O objetivo deste trabalho é apresentar uma interpretação lacaniana de um fenômeno ainda pouco reconhecido: o triângulo socioeconômico entre o discurso da sustentabilidade, capitalismo e a expansão econômica da China. Sustenta-se aqui que esses três lados conectam-se e juntos constroem uma narrativa que perpetua a si mesma. A teoria lacaniana do discurso, bem como a obra de Žižekian, são aplicadas para revelar um lado menos óbvio dessa relação, qual seja, o fato de que o discurso da sustentabilidade, como apresentado hoje, torna-se um discurso apologético dos excessos do consumismo ao substituir o discurso da "redução do consumo" pelo paliativo discurso do "consumo sustentável". A expansão econômica da China deriva em grande parte de sua habilidade em encontrar um nicho como fornecedora de possibilidades de consumo para os ocidentais.
Sustentabilidade; Lacan; Žižekian; China