Resumo
Introdução: No Brasil, a maioria do cuidado prestado é informal, mas a sua disponibilidade permanece pouco explorada no contexto da fragilidade.
Objetivo: Descrever a disponibilidade de cuidado em idosos frágeis de Belo Horizonte (Minas Gerais) e verificar se isso é associado à fragilidade.
Método: Trata-se de um estudo transversal, baseado em 598 idosos participantes do estudo Fibra – Belo Horizonte (2008/2009). A fragilidade foi definida por meio de cinco itens do fenótipo da fragilidade física. A disponibilidade de cuidado incluiu medidas objetivas e subjetivas. As variáveis de ajuste foram idade, sexo, escolaridade e autoavaliação da saúde. A análise estatística foi baseada no modelo de regressão de Poisson com variância robusta.
Resultados: A prevalência de fragilidade foi de 11,4% e da pré-fragilidade foi de 56,4%. A disponibilidade de cuidado foi um pouco menor entre os frágeis do que em relação aos pré-frágeis e não frágeis, dos quais 17% moravam sozinhos, 14% não tinham ninguém para cuidar e 13% não tinham filhos. Foi observada uma associação entre a falta de disponibilidade de cuidado e a fragilidade, apenas entre os homens, em relação a morar sozinho e a não ter ninguém com quem contar.
Conclusão: Somente uma pequena parte dos idosos apresentam falta de disponibilidade de cuidado, que é um pouco maior entre os frágeis. Faz-se necessário um foco nos homens com ausência de disponibilidade de cuidado devido à maior probabilidade de apresentar fragilidade ou pré-fragilidade.
Palavras-chave: fragilidade; assistência de longa duração; meio social; apoio social