Este artigo explora as representações identitárias relativas às diferentes cidades brasileiras, como expressão do jogo de rivalidades entre elas. Nesse sentido, põe em questão o discurso em torno da cidade de São Paulo que a considera, basicamente, como cidade do trabalho, a “locomotiva” do Brasil e, portanto, símbolo do desenvolvimento do país. Um dos objetivos principais seria mostrar que a noção de trabalho inventada na modernidade europeia ocidental modela o ideário sobre as cidades, como, por exemplo, o do Rio de Janeiro e de Salvador. Os cartões postais adquiridos, em setembro de 2002, respectivamente no Aeroporto de Congonhas, ao sair de São Paulo para a cidade do Rio de Janeiro, e ao embarcar, no Aeroporto Santos Dumont, para retornar a cidade de São Paulo, são concebidos, na análise aqui proposta, como metáforas visuais, e algumas composições musicais seriam metáforas sonoras. Constituem, assim, a sua principal fonte de dados.
Cidades; Representações sociais; Estigmas; Trabalho; Emprego