamental. Entretanto, durante a pandemia do COVID-19, a grande maioria destes serviços de assistência ao paciente foi considerada como não urgente ou não emergente, sendo consultas e tratamentos clínicos adiados ou desmarcados. Restrições impostas, como medidas de prevenção da infecção por COVID-19, tornaram-se contraproducentes no que se refere à gestão da dor crônica. O seu impacto deve ser realçado principalmente na população mais idosa, devido às comorbidades associadas quer físicas quer psicológicas. O objetivo deste estudo foi analisar o impacto da pandemia do COVID-19 na dor de pessoas idosas em quatro aspectos: i) intensidade, tratamento e gestão da dor; ii) saúde mental; iii) estilo de vida; iv) qualidade de vida. MÉTODOS: Revisão nas bases de dados Pubmed, SCOPUS e Scielo usando os termos: chronic non-cancer pain, pain management, aged e COVID-19. Foram encontrados 86 artigos e selecionados 13. Foram incluídos artigos que cumulativamente versavam sobre dor crônica, representavam pesquisa original de natureza clínica e analisavam o impacto da pandemia do COVID-19 na gestão da dor crônica. A preferência foi dada a estudos com participantes com idade igual ou superior a 65 anos. Também foram analisados estudos realizados em adultos sem menção de idade no âmbito do impacto da pandemia do COVID-19 sobre os aspetos que infuenciam a dor crônica e a sua gestão. Apenas um artigo estudou exclusivamente a população idosa. RESULTADOS: A pandemia afetou: i) aumento da intensidade da dor (n=10), alterações no seu tratamento farmacológico e não farmacológico (n=3) e a sua gestão, isto é, a adaptação dos profissionais de saúde e dos doentes (n=1); ii) negativamente a saúde mental: sintomas de estresse e ansiedade/depressão (n=9), distresse psicológico (n=4), isolamento social/solidão (n=6); iii) estilos de vida: atividade física (n=4), qualidade do sono (n=4) e desempenho físico (n=5); iv) redução da qualidade de vida (n=5). Apesar dos resultados heterogêneos, verificou-se o agravamento da dor e saúde mental, alteração dos estilos e qualidade de vida, disrupção dos serviços médicos. CONCLUSÃO: As restrições impostas pela pandemia afetaram vários domínios da dor em curto prazo. A telemedicina surgiu como uma solução adotada, não podendo descurar os entraves na população idosa, como a falta de literacia digital e falta de equipamentos tecnológicos. O desconhecimento do impacto específico da COVID-19 na dor da população idosa sugere mais investigação que incida sobre as consequências em longo prazo, assim como as soluções a adotar de modo a conter lesões ou disfunções nesta população vulnerável. DESTAQUES Agravamento da dor e saúde mental, alteração dos estilos e diminuição da qualidade de vida. A disrupção dos serviços médicos gerados pelo período pandêmico reforça a necessidade de uma abordagem holística e individual na assistência de saúde. Impacto da pandemia na gestão da dor crônica foi pouco explorado em pessoas idosas. Necessidade de mais investigações que incidam sobre as consequências em longo prazo, assim como as soluções a adotar de modo a conter lesões ou disfunções nesta população vulnerável.

    Resumo em Inglês:

