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Laboratório do controle e controle do laboratório: práticas e táticas do poder e o problema da servidão voluntária

Laboratory of the control and control of the laboratory: practices and tactics of power and the problem of the voluntary servitude

O objetivo deste artigo é desvendar os mecanismos de controle e as táticas desenvolvidas em face desses mecanismos, no espaço de um laboratório de análise de alimentos e águas onde encontramos professores e alunos vinculados a uma faculdade de farmácia de uma universidade pública no estado de Minas Gerais. Utilizou-se, de um lado, as idéias de Foucault sobre o poder disciplinar nas organizações e, de outro, as idéias de Certeau sobre as táticas que permitem questionar a eficácia do poder disciplinar. Para tanto, empreendeu-se uma pesquisa de cunho qualitativo, por meio de entrevistas, do levantamento de dados secundários e da observação não-participante. Os resultados da pesquisa denotam mecanismos de controle sobre as atividades de trabalho - como as regras de conduta e de operação de equipamentos sofisticados, o controle dos horários e do vestuário - e, ainda, a indicação de alguns alunos para esse exercício. Os resultados também indicam a existência de táticas que driblam tais mecanismos na execução do trabalho diário. O artigo também discute um paradoxo identificado durante a investigação, que é a vontade manifestada pelos produtores das táticas de que haja um maior controle sobre eles próprios. O artigo questiona os referenciais teóricos que fundamentaram sua própria elaboração e propõe um debate sobre a idéia de servidão voluntária de La Boétie.

controle; poder; práticas e táticas do poder


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