O sistema imune natural responde ao processo infeccioso ou inflamatório produzindo uma série de proteínas inflamatórias, com atividade inespecífica, denominadas de proteínas de fase aguda, entre as quais se destaca a Proteína C-Reativa (CRP). O presente estudo teve como objetivo investigar a correlação entre as alterações dos parâmetros hematológicos em cães e a presença de CRP na circulação sanguínea. Amostras de sangue de 70 cães atendidos em um Hospital Veterinário Universitário foram submetidas ao hemograma e à quantificação da CRP; em um segundo momento, amostras de sangue de cães inoculados experimentalmente com uma suspensão inativada de Micrococcus luteus (ATCC 7468) foram submetidas a mesma avaliação. De acordo com os parâmetros hematológicos e a presença ou não de CRP, pode-se classificar os animais em cinco grupos distintos: grupo A) cães negativos para a CRP e hemograma normal; grupo B) cães positivos para a CRP e hemograma normal; grupo C) cães positivos para a presença de CRP e hemograma alterado (neutrofilia e leucocitose); grupo D) cães positivos para a CRP, com neutrofilia; grupo E) cães positivos para a CRP e leucopenia. Cães inoculados experimentalmente com M. luteus apresentaram um aumento significativo na concentração de CRP, entre 24 e 48 horas após inoculação, com um decréscimo nas concentrações gradativamente até o 10º dia. Nesses animais, observou-se uma discreta neutrofilia e leucocitose coincidindo com o pico nos valores da CRP. Baseado nos resultados acima, concluiu-se que a determinação da presença da CRP em cães pode ser utilizada como uma importante ferramenta no diagnóstico veterinário. Haja vista a rapidez com que o teste é executado, o baixo custo e a necessidade de pequena quantidade de amostras, a utilização da CRP pode auxiliar o monitoramento da evolução de um processo infeccioso/inflamatório.
diagnóstico; inflamação; hemograma; proteínas de fase aguda