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Deficiências e incapacidades em vítimas de acidentes de trânsito em Mato Grosso, Brasil1 1 Este artigo compõe a dissertação intitulada ‘Deficiências e incapacidades em vítimas de acidentes de trânsito atendidas em unidades de urgência e emergência em Mato Grosso’ de Flávia Guimarães Dias Duarte, apresentada em 2016 junto ao Programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva do Instituto de Saúde Coletiva da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) como requerimento parcial para a obtenção do título de Mestre em Saúde Coletiva. Este estudo integra o projeto de pesquisa "Violência e acidentes: conhecendo os eventos não fatais e suas consequências", financiado pela Secretaria de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde a partir de sua aprovação no Chamamento Público nº20/2013: Estudos e Pesquisas Aplicadas em Vigilância em Saúde. O projeto, executado no período de março de 2014 a setembro de 2015, foi coordenado pelo Instituto de Saúde Coletiva da Universidade Federal de Mato Grosso e desenvolvido em parceria com a Secretaria Estadual de Saúde e 14 municípios sedes dos escritórios regionais de saúde do estado de Mato Grosso: Pontes e Lacerda, São Félix do Araguaia, Peixoto de Azevedo, Rondonópolis, Barra do Garças, Cáceres, Água Boa, Juína, Alta Floresta, Diamantino, Colíder, Juara, Tangará da Serra e Sinop.

Disabilities in victims of traffic accidents in Mato Grosso, Brazil

Resumo

Introdução

Acidentes de trânsito são importante problema de saúde pública, contudo pouco se conhece sobre as sequelas deles decorrentes.

Objetivo

Analisar as deficiências e incapacidades em vítimas de acidentes de trânsito.

Método

Estudo transversal com base em dados primários de uma amostra de vítimas de acidentes de trânsito não fatais atendidas em serviços selecionados de urgência e emergência de Mato Grosso em setembro de 2014. O instrumento de coleta foi baseado no Checklist da Classificação Internacional de Funcionalidade, Incapacidade e Saúde.

Resultados

Foram avaliadas 228 vítimas de acidentes de trânsito, predominando jovens, sexo masculino, motociclistas. Deficiências de função do corpo mais comprometidas foram as sensoriais e dor (49,3%) e neuromuscoloesqueléticas (45,8%), enquanto as de estrutura do corpo relacionavam-se ao movimento (85,5%); ambas apresentando gravidade moderada. Referente à limitação de atividade e restrição à participação, predominaram problemas relacionados à mobilidade (42,0%), prevalecendo gravidade moderada (30,5%). Dentre os fatores ambientais, destacaram-se como principais barreiras os serviços, sistemas e políticas (66,3%) e, como facilitadores, o apoio e relacionamento com familiares e amigos (40,9%).

Conclusão

Aproximadamente metade das vítimas de acidentes de trânsito apresentou deficiências e incapacidades. O estudo preenche uma lacuna importante para a compreensão deste problema de saúde pública.

Palavras-chave:
acidentes de trânsito; Classificação Internacional de Funcionalidade, Incapacidade e Saúde (CIF); pessoas com deficiência; estatísticas de sequelas e incapacidade

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