Open-access O USO DE HISTÓRIA EM QUADRINHOS NO CUIDADO À CRIANÇA NA UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA PEDIÁTRICA

RESUMO

Objetivo:  Conhecer a participação da criança no cuidado de Enfermagem a partir de uma intervenção lúdica na Unidade de Terapia Intensiva Pediátrica.

Método:  Estudo qualitativo, realizado entre outubro de 2022 a fevereiro de 2023 na Unidade de Terapia Intensiva Pediátrica com dez crianças entre cinco e 11 anos, no Maranhão, Brasil. Utilizou-se uma história em quadrinhos sobre crianças hospitalizadas. Optou-se pela Análise Temática de Minayo para análise dos dados.

Resultados:  A participação da criança no cuidado deu-se por liberdade de expressão e estímulo a conhecer a situação clínica de forma própria para a idade. O uso dos quadrinhos mostrou-se uma tecnologia para brincar, educar e cuidar, pois reuniu elementos lúdicos e educativos capazes de intervir nessas três dimensões.

Conclusão:  A participação da criança no cuidado envolveu escuta sensível, comunicação adequada para a idade, abordagem inclusiva e o permitir ser criança enquanto aprende sobre si e o ambiente.

DESCRITORES: Humanização da assistência; História em quadrinhos; Jogos e brinquedos; Unidade de Terapia Intensiva Pediátrica; Tecnologia.

ABSTRACT

Objective:  To learn about children’s participation in nursing care through a playful intervention in the Pediatric Intensive Care Unit.

Method:  Qualitative study carried out between October 2022 and February 2023 in the Pediatric Intensive Care Unit with ten children between five and 11 years old in Maranhão, Brazil. A comic book about hospitalized children was used. Minayo’s Thematic Analysis was used to analyze the data.

Results:  The child’s participation in the care took place through freedom of expression and encouragement to learn about the clinical situation in a way that was appropriate for their age. Comics proved to be a technology for playing, educating, and caring, combining playful and educational elements capable of intervening in these three dimensions.

Conclusion:  The child’s participation in care involved sensitive listening, age-appropriate communication, an inclusive approach, and allowing them to be a child while learning about themselves and their environment.

KEYWORDS: Humanization of care; Comic Book; Play and Playthings; Intensive Care Units; Pediatric; Technology.

RESUMEN

Objetivo:  Conocer la participación de los niños en los cuidados de enfermería a través de una intervención lúdica en la Unidad de Cuidados Intensivos Pediátricos.

Método:  Estudio cualitativo, realizado entre octubre de 2022 y febrero de 2023 en una Unidad de Cuidados Intensivos Pediátricos con diez niños de entre cinco y once años, en Maranhão, Brasil. Se utilizó un cómic sobre niños hospitalizados. Para analizar los datos se utilizó el análisis temático de Minayo.

Resultados:  La participación del niño en los cuidados adoptó la forma de libertad de expresión y estímulo para conocer la situación clínica de forma adecuada a su edad. El uso del cómic resultó ser una tecnología para jugar, educar y cuidar, ya que reunía elementos lúdicos y educativos capaces de intervenir en estas tres dimensiones.

Conclusión:  La participación del niño en los cuidados implicaba una escucha sensible, una comunicación adecuada a su edad, un enfoque integrador y permitir ser un niño mientras aprendía sobre sí mismo y su entorno.

DESCRIPTORES: Humanización de los cuidados; Cómics; Juegos y juguetes; Unidad de Cuidados Intensivos Pediátricos; Tecnología.

