Resumo
Apresenta-se uma síntese propositiva sobre os usos e compreensões do termo “atividades humanas” que, a partir da década de 1990, passou a ser privilegiado na produção de conhecimentos da terapia ocupacional brasileira. É feita uma descrição sobre a construção epistemológica e social em torno das atividades, apontando suas dimensões como instrumento e/ou elemento centralizador e orientador do processo terapêutico ocupacional e, por fim, propomos um debate crítico contemporâneo. Tem-se como referência quatro movimentos históricos e marcadores teórico-metodológicos da produção da terapia ocupacional para abordar o deslocamento das compreensões até um conceito humano, cultural, plural e polissêmico, sobretudo voltado para a dinâmica viva das pessoas e coletivos. As perspectivas das Terapias Ocupacionais do Sul e da Terapia Ocupacional como Produção de Vida são apresentadas para contribuir com o debate propositivo, sustentado pelo compromisso ético-político-cultural deste campo de saberes e práticas, contextualizado na realidade brasileira. Ao indicar desafios e urgências das atividades humanas, vê-se que as mudanças não cessarão e, portanto, novas compreensões e ressignificações são importantes. Valoriza-se as contribuições epistemológicas e sociais que mobilizam construções culturalmente coerentes com a transformação social, que enfrenta os domínios e poderes hegemônicos, com abertura para a inventividade e solidariedade profissional.
Palavras-chave:
Terapia Ocupacional; Atividades Humanas; Epistemologia; Teoria Crítica; Formação de Conceito