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Terapia ocupacional social, justiça social e população LGBTI+: com quem produzimos nossas reflexões e ações?

Resumo

Este artigo de reflexão teve a proposta de discutir possíveis relações entre terapia ocupacional social, o conceito de justiça social e as possíveis justificativas para a produção de conhecimentos e práticas junto à população LGBTI+. Para isso, tomou-se como base a produção conceitual de justiça social elaborada por Nancy Fraser, o que, para a autora, pode ser analisada por meio de demandas de redistribuição, reconhecimento e representação. Além disso, buscou-se, na história de constituição da terapia ocupacional social, os principais elementos para a identificação e delimitação conceitual dos sujeitos junto aos quais essa perspectiva teórico-metodológica decide focar suas reflexões e ações em conjunto. Foi possível destacar a relevância dos temas de gêneros e de sexualidades para a produção de reflexões e práticas pela perspectiva teórico-metodológica da terapia ocupacional social, uma vez que os sujeitos e grupos dissidentes de gêneros e sexualidades experienciam, em seus cotidianos, desigualdades e injustiças sociais que os impedem de acessar determinados direitos sociais, exercerem sua cidadania, terem suas demandas representadas nas dimensões políticas estatais e terem suas existências reconhecidas nas diferentes realidades sociais. Esta proposta de reflexão não parte da compreensão de que esses sujeitos e grupos demandam ações profissionais por serem considerados “vulneráveis”, mas por compreender que, ao produzir experiências para além das normas de gêneros e de sexualidades, esses sujeitos e grupos passam por inúmeras situações de violências e opressões, diferentes formas de injustiças sociais e negligências de direitos sociais.

Palavras-chave:
Terapia Ocupacional Social; Justiça Social; Gênero; Sexualidade

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