CUSTOS DA CAPACITAÇÃO EM INSERÇÃO, REVISÃO E RETIRADA DE DISPOSITIVOS INTRAUTERINOS POR ENFERMEIROS

RESUMO

Objetivo:

analisar custos da capacitação do planejamento reprodutivo, com práticas de inserção, revisão e retirada de dispositivos intrauterinos por Enfermeiros.

Método:

estudo de caso, com dados coletados entre maio e dezembro de 2022, em Recife, Pernambuco, Brasil. Realizada a avaliação de micro custeio, por meio do custeio por absorção.

Resultados:

foram analisados dados de cinco turmas em 2022, totalizando 70 enfermeiros, e identificadas as despesas, os custos diretos e indiretos com a oferta do curso. Obteve-se o custeio por turma de R$17.846,89/U$3.307,79), com média de R$1.820,38 ou U$337,39/aluno/edição. Em comparação a outros cursos semelhantes, considera-se um curso de custo baixo, com resultados promissores para a qualidade da assistência em saúde sexual e reprodutiva.

Conclusão:

investir na capacitação de enfermeiros para o planejamento reprodutivo contribui para redução de indicadores de morbidade e mortalidade materno-infantil, associados com gestações não planejadas.

DESCRITORES:
Dispositivos Intrauterinos; Capacitação Profissional; Enfermeiras e Enfermeiros; Custos e Análise de Custo; Qualidade, Acesso e Avaliação da Assistência à Saúde

ABSTRACT

Objective:

To analyze the costs of training in reproductive planning, with nurses’ insertion, revision, and removal of intrauterine devices.

Method:

Case study, with data collected between May and December 2022, in Recife, Pernambuco, Brazil. The micro-costing evaluation was carried out using absorption costing.

Results:

Data from five classes in 2022 were analyzed, totaling 70 nurses, and the expenses and direct and indirect costs of offering the course were identified. The cost per class was R$17,846.89/U$3,307.79), with an average of R$1,820.38 or U$337.39/student/edition. Compared to other similar courses, it is considered a low-cost course with promising results for the quality of sexual and reproductive health care.

Conclusion:

Investing in training nurses in reproductive planning helps to reduce the indicators of maternal and child morbidity and mortality associated with unplanned pregnancies.

KEYWORDS:
Intrauterine Devices; Professional Training; Nurses; Costs and Cost Analysis; Health Care Quality, Access, and Evaluation

RESUMEN

Objetivo:

analizar los costes de la formación en planificación reproductiva, con la inserción, revisión y retirada de dispositivos intrauterinos por parte del personal de enfermería.

Método:

estudio de caso, con datos recogidos entre mayo y diciembre de 2022, en Recife, Pernambuco, Brasil. La evaluación de los microcostes se llevó a cabo utilizando el cálculo de costes por absorción.

Resultados:

Se analizaron los datos de cinco clases en 2022, con un total de 70 enfermeros, y se identificaron los gastos y los costes directos e indirectos de ofrecer el curso. El coste por clase fue de R$17.846,89/U$3.307,79), con una media de R$1.820,38 o U$337,39/alumno/edición. En comparación con otros cursos similares, se considera un curso de bajo coste con resultados prometedores para la calidad de la atención sanitaria sexual y reproductiva.

Conclusión:

Invertir en la formación de enfermeros en planificación reproductiva ayuda a reducir los indicadores de morbilidad y mortalidad materna e infantil asociados a los embarazos no planificados.

DESCRIPTORES:
Dispositivos intrauterinos; Formación profesional; Enfermeras y Enfermeros; Costes y análisis de costes; Calidad, acceso y evaluación de la asistencia sanitaria

HIGHLIGHTS

A capacitação para inserção de DIU possui baixo custo.

A oferta de DIU por enfermeiros aumenta o acesso assistencial.

O aumento da oferta reduz indicadores de morbimortalidade materna.

INTRODUÇÃO

No Brasil, o acesso aos serviços de saúde sexual e reprodutiva (SSR) é um desafio. De acordo com a pesquisa “Nascer no Brasil”, cerca de 55% das gestações não são intencionais, prevalentes entre mulheres pardas e jovens. Entre os desafios, estão a pequena quantidade de profissionais capacitados para ofertar e inserir Métodos Contraceptivos Reversíveis de Longa Duração (LARC), como o Dispositivo Intrauterino (DIU)¹.

