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Controle do homem no trabalho ou qualidade de vida no trabalho?

Control over man at work or quality of life at work?

Este artigo surge do ânimo de canalizar para a investigação a reação indignada aos incessantes esforços instrumentalizadores do homem no trabalho e da preocupação com as conseqüências desse processo para uma sociedade como a nossa. Tem como propósito realizar uma reinterpretação crítica do movimento pela Qualidade de Vida no Trabalho (QVT), desvendando suas ferramentas de instrumentalização do homem pelo capital e revelar sua verdadeira natureza. 0 artigo inicia com uma interpretação da evolução histórica da ciência e da prática da administração, analisando seus propósitos, desvendando a lógica funcional do sistema e culminando com a revelação de alguns de seus mecanismos opressores. Discute as formas de controle presentes sob as dimensões agregadas dos modelos de QVT, utilizando a classificação das obras de três autores (GORZ, 2003; MOTTA; 2000; PAGES et al, 1993) com o intuito de desvendar o exercício do controle. Aponta, assim, que as recompensas diretas e indiretas, as condições do ambiente de trabalho seguras e atrativas, a concepção do trabalho, a autonomia e participação do indivíduo, a imagem social da empresa e o equilíbrio entre trabalho, família e lazer promovem, na realidade, a instrumentalização do indivíduo no trabalho através de métodos cada vez mais sofisticados de controle social.

qualidade de vida no trabalho; controle social


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