Resumo
Neste artigo abordamos a questão sobre a relevância da Terapia Ocupacional considerar a compreensão do ser humano ocupacional existencial, especificamente, sob os princípios do Modelo Biopsicossocial. Discute-se aqui que uma noção de ocupação entendida pela estrutura fenomênica, que permite a existência do ser humano no mundo, não é complementar a um entendimento fragmentário e sistêmico do ser humano, conforme proposto pelo Modelo Biopsicossocial. Além disso, deve-se assinalar que isso não leva em consideração o fenômeno da ocupação como um aspecto a ser considerado na compreensão de ser humano, bem como na noção de saúde e doença. Desse modo, o diálogo que ocorre entre ambas considerações nos leva a concluir que, devido a diferenças ontológicas radicais, se contradizem. Dessa forma, uma Terapia Ocupacional que mantém o centro de sua identidade a partir de uma noção existencial de um ser humano ocupacional não se mostra relevante sob os princípios do Modelo Biopsicossocial.
Palavras-chave:
Terapia Ocupacional; Modelos Teóricos; Atividades Cotidianas; Filosofia