HIGHLIGHTS

  1. A história em quadrinhos estimula a participação no cuidado.

  2. A história em quadrinhos é uma ferramenta para avaliação ampliada.

  3. Recurso que facilita e qualifica a assistência de enfermagem.

  4. Instrumento útil em Unidade de Terapia Intensiva Pediátrica.

HIGHLIGHTS

  1. A história em quadrinhos estimula a participação no cuidado.

  2. A história em quadrinhos é uma ferramenta para avaliação ampliada.

  3. Recurso que facilita e qualifica a assistência de enfermagem.

  4. Instrumento útil em Unidade de Terapia Intensiva Pediátrica.

INTRODUÇÃO

A participação da criança no cuidado deve ser considerada em todos os espaços de saúde1. Um direito, inclusive, preconizado pela Resolução do Conanda n. 41/95 para crianças e adolescentes hospitalizados, cujo objetivo visa atender necessidades específicas desse público e ofertar assistência integral e humanizada2.

No contexto dos cuidados intensivos, onde muitas vezes a tecnologia dura em saúde é supervalorizada em detrimento dos aspectos subjetivos do cuidado, pensa-se que a leitura terapia pode ofertar experiências positivas por meio de livros adequados às necessidades da criança3.

Esse tipo de intervenção pode contribuir para a recuperação da criança na Unidade de Terapia Intensiva Pediátrica (UTIP), uma vez que permite o uso de outras abordagens que integram percepções dos indivíduos e suporte emocional, como o acolhimento, o vínculo, a escuta qualificada e o conhecimento científico4.

A relevância desse tipo de estratégia mostra-se pela interferência da recreação no desenvolvimento infantil, capaz de moldar percepções, comportamentos e gerar impactos positivos, sobretudo, quando o contexto envolve experiências difíceis. Técnicas lúdicas podem transformar o cotidiano hospitalar e auxiliar na superação de eventos críticos5.

Regulamentado pelo Conselho Federal de Enfermagem conforme Resolução 546/2017, o brincar é apresentado como mediador de intervenções no processo de cuidar do enfermeiro6; associado ao uso de livros e contação de histórias, tem mostrado resultados favoráveis na assistência infantil ao permitir comunicação, troca de informações e melhor compreensão sobre o processo saúde-doença, uma vez que esse público apresenta modos peculiares de entender e representar a própria realidade7.

Desenvolvido de maneira planejada e estruturada, o uso dos quadrinhos como instrumento de cuidado do enfermeiro pode ressignificar experiências difíceis durante a internação, capacitar a criança para o autocuidado, bem como instruir de forma divertida para procedimentos e tratamentos invasivos8. Entretanto, é pouco utilizado no cuidado à criança, principalmente na UTIP. Apenas em pesquisas recentes houve produção científica sobre a contação de histórias8.

A condição de saúde de uma criança não deve ser considerada barreira para a utilização de recursos lúdicos. Mesmo no contexto do cuidado intensivo com restrições físicas e disfunções significativas, o planejamento de intervenções conforme a singularidade da criança pode facilitar a interação com o profissional de Enfermagem por meio de livros adaptados às necessidades da criança, uso de tecnologias e equipamentos eletrônicos9.

A história em quadrinhos (HQ), cuja narrativa combina textos e atributos visuais com humor e seriedade, pode transmitir informações e representar os aspectos emocionais e sociais do processo saúde-doença, de forma a favorecer o acolhimento da criança e seus familiares na UTIP, estreitar relações, humanizar o cuidado e possibilitar autonomia e participação na terapêutica10.

Esta pesquisa buscou responder como ocorre a participação da criança no processo terapêutico com o uso de uma história de cuidado (HQ) em uma UTIP. Objetiva-se conhecer a participação da criança no cuidado de Enfermagem a partir de uma intervenção lúdica na Unidade de Terapia Intensiva Pediátrica.

MÉTODOS

Estudo exploratório, descritivo, de caráter qualitativo, derivado de um estudo matricial, intitulado “A Enfermagem no Educar, Brincar e Cuidar durante a Hospitalização Infantil”.

Participaram 10 crianças de ambos os sexos, com idades entre cinco e 11 anos, hospitalizadas na UTIP do Hospital Universitário da Universidade Federal do Maranhão.

