Resumo
Estudos de complexidade institucional exploraram como múltiplas lógicas influenciam as práticas organizacionais. No presente artigo, ilustramos como se mantém uma lógica única por meio de suas representações e práticas heterogêneas e de uma forte identificação, neste caso, com a lógica do humanitarismo. Usando o caso de Médecins Sans Frontières (MSF), desenvolvemos uma teoria em torno do trabalho de identidade e da atuação heterogênea da lógica institucional. O artigo oferece três exemplos históricos de como o MSF se engajou em práticas radicalmente diferentes ao longo do tempo e do espaço, ao mesmo tempo que aderiu a uma lógica humanitária contínua, porém polimorfa. Esse aparente paradoxo é explicado a partir das contradições internas observadas na lógica humanitária, contradições que só não levam ao caos em virtude dos persistentes efeitos de coesão da identidade. Discutimos as implicações para a compreensão da identidade organizacional e da diversidade institucional.
Palavras-chave:
Organizações humanitárias; Identidade organizacional; Organizações não-governamentais; Complexidade institucional