Resumo
Introdução
Apesar de lutar para se estabelecer como uma profissão autônoma, a terapia ocupacional permanece amplamente regulamentada e controlada por autoridades discursivas dentro e fora da disciplina. Depois de superar os ideais reformistas da profissão, o governo militar, que apoiou sua rápida expansão, se transformou em instituições civis, mas ambos foram baseados em fundamentos semelhantes: os terapeutas ocupacionais devem obedecer a um conjunto estrito de regras enquanto a desobediência e a dissidência são consistentemente reprimidas ou silenciadas.
Objetivo
O objetivo deste artigo é desconstruir os discursos dominantes (consensuais) que configuram o status quo na terapia ocupacional e vislumbrar caminhos alternativos para o desenvolvimento da disciplina.
Método
Com base na obra de Erich Fromm e Jacques Rancière, propomos uma análise teórica (crítica) dos conceitos de desobediência e dissenso conforme se aplicam aos terapeutas ocupacionais.
Resultados
Os conceitos de desobediência (Fromm) e dissenso (Rancière) podem ser usados para revisitar o consenso formado por autoridades discursivas dentro e fora da terapia ocupacional e expor a natureza política de tais processos. Argumentamos que as forças opressivas remanescentes semelhantes às de um regime de guerra persistem na regulamentação da prática e do conhecimento da terapia ocupacional por meio de uma forma de 'propaganda disciplinar'. Em vez de ameaçar o desenvolvimento da disciplina, a desobediência e o dissenso constituem respostas críticas para interromper os discursos dominantes e dar origem a conceitos mais saudáveis.
Conclusão
O uso de termos politicamente carregados, como desobediência ou dissenso, pode ser visto como controverso e inquietante para uma profissão como a terapia ocupacional, mas acreditamos que sejam necessários para o futuro de nossa disciplina.
Palavras-chave:
Consenso; Teoria Crítica; Dominação-Subordinação; Terapia Ocupacional; Política; Opressão Social