    ABSTRACT BACKGROUND AND OBJECTIVES: Chronic non-cancer pain is considered a public health problem, affecting 37% of the Portuguese population. Pain treatment represents a fundamental human right. However, during the COVID-19 pandemic, the vast majority of these patient care services were considered non-urgent or non-emergent, and clinical appointments and treatment were postponed or un-scheduled. Imposed restrictions, such as measures to prevent a COVID-19 infection, became counterproductive with regard to the management of chronic pain. Its impact should be emphasized especially in the older population, due to the associated physical and psychological comorbidities. This study aimed to analyze the impact of the COVID-19 pandemic on the pain of older people in four aspects: i) intensity, treatment and management of pain; ii) mental health; iii) lifestyles; iv) quality of life. METHODS: Review in Pubmed, SCOPUS and SCIELO databases using the terms: chronic non-cancer pain, pain management, aged and COVID-19. 86 articles were found and 13 were selected. Articles included cumulatively addressed chronic pain, represented original research of a clinical nature, and analyzed the impact of the COVID-19 pandemic on the management of chronic pain. Preference was given to studies with participants aged 65 years or older. Studies in adults with no mention of age in the context of the COVID-19 pandemic impact on aspects infuencing chronic pain and its management were also included. Only one article exclusively studied the senior population. RESULTS: The pandemic affected: i) increased pain intensity (n=10), changes in its pharmacological and non-pharmacological treatment (n=3) and its management, that is, the adaption of the health professionals and patients (n=1); ii) negatively affected mental health: symptoms of stress and anxiety/depression (n=9), psychological distress (n=4), social isolation/loneliness (n=6); iii) lifestyles: physical activity (n=4), sleep quality (n=4) and physical performance (n=5); iv) reduction of quality of life (n=5). Despite the heterogeneous results, a worsening of pain and mental health was found, as well as alteration of styles and quality of life and disruption of medical services. CONCLUSION: The restrictions imposed by the pandemic affected several areas of pain in the short term. Telemedicine has emerged as an adopted solution, but the barriers in the senior population, such as lack of digital literacy and lack of technological equipment, cannot be overlooked. The lack of knowledge of the specific impact of COVID-19 on the pain of the senior population calls for more research that focuses on the long-term consequences, as well as the solutions to be adopted in order to contain the damage in this vulnerable population. HIGHLIGHTS Worsening of pain and mental health, change in lifestyles and decreased quality of life. Disruption of medical services generated by the pandemic period reinforce the need for a holistic and individual approach to health care. Impact of the pandemic on chronic pain management has been little explored in older people. Need for further research focusing on long-term consequences, as well as the solutions to be adopted in order to contain injuries or dysfunctions in this vulnerable population.
  • Infusão intravascular de cetamina para o tratamento de dor crônica e depressão. Relato de caso Relato De Caso

    da-Silva, Ledismar José; Ayres, Paulo Gabriel Balestra Silveira; Vasconcellos, Laís Martins

    Resumo em Português:

    DESTAQUES A cetamina é uma opção de tratamento segura e promissora para dor crônica e depressão e pode promover alívio significativo, ainda que transitório, da dor e do humor com a dosagem subanestésica. O presente estudo observou que uma única infusão em baixas doses de cetamina pode aliviar rapidamente sintomas depressivos, pensamentos e ações suicidas em pacientes com depressão refratária. Vale ressaltar que a infusão seriada de cetamina por determinado período é uma alternativa mais segura e eficaz para o tratamento da dor e da depressão quando comparada a uma única infusão intravenosa

    Resumo em Inglês:

    HIGHLIGHTS Ketamine is a safe and promising treatment option for chronic pain and depression and can promote significant, albeit transient, pain and mood relief using subanesthetic dosage. The present study observed that a single infusion at low doses of ketamine can quickly relieve depressive symptoms, thoughts, and suicidal actions in patients with refractory depression. It is noteworthy that the serial infusion of ketamine for a certain period is a safer and more efective alternative to the treatment of pain and depression when compared to a single IV infusion regimen.
  • Morfina peridural para tratamento de dor crônica em paciente com polineuropatia periférica e síndrome DRESS. Relato de caso Relato De Caso

    Valente, Julie Azevedo Araújo; Siqueira, Bárbara Caroline; Martins, Marcelo de Jesus; Sampaio Filho, Antonio Argolo

    Resumo em Português:

    DESTAQUES Trata-se de relato de caso de uma paciente portadora de quadro alérgico raro e potencialmente fatal, a Síndrome DRESS, e neuropatia periférica refratária; Morfina por via peridural e posteriormente por via subaracnoidea foi utilizada com controle satisfatório da dor, um tratamento não considerado de primeira linha; Discussão sobre o mecanismo de ação de opioides por via peridural e subaracnoidea em neuropatias.

    Resumo em Inglês:

    HIGHLIGHTS A case report of a patient with a rare and potentially fatal allergic condition, the DRESS Syndrome, and refractory peripheral neuropathy; Morphine via epidural and later subarachnoid was used with satisfactory pain control, a treatment that is not considered frst-line; Discussion of the mechanism of action of epidural and subarachnoid opioids in neuropathies.
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