Foram incluídas crianças acordadas, capazes de verbalizar e expor suas opiniões durante a leitura e/ou escuta da HQ. Não foram incluídas aquelas com algum tipo de deficiência cognitiva, neurológica que pudesse comprometer a expressão e a verbalização durante a intervenção, bem como as gravemente debilitadas ou com dor - avaliada mediante escala visual analógica.

A coleta de dados ocorreu entre outubro de 2022 a fevereiro de 2023. O responsável era abordado, e após o aceite, assinava o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE). Seguidamente, buscava-se conhecer a criança, consultar sobre a participação do estudo e proceder a assinatura do Termo de Assentimento (TA).

A intervenção iniciou-se por meio da seguinte pergunta: “Você aceita ler um livro ou ouvir uma história divertida sobre duas crianças habitantes do Planeta Bipe comigo?” Depois do aceite, era apresentado o livro “Kaká e Joaninha no Planeta Bipe” com uma breve descrição sobre o conteúdo da HQ (Figura 1).

A HQ foi construída para a realização deste estudo. Ela apresenta vivências e descobertas de duas crianças hospitalizadas na UTIP e aborda o ambiente como um planeta desconhecido e cheio de cuidados. O material gráfico foi organizado em frente e verso, composto por 62 páginas ilustradas e coloridas. Possui linguagem simples e direta. O conteúdo foi criado e organizado por meio da ferramenta gratuita de design gráfico online - Canva (Figura 1).

Figura 1
Capa e capítulos do livro. São Luís, MA, Brasil, 2023

Durante a leitura, os participantes eram estimulados a identificar objetos, personagens e expor experiências durante a hospitalização. As crianças tiveram autonomia para ouvir a história ou ler de forma simultânea com a pesquisadora, além de iniciar, encerrar ou continuar a leitura após cada capítulo. A avaliação da intervenção foi realizada ao final da leitura por meio de conversas, desenhos e pinturas sobre a HQ. Após, o livro impresso era doado à criança. Toda a intervenção foi audiogravada e realizada na presença do responsável. As percepções da pesquisadora foram registradas em diário de campo. Encerrou-se a coleta a partir do critério de saturação11. O tempo médio das intervenções foi de 50 minutos, conforme condição clínica e rotatividade da UTIP.

Para a análise de dados, utilizou-se a Análise Temática11 constituída por três etapas: pré-análise, exploração do material e tratamento dos resultados obtidos e interpretação.

O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética e Pesquisa do Hospital sede do estudo, sob o Parecer Consubstanciado do projeto matricial de número 5.163.022. Para garantir o anonimato dos participantes, a identificação foi feita por meio de personagens infantis escolhidos pelas crianças.

RESULTADOS

Dos 10 participantes do estudo, nove residiam no interior do Maranhão, apenas um era residente da capital. Todos os participantes apresentaram tempo de internação superior a 24 horas, sendo a média de 48 horas; apenas um apresentou tempo de internação superior a 20 dias. As causas de internações mais comuns foram o pós-operatório de grandes cirurgias.

A leitura em profundidade das entrevistas e diários de campo permitiu organização dos núcleos temáticos e interpretação. Assim chegou-se às subcategorias, categorias e tema (Figura 2).

Figura 2
Diagrama: tema, categorias e subcategorias. São Luís, MA, Brasil, 2023

O tema, a participação da criança no processo terapêutico por meio de uma história de cuidado, mostra que o envolvimento da criança no cuidado deu-se principalmente por liberdade de expressão, escuta sensível do profissional e estímulo a conhecer sobre a situação vivenciada de forma própria para a idade e condição clínica.

A primeira categoria, contribuições da história em quadrinhos para o estímulo interativo e cognitivo, pontua como os quadrinhos cativam a criança durante a intervenção, sendo um instrumento capaz de modificar o ambiente privativo do participante na UTIP, e evidencia as principais contribuições da leitura para o cuidado, de modo a favorecer a mudança de comportamento, recuperação e autonomia infantil.

