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A Teoria Crítica como perspectiva de análise das relações de dominação e dos processos de descentralização no Chile

Este artigo tem por objetivo discutir os elementos centrais da Teoria Crítica para a análise das relações de poder no Chile atual. A discussão centra-se na relação entre dominantes e dominados, na estrutura de administração territorial do Estado do Chile. Metodologicamente, desenvolve-se uma análise das principais premissas elaboradas pelos autores da Teoria Crítica, para contrastá-las com elementos práticos do processo de descentralização político-administrativa do Estado chileno. Reflete-se acerca das reformas estruturais do Estado implementadas na década de 1980 e se elas trouxeram mudanças das relações de poder. O eixo central de debate com a teoria são as políticas de modernização do Estado, focadas na descentralização do poder político-administrativo, que foram desenvolvidas nos últimos 30 anos, por meio das novas formas de governo regional e local. Essas novas instâncias de governo permitiram, direta ou indiretamente, a participação da cidadania nas ações do governo e da gestão pública. No entanto, este artigo conclui, tanto sob a perspectiva teórica como a da práxis, que as lógicas e as formas de dominação do Estado chileno têm-se mantido inalteradas; além disso, elas aperfeiçoaram-se por meio da criação de órgãos descentralizados do poder. Os conflitos territoriais continuam, a relação centro-região é de dominação de cima para baixo. Portanto, isso põe em xeque o fato de que as políticas de modernização do Estado, baseadas em processos de descentralização, permitem modificar as relações de poder entre dominantes e dominados.

Teoria Crítica; Dominação; Estado; Descentralização; Burguesia.


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