Resumo
O objetivo deste artigo foi compreender processos de transmissão da informação em uma Comunidade Ribeirinha Sul-Amazônica (CRSA) no Baixo Madeira para auxiliar as estratégias de Atenção Básica à Saúde (ABS). Os dados foram coletados por meio de conversas no modelo de entrevistas abertas, no decorrer de quatro expedições. Foram elaborados dois sociogramas. Verificou-se tratar-se de rede densa, do líder com centralidade, da existência de cliques e de dominância de laços fracos. Os resultados procedentes desta análise foram conjugados à Matriz FOFA, observando-se que: (a) a Fortaleza do grupo reside na centralidade, intermediação e proximidade do líder, na densidade e na coesão; (b) como Oportunidades, a comunidade é aberta a contatos externos; (c) como Fraquezas, observam-se pouca autonomia, baixa resiliência e dependência da comunidade em relação ao líder; (d) como Ameaças, identifica-se imposição de modelos externos. Conclui-se que a informação circula a partir do líder, o que leva à baixa capacidade de resiliência da rede perante possibilidades de imposição de modelos externos. Essas informações são relevantes no planejamento, na execução, na avaliação e na eventual reformulação de ações de saúde pela ABS em comunidades sensíveis a mudanças determinadas por modelos impostos.
Palavras-chave:
saúde ambiental; Amazonas; análise de redes sociais