A subcategoria recreação e bem-estar, evidencia que o gênero literário e organização do livro estimulou os sentidos dos participantes. A sequência narrativa dos fatos, expressões faciais dos personagens e imagens de objetos presentes no contexto da internação, proporcionou interesse e interação com a pesquisadora, ao ler ou ouvir a história, mesmo a criança não sendo alfabetizada:

(Você sabe ler?) Não. Mas eu gosto de ouvir história e ver os desenhos. (Cascão)

(O que você achou de ler uma historinha na UTIP?) eu gostei, acho que precisa brincar mais com as crianças. (Frozen)

Contar histórias é uma maneira simples de criar oportunidade de aproximação com as crianças, de produzir experiências positivas mesmo em situações graves. Uma intervenção lúdica abre canais de comunicação importantes entre profissional e criança e permite que ela expresse necessidades. O brincar, é, para a criança, uma necessidade, e num ambiente de cuidados intensivos acaba sendo deixado para depois em muitas situações. A contação de histórias proporcionou acesso à essa dimensão com a leveza e cuidados necessários.

Outra contribuição foi a promoção do conforto, o que leva a mudança de humor, como sentir-se animado, relaxado e alegre:

(No decorrer da leitura, apresenta uma face bem mais relaxada, entre uma fala ou outra dos personagens a criança solta risos e conversa com a mãe). (Sereia Ariel). (Diário de campo)

(O que sentiu depois da leitura da historinha?) eu me senti feliz. [...] ser feliz é sorrir na hora de ler. (Cascão)

A leitura promoveu relaxamento e bem-estar. Essa interação mostra a satisfação da criança durante a intervenção e proporcionou a mudança de humor, mesmo com limitações significativas devido ao adoecimento.

Na subcategoria estímulo cognitivo e motor, a utilização da HQ colaborou na implementação de intervenções lúdicas na UTIP. O adoecimento não foi um fator limitante no uso dessa estratégia para crianças em condições graves. Houve estímulo e aprendizado, e crianças que passaram por grandes cirurgias ou longos períodos em ventilação invasiva puderam se beneficiar com a contação e leitura de histórias, se divertir com os personagens, e trabalhar suas habilidades motoras que, devido ao problema de saúde, estavam debilitadas:

(Como foi ler a historinha?) agora eu sei de muitas coisas quando eu for embora. (Homem de Ferro)

([...] a habilidade motora fina à esquerda estava prejudicada, segurava o lápis com dificuldade, apresentou lentidão para formar os círculos ao redor dos desenhos). (Batman)

As intervenções invasivas e necessárias realizadas na UTIP, além do adoecimento, podem interferir no desenvolvimento infantil, assim como produzir situações transitórias ou definitivas na condição das crianças. A avaliação criteriosa e respeitosa dessas habilidades e circunstâncias, é algo crucial na Enfermagem, como também cuidar a fim de melhorar essas condições e despertar vontade de seguir com o tratamento. A HQ em questão foi capaz de reunir diferentes estímulos durante o brincar supervisionado, fazendo a criança sentir-se à vontade para interagir.

Na subcategoria autonomia, a utilização dos quadrinhos na UTIP contribuiu para a participação e exercício da autonomia na intervenção:

(Trouxe tintas e lápis de cores pra gente). Cadê? Eu quero brincar agora, pode? (Sereia Ariel)

(Deseja continuar a leitura?) Depois, é que tô um pouco cansada e queria dormir. (Mulher maravilha)

(Pode escolher outro capítulo do livro). Tia, eu quero continuar depois. (Magali)

A interação mostra o respeito às preferências dos participantes de modo que tiveram a oportunidade de escolher qual o capítulo do livro a ser lido, sendo questionados sobre o desejo de continuar ou finalizar a leitura. Como observado, houve um participante que preferiu desenhar antes de ler, outros, pausar a leitura e terminar outra hora.

