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Interseccionalidade: um conceito amefricano e diaspórico para a terapia ocupacional

Resumo

Este ensaio tem como objetivo apresentar o conceito de interseccionalidade, proposto a partir do feminismo negro, como ferramenta de pesquisa e análise, epistêmica e prática, para a terapia ocupacional brasileira e latino-americana. Partindo da ideia de amefricanidade, conceito apresentado por Lélia Gonzalez, como categoria para pensar a vivência de pessoas negras e indígenas localizadas num território colonizado, propomos reflexões para a terapia ocupacional aproximar-se das ocupações negras e indígenas, compreendendo os processos de ruptura e exclusão a partir das desigualdades raciais. Apresentamos reflexões do contexto internacional sobre interseccionalidade e colonialidade para a terapia ocupacional. Sem intenção de encerrar o debate, mas sim de reunir discussões já iniciadas, concluímos que o conceito de interseccionalidade interessa à terapia ocupacional à medida que auxilia a compreensão dos atuais processos de opressão diante do complexo sistema de opressão colonial, cis-heteronormativa, patriarcal, neoliberal, capitalista e capacitista, como compromisso ético e responsabilização técnica e profissional.

Palavras-chave:
Terapia Ocupacional; Interseccionalidade; Epistemologia; Colonialismo; Racismo

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