A partir dos textos reunidos no livro Situating the self: gender, community and postmodernism in contemporary ethics (1992), sabe-se que Seyla Benhabib responde aos excessos racionalistas de Habermas e aos limites da tradição universalista moderna com uma releitura da concepção arendtiana de “pensamento alargado”. Neste artigo, eu me proponho a mostrar que a presença de Arendt no pensamento de Benhabib é ainda mais radical do que parece à primeira vista, pois a autora de A condição humana está na raiz do seu projeto teórico orientando o enfrentamento filosófico que Benhabib faz com a tradição, na sua primeira grande obra, Critique, norm, and utopia: a study of the foundations of Crítical theory (1986). A minha hipótese interpretativa é a de que a tese central deste livro, segundo a qual a teoria crítica é assombrada pela filosofia do sujeito, carrega as marcas da crítica arendtiana à filosofia política ocidental.
Hannah Arendt; Seyla Benhabib; Filosofia do Sujeito; Filosofia Política; Pluralidade