A segunda categoria, contribuições da história em quadrinhos para a expressividade da criança, apresenta as perspectivas dos participantes sobre o processo saúde e doença. Traz a leitura como recurso terapêutico que favorece a identificação, criatividade, expressão de pensamentos e sentimentos.

Na subcategoria expressão de pensamentos, experiências e sentimentos, a utilização da leitura na UTIP oportunizou diálogos sobre experiências durante a internação, os participantes verbalizaram traumas e preocupações:

(O que você está achando de ficar aqui?) Eu acho bom, mas tem um lado ruim que é a hemodiálise. [...] hemodiálise é tipo ficar tirando o curativo, aí não gosto. (Cascão)

Ei, tia, eu lembro daquela sala que eu entrei e dormi (CCI) [...] eu subi dormindo, ele (médico) abriu aqui (coração) e fez o curativo, agora tá cicatrizando. Quando eu crescer vai aparecer? (Sky)

Expressar preferências e preocupações evidenciam a HQ como estratégia para o conhecer a criança e suas percepções sobre o tratamento. Desta forma, cria oportunidade do enfermeiro intervir de forma humanizada e individualizada.

De modo semelhante, alguns participantes conseguiram expressar sentimentos negativos como medo, vergonha durante o curativo e o descontentamento com restrições alimentares:

[...] eu sinto medo, acho que sou medroso (para fazer o curativo). [...] às vezes eu não quero porque dói. Eu sinto vergonha, porque eu choro às vezes pra fazer. (Homem de Ferro)

[...] se comer chocolate, as bactérias também vão aparecer, aí eu não posso comer chocolate e nem salgadinho. Uma vez ela (mãe) deixou eu comer lá em casa, tipo um chocolate, uma pizza. [...] eu gosto, mas às vezes ela não deixa. (Cascão)

A HQ propiciou o expressar de medos e sentimentos por meio de figuras animadas e enredo característico sobre a rotina de pacientes internados; percebe-se que a promoção do diálogo é possibilitada a partir do desenvolvimento de uma relação de confiança entre a criança e o profissional.

Evidencia-se na subcategoria identificação e criatividade a identificação dos participantes com a narrativa dos personagens da história. Os quadrinhos favoreceram representações de vivências e sentimentos:

[...] ela tem cateter também? Ela faz o curativo do cateter? (expressão de felicidade). Mamãe a Joaninha tem um cateter, no livro, eu gostei (risos). [...], é igual o meu. (Cascão)

Ela fez uma cirurgia igual a minha, eu também tenho uma cirurgia no coração. (Frozen)

A representatividade fez muita diferença na rotina dos participantes. A animação ao visualizar e ouvir a experiência de vida dos personagens sobre o uso de cateter e necessidade de curativo, promoveu identificação e demonstração de sentimentos positivos constatada pelo entusiasmo e alegria. As crianças ficaram mais envolvidas e puderam experimentar novas possibilidades de enfrentamento.

A criatividade também esteve presente durante a leitura da história. Os participantes dramatizaram situações difíceis e imaginaram enredos fictícios para os personagens expondo comportamentos, expectativas e emoções:

Eu vou fazer tudo lá (outro planeta), vou comer, fazer xixi, andar. [...] vou poder fazer tudo. A joaninha tá dizendo que pode banhar no chuveiro. (Sky)

[...] eu acho que aqui a Joaninha tá chorando. Ela tá envergonhada de tirar o curativo. Eu não fico envergonhado, eu choro, mas deixo fazer o meu curativo. [...] porque eu tenho medo de tirar o curativo também. Mas se a Joaninha também chora, eu choro também. (Cascão)

A leitura sobre alta hospitalar significou liberdade e esperança, pois as restrições impostas na UTIP poderiam ser superadas em outro ambiente. Além disso, as colocações são cheias de entusiasmo e criatividade.