A oferta de cursos de curta duração² ou formação continuada para profissionais da saúde é atividade necessária para atender às demandas e às atualizações de mercado. Profissionais capacitados melhoram a qualidade da assistência prestada^1,3-4. A estratégia adotada em diversos países é qualificar enfermeiras para assistência em SSR, ampliando o acesso aos LARC, com o objetivo de suprir as demandas não atendidas, garantir os desejos não reprodutivos e reduzir os indicadores de morbidade, mortalidade materna e infantil, associados com gestações não planejadas^5-7.

A legislação brasileira reconhece a importância dos enfermeiros na oferta desse serviço, e por meio da Nota Técnica N.º 31/2023, o Ministério da Saúde recomenda que a inserção de DIU seja realizada por médicos(as) e enfermeiros(as), desde que qualificados(as) no âmbito do planejamento reprodutivo e familiar⁸. Em 2022, o Conselho Federal de Enfermagem publicou a Resolução N.º 690/2022, que respalda a atuação de enfermeiros mediante capacitação com carga horária de 70 (setenta) horas, com 20 (vinte) inserções supervisionadas durante a consulta de Enfermagem⁹. Esses critérios são inclusos para o cálculo do custeio na oferta do curso e da viabilidade financeira para os gestores em saúde.

Entre pequenas empresas, é comum ter como base apenas o preço de mercado para se determinar o preço do produto, sem o conhecimento do custo alvo dos serviços, e, portanto, sem valoração adequada^10-11, situação que pode dificultar a manutenção de capacitações de forma continuada e sustentável¹⁰. São incipientes estudos e publicações científicas que trazem, ao contexto prático, a aplicabilidade de custeio de cursos de capacitação em saúde.

Portanto, é fundamental conhecer todos os custos para que seja atribuído real valor, precificação justa, mantendo o ofertante do serviço em equilíbrio contábil e saúde financeira. Assim, esse estudo objetiva analisar os custos da capacitação na assistência em planejamento reprodutivo, com práticas de inserção, revisão e retirada de DIU por enfermeiros.

MÉTODO

Estudo de caso, com metodologia quantitativa, do tipo custeio por absorção, utilizando-se dados da oferta de cursos de capacitação para Enfermeiros em planejamento reprodutivo.

A análise utilizada foi a avaliação de microcusteio. A perspectiva foi o prestador do serviço. O método de custeio por absorção é o método mais utilizado no Brasil e consiste em apropriar aos bens ou serviços produzidos todos os custos incorridos na produção (diretos ou indiretos, fixos ou variáveis)^12-13.

Os dados referentes aos treinamentos foram coletados durante o acompanhamento das Turmas 1 a 5, realizadas entre maio e dezembro de 2022. Cada turma cumpriu uma carga horária total de cerca de 70h entre aulas teóricas, simulação realística, práticas ambulatoriais e inserções pós-parto. As aulas teóricas, simulações e práticas foram conduzidas por duas enfermeiras obstetras, com título de mestre, qualificadas para inserção, revisão, retirada e para multiplicação do curso. Os treinamentos teóricos e práticos aconteceram em dois Hospitais Públicos. Um da rede Estadual e o outro Municipal da Cidade do Recife, com os quais foram firmados convênios para a capacitação de enfermeiros.

A titulação das facilitadoras foi considerada para o pagamento da hora/aula durante o curso. Por meio de convênio com o SUS, realizaram-se as práticas educativas e assistenciais em duas unidades de saúde conveniadas à rede de saúde Municipal do Recife e Estadual de Pernambuco. Desta forma, para o cálculo das remunerações, considerou-se o total de horas entre aulas teóricas e práticas supervisionadas por cada responsável.

O custo médio de uma capacitação completa foi levantado pelo departamento contábil, sendo analisados os seguintes aspectos: pagamento das instrutoras, investimento em materiais de uso permanente para educação e assistência, anualização dos equipamentos, materiais médico-hospitalares, material didático, local e estrutura organizacional para a manutenção do curso.

