Resumo
Introdução
Pacientes com insuficiência renal crônica podem apresentar prejuízos em sua saúde bucal em decorrência da própria doença, do tratamento e das alterações de estilo de vida associadas.
Objetivo
Avaliar os fatores associados à autoavaliação de saúde bucal ruim entre adultos com insuficiência renal crônica submetidos à hemodiálise.
Método
Estudo transversal com 243 adultos submetidos à hemodiálise em um hospital do sul de Minas Gerais nos anos de 2013 e 2014. O desfecho foi avaliado pelo autorrelato da condição bucal dicotomizada em boa (ótima/boa) e ruim (regular/ruim/péssima). As variáveis independentes incluíram condições sociodemográficas, saúde geral, saúde bucal e uso de serviços odontológicos, a partir de informações coletadas por meio de questionário. A associação entre o desfecho e as variáveis independentes foi testada por meio de modelos logísticos múltiplos com inclusão hierarquizada de variáveis.
Resultados
A prevalência de autoavaliação de saúde bucal ruim foi de 35,4%. Os mais jovens (p = 0,015), os que se submetem à hemodiálise há menos tempo (p = 0,016), têm halitose (p <0,001), necessitam de tratamento odontológico (p <0,001) e tiveram a última consulta odontológica por motivo diferente de dor (p = 0,027) expressaram maiores chances de autoavaliação de saúde bucal ruim, independentemente de condições sociodemográficas e de saúde.
Conclusão
Condições sociodemográficas, tempo em hemodiálise, agravos à saúde bucal e uso de serviços odontológicos influenciaram a autoavaliação da saúde bucal dos adultos submetidos à hemodiálise.
Palavras-chave:
saúde bucal; unidades hospitalares de hemodiálise; insuficiência renal crônica; nefropatias; autoavaliação; inquéritos de saúde bucal