Já os sentimentos negativos no personagem, possibilitaram abertura para que a criança pudesse se expressar. Houve exposição de medo e vergonha, sendo a criança encorajada a enfrentar os desafios através do exemplo da personagem que é acolhida, respeitada e consegue colaborar na realização do procedimento.

A subcategoria autopercepção do processo saúde-doença, aborda o olhar da criança sobre saúde, doença e hospitalização. Descreve o entendimento e percepções dos participantes sobre o ambiente da UTIP, rotina e cuidados:

[...] eu sabe que tô aqui porque eu vim fazer cirurgia, eles abriram e trataram. (Sky)

[...] elas (enfermeiras) fazem banho assim pra crianças que não conseguem andar e nem se movimentar. (Homem de Ferro)

[O que as enfermeiras fazem aqui?] elas lavam o coração da gente. (Frozen)

Os participantes verbalizaram entendimentos sobre condições e situações que envolvem o ambiente de internação. Portanto, conhecer a percepção das crianças sobre o que estão vivenciando e sobre o trabalho da equipe é fundamental para o cuidado. Permitir que a criança fale de si e da situação é valorizar seu saber e deixar que elaborem sentimentos complexos.

DISCUSSÃO

Com base nessa experiência, percebe-se que o uso de atividades lúdicas e linguagem infantil estabelece conexão e aproximação entre a criança e a enfermeira, aspecto importante para os profissionais intensivistas pediátricos, cujo ambiente de trabalho é pouco atrativo para os pacientes5. Acerca da humanização do cuidado, há evidências do brincar na mudança de humor, redução do medo e ansiedade, tornando o ambiente da internação mais alegre e agradável7. Esse tipo de estratégia contribui na realização de procedimentos desconfortáveis e atua na redução significativa do estresse ao promover relaxamento e bem-estar durante as brincadeiras12. Sendo assim, promover recreação no hospital é uma ação terapêutica necessária que assegura o direito de ser criança e de vivenciar a infância7.

Intervenções lúdicas realizadas pela Enfermagem oferecem à criança uma forma de comunicação, pois mediante o brincar, a criança fala sobre si, sobre a atividade e aos poucos vai transformando a realidade. O uso de instrumentos que interfiram na experiência do tratamento como a brincadeira e a leitura, no sentido de levar informação, entreter, desenvolver vínculo e confiança no profissional, são aspectos que qualificam a assistência do enfermeiro e contribuem para a humanização do cuidado e participação da criança no tratamento13-14.

A leitura terapia aplicada de forma planejada pela Enfermagem é relevante para pacientes em vulnerabilidade por envolver diferentes realidades e atuar tanto nos estímulos motor quanto perceptivos. É útil ao oferecer experiências agradáveis e contribuir para o desenvolvimento biopsicossocial12-13.

O uso dos quadrinhos por meio de histórias e personagens podem influenciar nas decisões e construir novas perspectivas sobre o adoecer. Estimular com o auxílio da contação de histórias impacta positivamente no conhecimento e proporciona ao paciente apropriação sobre a sua condição de saúde10. Nesta pesquisa a HQ possibilitou avaliar a criança, entender as suas limitações e trabalhar a aprendizagem e habilidades prejudicadas, de forma lúdica.

Em relação à autonomia, opinar e decidir no contexto da UTIP não é uma prática comum para a criança; os procedimentos invasivos em emergências e medicações controladas são constantemente realizados sem que a criança possa escolher a melhor hora para fazê-los. Porém, pacientes acordados e clinicamente estáveis podem ser orientados sobre a terapia e questionados sobre suas preferências durante a internação15.

Autonomia tem relação com informação e liberdade de decisão, para que o paciente entenda sobre o tratamento ele precisa previamente ser exposto aos conceitos e opções sobre a terapia. Na pediatria esses conceitos precisam estar alinhados à necessidade da criança, respeitar individualidades e maturidade cognitiva16. Para que haja transformação do cuidado do enfermeiro, esse direito precisa ser garantido e as escolhas da criança respeitadas.