No Apêndice A, discriminam-se os custos de planejamento e execução do curso, com detalhamento da distribuição da carga horária dos enfermeiros que foram capacitados. Os valores foram calculados utilizando-se a unidade monetária brasileira, em reais e, posteriormente, convertidos para dólares americanos utilizando-se a seguinte taxa de conversão: 1 Real/BRL = 0,1976558/1 Dólar dos Estados Unidos/USD = 5,0593 Real/BRL. A conversão dos valores monetários para a moeda norte-americana foi executada com o propósito de simplificar a análise comparativa dos custos de cursos oferecidos no território brasileiro e em publicações de estudos internacionais.

Foi realizada a análise descritiva dos dados, com a apresentação dos valores absolutos e as distribuições relativas das despesas e dos custos diretos e indiretos em cada turma. Após a apuração do custeio total, foi obtida a média de custeio individual com o curso de capacitação. Os dados foram processados utilizando-se os aplicativos Excel 2010 e Word.

RESULTADOS

Durante o período do estudo, a média de frequência de participantes por edição do curso, foi de 14 participantes, mínimo de 10 e máximo de 18 alunos, totalizando 70 enfermeiros. A média de inserções de DIU por turma foi de 280 usuárias, com mínimo de 200 inserções e o máximo de 360 dispositivos inseridos. A estimativa total de inserções foi de cerca de 1.400 DIU até a turma 5.

As práticas supervisionadas aconteceram em seis encontros entre alunos, instrutoras e voluntárias. Os locais de prática foram: ambulatório de planejamento reprodutivo (turnos de 6 horas para cada dupla de enfermeiras, com 20 voluntárias) para consultas de inserção e de revisão; e, no ambiente hospitalar, para inserção do DIU no pós-parto imediato (turnos de 8 horas, com abordagem das parturientes durante o trabalho de parto ou até 48 horas no pós-parto). Cada enfermeiro foi considerado capacitado quando atingiu o quantitativo mínimo de 20 inserções supervisionadas em práticas ambulatórias e/ou pós-parto. A participação em mutirões era opcional.

Na Tabela 1, realiza-se a distribuição de despesas, os custos indiretos e diretos do curso para cada turma. Observa-se que, de acordo com a composição dos gastos, a maior parte dos custos é com despesas, quando o pagamento de pessoal representou 67,55% dos custos, seguidos pelos custos diretos com a assistência (assistência em planejamento reprodutivo em ambiente ambulatorial e, no pós-parto, compra de materiais médico-hospitalares, instrumentais para as práticas e simuladores), representados por 23,59% dos gastos.

O custeio indireto, representado pelas formas de divulgação e estrutura dos bastidores do curso, representou a menor distribuição dos gastos (8,86%). Os custos com mídias sociais corresponderam ao valor mensal investido em mídias e divulgação. Já os custos com a plataforma virtual, na qual foram depositadas as aulas gravadas, escritório virtual e assessoria contábil são custos anuais, diluídos pelo tempo de duração da capacitação das cinco turmas. Os materiais de expediente, as cópias e impressões de materiais educativos e os lanches foram custos despendidos a cada edição.

Tabela 1
Distribuição da apuração dos custos totais por edição do curso. Recife, PE, Brasil, 2022.

DESPESAS	DEPARTAMENTOS ADMINISTRATIVOS	VALORES EM R$ e em POR TURMA	% DOS GASTOS
DIRETORIA GERAL		2.700,00	15,13
GERÊNCIA FINANCEIRA		900,00	5,04
INSTRUTORA 1		4.500,00	25,21
INSTRUTORA 2		4.500,00	25,21
DIÁRIAS E PASSAGENS		200,00	1,12
SUBTOTAL		12.800,00	71,72
CUSTO INDIRETO	DEPARTAMENTOS AUXILIARES	POR TURMA	% DOS GASTOS
INFORMÁTICA - MÍDIAS SOCIAIS		400,00	2,24
INFORMÁTICA PLATAFORMA AULAS GRAVADAS		200,00	1,12
INFORMÁTICA - ESCRITÓRIO VIRTUAL		100,00	0,56
ALUGUEL DE SALA DE AULA		480,00	2,69
ASSESSORIA CONTÁBIL		200,00	1,12
MATERIAL DE EXPEDIENTE - CÓPIAS E IMPRESSÕES DE MATERIAIS EDUCATIVOS		100,00	0,56
MATERIAIS AUXILIARES - LANCHES		200,00	1,12
SUBTOTAL		1.680,00	9,41
CUSTO DIRETO	DEPARTAMENTO FINAIS	POR TURMA	% DOS GASTOS
PLANEJAMENTO REPRODUTIVO		480,00	2,69
SALA DE PARTO		480,00	2,69
MATERIAIS MÉDICO-HOSPITALARES		2.306,00	12,92
COMPRA DE INSTRUMENTAIS CIRÚRGICOS*		0,282051	0,001
COMPRA DE PELVE PARA SIMULAÇÃO REALÍSTICA*		0,607472	0,003
MATERIAL LABORATORIAL - TESTES DE GRAVIDEZ		100,00	0,56
SUBTOTAL		3366,89	18,86
TOTAL		17.846,89 / U$ 3.307,79**	100

