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Precisamos falar sobre Taylor1 1 Parafraseamos o título do filme "Precisamos falar sobre o Kevin". Apesar de a temática dissertar sobre um jovem que comete homicídios em uma escola secundarista norte-americana, assumimos, como pano de fundo, que o racismo também reproduz mortes, físicas, sociais e psicológicas. : indícios de racismo na administração científica?

Tenemos que hablar de Taylor: ¿evidencia de racismo en la gestión científica?

Resumo

Apesar das críticas decoloniais e afrodiaspóricas no campo dos estudos em gestão e organizações, o ensino nas escolas de administração, de modo geral, ainda apresenta as teorias administrativas de forma acrítica e a-histórica, desconsiderando os resquícios da escravidão negra e da sua lógica nas práticas administrativas. Nesse sentido, o presente trabalho tem por objetivo geral desenvolver a hipótese de que, ideologicamente, a teoria científica foi concebida em uma base racista de organização do trabalho. Em termos metodológicos, foram realizadas pesquisas documentais nas obras de Frederick Winslow Taylor, contrapondo-as ao contexto histórico marcado por elementos eugênicos que atravessavam a sua visão de mundo, aparentemente silenciados em suas obras. Por conseguinte, concluímos que a teoria taylorista, justificada na semântica de limitações inatas à natureza humana, vai intensificar as formas de exploração dos trabalhadores, sobretudo os negros, refletindo, como suposição, a reprodução do racismo no âmbito da gestão das organizações.

Palavras-chave:
Eugenia; Administração científica; Frederick Taylor; Raça

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