Resumo
Introdução
A adolescência constitui-se como um período fértil para o desenvolvimento de ações de promoção da saúde. Reflexões sobre como os adolescentes se envolvem em ocupações cotidianas e como estas se relacionam com a percepção de saúde fornecem subsídios importantes para o desenvolvimento de ações de educação em saúde.
Objetivo
Compreender as inter-relações entre o envolvimento ocupacional e a percepção de saúde na perspectiva de adolescentes.
Método
Estudo qualitativo alicerçado na investigação temática de Paulo Freire. A pesquisa foi realizada em escola pública municipal, com 33 adolescentes de 13 a 16 anos, em quatro etapas: aproximação com o campo, leitura da realidade, seminários de codificações e problematização. Os dados foram coletados através de grupo focal e observação participante e submetidos à análise de conteúdo temática.
Resultados
O envolvimento ocupacional se inter-relaciona de diferentes formas com a percepção de saúde no cotidiano. Entre as diversas ocupações, a fragilidade das vivências familiares se destaca por suas conexões com a percepção de sofrimento mental. O envolvimento em ocupações como uso do celular, dormir, atividades escolares, cuidados domésticos, lazer, amizades e atividades físicas também foi discutido. Identificou-se situações de desequilíbrio ocupacional, inequidades de poder (idade, classe e gênero) e injustiça ocupacional que atravessam e limitam o envolvimento ocupacional e impactam a percepção de saúde.
Conclusão
Os resultados corroboram a necessidade de práticas participativas de educação em saúde que possibilitem a construção de consciência crítica sobre o envolvimento ocupacional, com vistas a favorecer a saúde, bem-estar, garantia de direitos e participação social.
Palavras-chave:
Adolescentes; Educação em Saúde; Terapia Ocupacional