Resumo
Introdução:
Registros de ocupações de trabalhadores em sistemas de informação significam muito mais que um dado sociodemográfico. Na Medicina do Trabalho e na Epidemiologia em Saúde do Trabalhador, são especialmente relevantes por indicarem possíveis fatores de risco ocupacionais.
Objetivo:
Estimar indicadores de qualidade do registro da ocupação das doenças associadas ao asbesto no Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM), Brasil.
Método:
Estudo transversal conduzido com registros de óbito de maiores de 16 anos de idade, registrados no SIM, entre 2000-2016, com diagnósticos de doenças tipicamente associadas ao asbesto (DAA): mesotelioma, asbestose e placas pleurais. O registro da “ocupação” foi analisado para a completude e consistência.
Resultados:
Foram identificados 3.764 registros de óbito, para os quais observou-se 60,3% (n=2.268) de incompletude/inconsistência do registro da ocupação. Dados inválidos da ocupação representaram 40,1% (n=1.508), concentrando-se em registros de aposentados e donas de casa, não reconhecidos como ocupações. A má qualidade do registro de ocupação entre os óbitos por DAA foi superior a 50,0% em todas as regiões do país.
Conclusões:
A qualidade do registro da ocupação no SIM foi ruim tanto para as DAA quanto outros diagnósticos, especialmente no que se refere a completude e consistência dos dados, em relação à Classificação Brasileira de Ocupações.
Palavras-chave:
confiabilidade dos dados; sistemas de informação; atestado de óbito; mesotelioma; asbestose