• *Custo atualizado pelo valor de anualização. Cálculo na Tabela 2.
• **Data cotação utilizada: 30/01/2022. 1 Real/BRL = 0,1866577 Dólar dos Estados Unidos/USD / Dólar dos Estados Unidos/USD= 5,3574 Real/BRL
• Fonte: As autoras (2022).

O custo com materiais médico hospitalares, que considerou os tipos e as quantidades de materiais utilizados por inserção, pesquisados no Banco de Preços em Saúde (BPS), foi de R$ 115,30; e para cada 20 inserções, que representa o quantitativo mínimo exigido para cada enfermeiro, é de R$2.306,00 ou U$455,79.

Os custos com modelos de pelve e instrumentais cirúrgicos tiveram o valor de compra (pelves - R$2.178,00)/(instrumentais - R$4.690,90), atualizado pelo valor anual do item, considerando o fator de anualização, no qual foram considerados o tempo de vida útil de matérias permanentes, e taxa de desconto adotada por estudos de avaliação econômicas no Brasil^12-13. O valor do rateio foi dado pela equação: Cálculo do custo anual = valor atual do item/fator de anualização (Tabela 2). O rateio se faz necessário, pois esses equipamentos possuem durabilidade superior a um ano e pode ser reutilizado em cada turma.

Tabela 2
Cálculo do Valor atual do item, considerando o Fator de anualização. Recife, PE, Brasil, 2022.

Custos de Capital	Taxa de desconto	Vida útil	Fator de anualização*	Valor atual	Valor atual do item pelo fator de anualização
Compra Pelves	5%	10 anos	7.722	2.178,00	0,282051
Instrumentais Cirúrgicos permanentes	5%	10 anos	7.722	4.690,90	0,607472

• *Fonte: Terris-Prestholt, Santos, Sweeney, Kumaranayake (2011)14

DISCUSSÃO

Enfermeiros capacitados dentro das diretrizes recomendadas pelo Conselho Federal de Enfermagem⁹ podem realizar o procedimento de inserção, revisão e retirada dos dispositivos intrauterinos de forma segura, eficiente e com boa taxa de aceitação do método entre as usuárias, devido ao aconselhamento prévio à inserção, por meio de educação em saúde e esclarecimento de dúvidas antes do procedimento e realização das práticas supervisionadas^{6, 15-17}, contribuindo, assim, para o aumento das necessidades contraceptivas atendidas e a redução das gravidezes não intencionais na região¹⁸.

Observa-se na literatura publicações de relatos de caso^15-16 com a experiência da capacitação em inserção de DIU para enfermeiros, e até ensaios clínicos com os efeitos nas práticas profissionais e oferta dos métodos LARCs^17-18, porém, sem a análise do custeio para a sua realização. Estudos identificados sobre avaliação de custeio são predominantemente sobre cursos de graduação ou pós-graduação. Há uma incipiência de artigos sobre os custeios de cursos de capacitação na área da saúde.

Em estudos de análise de custeio, à semelhança do estudo em tela, também utilizaram a metodologia do custeio por absorção, nos quais foram examinadas as despesas com os cursos ofertados, o espaço físico, a divulgação, as diárias, as passagens e o combustível, a produção e reprodução de material didático, o material de consumo, e os serviços por ano de curso^19-21.

O levantamento do custo durante o processo produtivo na elaboração e oferta de cursos também foi a técnica de apuração realizada em um estudo observacional em Melbourne, na Austrália, onde foram avaliados os custos e custo-benefício da capacitação de médicos para atuarem em emergência hospitalar. Foram calculados os custos de start-up: recrutamento e inicialização de US$3.111, educação de US$1.257, administração de US$866 e custos de mudança clínica US$1.137 (custo geral US$6317 por médico capacitado por competências)²².

