Influências familiares |
Se meu pai e minha mãe brigasse ou separasse isso influenciaria no meu comportamento na escola (Menino 18, 13 anos, agressor). Vai bater, aí depois, por exemplo, o filho fica ainda mais revoltado e depois vai querer fazer mais coisas erradas. Agora se os pais sentarem e conversarem, os filhos vão pensar, conversar, refletir (Menina 28, 13 anos, vítima). Lá em casa eu recebo muita educação do meu pai e da minha mãe. Respeitar os outros, não xingar, não brigar, não revidar, essas coisas (Menino 16, 12 anos, vítima). Minha mãe fala que a minha irmã faz tudo certo e eu às vezes faço tudo errado (Menina 13, 13 anos, vítima). Minha mãe me orientou que não é para eu caçar briga. Que é para eu ficar mais quieto no meu canto, não conversar com eles. Eu fico mais quieto no meu canto (Menino 35, 13 anos, vítima). |
Questões éticas e morais |
Eu fui pela cabeça dos outros: “Maria vai com as outras” (Menina 38, 17 anos, agressora). Ela gostava de aparecer nas nossas costas. A gente ficava batendo nela (Menina 4, 14 anos, agressora). Hoje se alguém me crítica, eu falo: tem razão. Eu acredito no que ela está falando (Menina 45, 19 anos, vítima). Na época, eu pensava assim: eu vou fazer isso para não fazerem comigo. Agora, hoje, não, eu penso que eu fazia isso para fazer graça, para aparecer (Menino 9, 17 anos, agressor). Teve uma hora que eu não gostei, mas deu um alívio ver ela chorando (Menina 4, 14 anos, agressora). Tinha um moleque que chegou a agredir ela. Eu entrei na frente, [...] falei que ele não ia bater na menina [...]. Eu não acho certo bater, muito menos em uma mulher. Não importa qual (Menino 3, 13 anos, agressor). |
Ambientes vulneráveis |
O meu pai não fica muito em casa, eu quase não vejo ele (Menino 8, 16 anos, agressor). Eu me sinto perdida, por causa que não tem aquele amor de mãe, não tem aquele amor de pai (Menina 38, 17 anos, agressora). Vivia em discussão, briga feia, todo dia tinha briga, todo dia [...]. Meu pai era caminhoneiro, então vinha em casa só no final de semana e ele vinha só beber, ficar com os amigos, deixava minha mãe chateada, deixava nós jogados (Menina 38, 17 anos, agressora). Eu não sou muito de conversar com os meus pais, porque eu converso com minha mãe, por exemplo, um minuto depois minha mãe fica jogando na minha cara (Menina 28, 13 anos, vítima). A minha mãe me bate mais do que meu pai (Menina 28, 13 anos, vítima). Tem dias que dá vontade de sumir. Porque a minha mãe tem que tomar um medicamento durante cinco anos, todos os dias e ela fica muito estressada, muito nervosa (Menina 7, 16 anos, vítima). A minha mãe tem um problema de estresse. Às vezes ela grita muito comigo, fica me comparando com a minha irmã, mas aí depois eu percebo que ela está estressada, aí eu não ligo muito (Menina 13, 13 anos, vítima). Eu tenho síndrome do pânico, então eu fico muito nervosa em lugar público, cheio, e principalmente quando tem adolescente (Menina 45, 18 anos, vítima). As pessoas pegavam justo no meu ponto fraco e eu sentia vontade de gritar, eu sentia vontade de pular a janela e me suicidar (Menina 13, 13 anos, vítima). |
O poder das interações familiares positivas |
Minha intimidade com meu pai é melhor que com qualquer pessoa. Desde pequeno, tudo que acontecia eu falava para ele (Menino 9, 17 anos, agressor). Meus avós me dão muito respeito, me ensinam muita coisa. Sempre me ajudaram, também, no dia a dia. E tudo que eu faço, eu falo para eles, e eles tentam me ajudar, me dar dicas (Menina 45, 19 anos, vítima). Eu e minha mãe conversamos. Eu conto tudo para ela. Ela me dá bastante carinho, também dá bronca quando precisa (Menino 3, 13 anos, agressor). Os momentos com a minha família são importantes. As conversas, até os momentos difíceis não poderiam faltar (Menino 42, 16 anos, vítima). Meus pais não brigam. Nunca brigaram (Menina 13, 13 anos, vítima). |
Possibilidades de enfrentamento |
Contei para o meu pai. Ele me ajudou (Menina 21, 12 anos, vítima). A gente foi embora, daí no outro dia eles continuaram me ameaçando, ameaçando e eu fui lá na secretaria e falei (Menino 35, 13 anos, vítima). Eu contei para a minha avó e uma vez para a minha mãe. Elas foram na escola reclamar (Menino 33, 11 anos, vítima). Uma vez minha mãe até veio aqui na escola, mas não adiantou. Ela falou com os meninos. Ela falou com o [nome de colega], que estudava aqui. Ela conversou com ele e ele parou. Depois ele saiu da escola e os outros meninos continuaram (Menina 6, 13 anos, vítima). Nesse dia eu fingi que estava passando mal e então eu fui para casa porque não aguentei (Menina 13, 13 anos, vítima). |