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A gestão orgânica de conflitos desenvolvida em empreendimentos formados por mulheres da economia solidária: uma análise pós-colonialista sobre uma prática feminista de autogestão

La gestión orgánica de conflictos desarrollada en empresas formadas por mujeres de la economía solidaria: un análisis poscolonialista de una práctica feminista de autogestión

Resumo

Esta pesquisa surge dos estudos das práticas de gestão de mulheres, de Martin (1993), contudo se articula no lugar da autogestão da Rede de Economia Solidária e Feminista (RESF). Por isso, foi desenvolvido, ao longo do texto, um novo construto para identificar algumas práticas que se performatizam na economia solidária (ES), nomeadas de práticas feministas de autogestão (Bauhardt, 2014; Faria, 2017; Vieta, 2015). O objetivo é analisar uma das ações observadas em campo: a gestão orgânica de conflitos. Os principais aportes teóricos para mediar a discussão partem da abordagem de Martin (1993), da perspectiva da racionalidade substantiva em Ramos (1989), dos estudos sobre conflitos nas organizações em Guerardi (2009) e Putnam (2010), bem como da visão pós-colonialista que adere ao contexto das mulheres na ES (Lugones, 2008; Mohanty, 2006). A coleta de dados se vale de entrevistas semiestruturadas com mulheres da RESF e da observação direta e indireta em campo, entre 2018 e 2021. A perspectiva adotada para a análise dos dados é a da história oral com base em análise crítica do discurso (Meihy, 2002; Wodak, 2004). Os resultados apontam para os seguintes achados: não ocultação do conflito nos processos de autogestão, conflito gerido de forma orgânica sob uma comunicação intensa e gestão do conflito como processo de aprendizagem que prioriza experiências e diferenças. Para as mulheres, o conflito não é demérito; em vez disso, ele é gerido de forma a fortalecer laços de reciprocidade entre os membros dos empreendimentos solidários.

Palavras-chave:
Economia solidária; Redes de cooperação; Autogestão; Práticas feministas de autogestão; Gestão de conflitos

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