Acessibilidade / Reportar erro

Validade do autorrelato de hipertensão arterial em trabalhadores

Validity of workers self-reports of hypertension

Resumo

Introdução

O monitoramento da hipertensão arterial sistêmica (HAS) é realizado no Brasil, fundamentado no autorrelato, por meio do sistema VIGITEL. Tendo em vista lacunas acerca desse agravo em populações de trabalhadores, estas devem ser alvo da ação ampliada para o seu diagnóstico epidemiológico.

Objetivo

Testar a validade de critério do autorrelato de HAS, comparando-o com medidas aferidas de pressão arterial (PA).

Método

Realizou-se estudo de corte transversal com amostra aleatória do universo de 1.561 trabalhadores de um serviço judiciário na Bahia. Calcularam-se sensibilidade, especificidade, valores preditivos e razões de probabilidade para o autorrelato de HAS, comparando-os com a aferição direta da PA, medida de referência. O diagnóstico de HAS foi a média de duas aferições com PA sistólica ≥ 140 mmHg, e/ou PA diastólica ≥ 90 mmHg, e/ou uso regular de anti-hipertensivos.

Resultados

Em amostra de 391 trabalhadores, verificou-se sensibilidade de 66,4% (57,1-74,6%), especificidade de 87,9% (83,2-91,4%), valor preditivo positivo de 70,5% (61,1-78,6%), valor preditivo negativo de 85,7% (80,9-89,4%), razões de probabilidade positiva e negativa de 5,5 (3,88-7,72) e de 0,4 (0,30-0,49), respectivamente.

Conclusão

Este estudo evidenciou o autorrelato como medida válida para o diagnóstico epidemiológico da HAS entre trabalhadores, recomendando seu uso. No entanto, esta validade depende do diagnóstico prévio do agravo.

Palavras-chave:
hipertensão; autorrelato; sensibilidade e especificidade; valor preditivo dos testes; validade (epidemiologia)

Instituto de Estudos em Saúde Coletiva da Universidade Federal do Rio de Janeiro Avenida Horácio Macedo, S/N, CEP: 21941-598, Tel.: (55 21) 3938 9494 - Rio de Janeiro - RJ - Brazil
E-mail: cadernos@iesc.ufrj.br