Resumo
Introdução
A transição demográfica no Brasil tem levado indivíduos com mais de 50 anos a permanecer por mais tempo envolvidos em atividades laborais. Concomitantemente, nota-se o surgimento da chamada economia “gig”, caracterizada pela oferta de serviços, por meio de plataformas online ou aplicativos móveis, como o caso dos aplicativos de transporte. Tais mudanças no contexto laboral podem acarretar desafios e vivências, positivas e negativas ao trabalhador. Nessa direção, destaca-se o papel do terapeuta ocupacional como o profissional que pode apoiar adultos mais velhos e idosos na busca e no envolvimento em ocupações cotidianas modificadas pela tecnologia e impactadas por crises na economia.
Objetivo
Analisar a motivação e a percepção de trabalhadores com 50 anos ou mais acerca do trabalho com aplicativos móveis de transporte.
Método
Estudo com abordagem qualitativa, transversal, exploratório e descritivo. Os participantes foram recrutados por meio de convite em grupos de redes sociais formados por trabalhadores de aplicativos móveis de transporte e por indicação. Para coleta de dados, utilizou-se questionário socioeconômico e entrevista analisada por meio da Análise de Temática de Conteúdo.
Resultados
Participaram 10 motoristas, com idade entre 50 e 63 anos, que apontaram como principal motivação para o trabalho com aplicativos o fato de estarem desempregados no período da crise econômica brasileira e terem encontrado dificuldade de conquistar recolocação no mercado de trabalho devido à preferência por pessoas mais jovens. O principal aspecto negativo elencado pelos motoristas foi a insegurança e como aspecto positivo foi citada a flexibilidade de horário e a importância do envolvimento em atividades laborais para a construção da identidade.
Conclusão
Em meio às alterações no perfil etário populacional e nos modos de trabalho, é necessário o desenvolvimento de novos estudos que relacionem envelhecimento, trabalho e tecnologia visando à prática da terapia ocupacional.
Palavras-chave:
Envelhecimento; Emprego; Trabalho; Tecnologia; Aplicativos Móveis; Terapia Ocupacional