Em outro, foram avaliados custos para capacitar enfermeiras oncológicas pediátricas, por competências. A análise mostrou que o custo por enfermeira treinada foi, respectivamente, de $3.700; $4.350; e $5.500. Os primeiros indicadores de eficácia mostram que as taxas de retenção são altas, as instituições de origem estão satisfeitas e as enfermeiras treinadas compartilharam seus conhecimentos e melhoram a assistência²³.

Conhecendo-se a média de valor de R$ 1.820,38 ou U$ 337,39/aluno/edição, apurada neste relato de caso, observa-se que, dada a importância do conteúdo do ponto de vista de saúde pública e os impactos positivos na qualidade assistencial e de vida da população, é fundamental qualificar cada vez mais enfermeiros para a sua oferta.

Capacitar profissionais representa estratégia custo efetiva e reduz os custos e as complicações assistenciais, como foi observado em um estudo que avaliou a redução da mortalidade neonatal com intervenções educacionais de baixo custo entre enfermeiros (Essential New Born Care) no Zâmbia²⁴.

É imprescindível, entretanto, que essa demanda de formação e qualificação de enfermeiros seja olhada com interesse pelos órgãos públicos, a fim de viabilizar o desenvolvimento das competências entre os profissionais nas redes de atenção à saúde e consigam assim, atender às demandas não satisfeitas da população.

Aumentar a proporção da demanda satisfeita por métodos contraceptivos ajudará a prevenir gravidez indesejada, reduzindo os riscos de morbidade e mortalidade materna (indicador do Objetivo do Desenvolvimento Sustentável - ODS 3.1.1) e mortalidade de menores de cinco anos (ODS 3.2.1)^25-26.

Igualmente, o aumento do uso de contraceptivos reduz o risco de gravidez em idades jovens, podendo facilitar o sucesso educacional das mulheres (ODS 4.3.1) e contribuir na redução de mulheres e crianças que vivem na pobreza (ODS 1.2.1), possibilitando com o desenvolvimento social e econômico da região^25-26.

Esse estudo possui limitações. A apuração por meio do custeio por absorção inclui custos fixos que não mudam com o volume de produção. No curto prazo, com apenas poucas turmas de capacitação, esse tipo de apuração pode fornecer a falsa impressão de um custeio muito maior do que seria observado se o volume de produção fosse aumentado (mais turmas de capacitação). Uma apuração de custeio variável ou custeio baseado em atividades poderia obter uma visão mais precisa dos custos, focando nos custos diretamente atribuíveis à produção adicional, em uma segunda etapa de análise de dados de custos.

Outra limitação deste estudo é a pequena capacidade comparativa com outros estudos de objetos de investigação semelhantes, que envolvam a apuração de custeio de cursos de capacitação, o que impossibilitou a realização de uma análise comparativa de benchmarking com períodos diferentes. Devido a lacunas na produção literária sobre o assunto, não foi possível realizar essa análise comparativa. Com a avaliação de benchmarking, seria possível identificar áreas de melhoria, adotar práticas de excelência e, consequentemente, alcançar um desempenho superior dos cursos com os respectivos custos associados.

CONCLUSÃO

O custo da capacitação em planejamento reprodutivo para enfermeiros possui uma média de valor de R$1.820,38 ou U$337,39, por aluno, para atender os requisitos mínimos e legais necessários para que o profissional seja considerado apto. Os achados desse estudo apresentam informações úteis para a tomada de decisão de gestores locais em saúde, quanto à previsão de recursos financeiros para a viabilização deste tipo de curso, proporcionando um adequado planejamento e factibilidade da manutenção da oferta de forma duradoura na rede de assistência à saúde.

É importante que se discutam estratégias de oferta de capacitação para profissionais que buscam aperfeiçoamento de suas práticas, diversificando atendimentos, proporcionando autonomia, segurança e contemplação das necessidades da população.

• COMO REFERENCIAR ESTE ARTIGO:

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APÊNDICE 1

Editado por

Editora associada:

Dra. Tatiane Trigueiro

Datas de Publicação

• Publicação nesta coleção
  20 Set 2024
• Data do Fascículo
  2024

Histórico

• Recebido
  25 Ago 2023
• Aceito
  24 Maio 2024