Isso acontece na medida em que se integra a criança e responsável com maior abrangência nas discussões; permitindo o protagonismo com espaço de fala, oportunidade de aprendizado e respeito enquanto pessoa social que participa e interfere nas tomadas de decisões durante a terapia1,17

Essa pesquisa incluiu o participante no tratamento e considerou as decisões sobre a intervenção, sendo suas considerações respeitadas, inclusive o direito de dizer não. Essa pauta é acentuada quando se defende a inclusão da criança como parte integrante da equipe de saúde, capaz de compreender sobre sua condição, sendo importante oportunizar o desenvolvimento de habilidades para o agir autônomo14.

Portanto, é preciso abrir espaço para que a criança consiga se comunicar e representar a realidade. Enquanto ferramenta mediadora e facilitadora desse processo, o brincar é retratado como instrumento adequado à idade e maturidade da criança4-5,12.

A HQ na UTIP permitiu ouvir a criança e refletir sobre o sofrimento vivenciado. Essas contribuições validam o brincar estruturado como importante estratégia lúdica com benefícios na expressividade e enfrentamento da doença. Os quadrinhos proporcionam à criança falar sobre si sem constrangimento ao basear suas expectativas e experiências de vida nos personagens, visto que é uma ótima maneira de expressar o descontentamento durante a internação10. Para o enfermeiro é proveitoso na assistência, pois auxilia a criança na aceitação da condição de saúde e adaptação a uma nova realidade15.

Ao utilizar abordagens como essa, a hospitalização passa a fazer mais sentido para o paciente, o cuidado passa a ser integral, pois contribui para o tratamento sem desconsiderar o desenvolvimento infantil7,18. O enfermeiro pode, inclusive, aproveitar o potencial da HQ enquanto recurso lúdico e educacional para ensinar as crianças sobre o processo de adoecimento, deixando-as mais tranquilas e colaborativas nos procedimentos17-18.

A HQ é um recurso textual e visual que facilita a compreensão do espectador sobre determinado assunto, e no contexto das ciências médicas vem sendo utilizada para transmitir conceitos complexos sobre o processo saúde-doença19. A combinação entre o lúdico e o científico na pediatria influencia no entendimento sobre as expectativas dos pacientes e favorece a identificação ao cruzar suas histórias de vida com o enredo dos personagens20.

A relevância dos quadrinhos na pediatria baseia-se na simulação de situações de cuidado que permite à criança representar sentimentos nos personagens, adaptar-se aos desafios impostos pelo adoecer e superar eventos traumáticos18-19. Inserir o lúdico como terapia estimula o imaginário e a criatividade; possibilita a visualização da internação como algo mais simples e menos assustador12,21 Para os participantes, atuou como mediador de conflitos internos, os quais dramatizaram situações difíceis por meio do estímulo imaginário.

Expor emoções impacta de tal maneira no tratamento que pode auxiliar os profissionais a entender o sofrimento da criança. Esse tipo de dinâmica pode ajudar a lidar melhor com os aspectos biopsicossociais do processo saúde-doença20-22. Considerando que na UTIP a criança tende a ficar mais isolada, ler é uma ótima estratégia para amenizar os sentimentos de solidão. Mesmo crianças menores podem praticar a leitura mediante interpretação criativa dos quadrinhos, uma forma de entender e explicar experiências vivenciadas no hospital3.

Envolver a criança no cuidado tem a ver com a elucidação de conceitos difíceis de forma didática. Se o hospital pode causar estranheza à primeira vista, é provável que a UTIP seja ainda mais assustadora, e por vezes, traumática15. Falar com a criança sobre todas essas coisas as coloca como protagonistas do ambiente, há mudança de comportamento e participação ativa quando são provocadas a expor entendimentos, opiniões e aprendizados17,20-21.

Trocar conhecimento com a criança coloca o profissional numa posição de igualdade, ambos se aproximam e a criança fica disposta a compartilhar suas interpretações de vida. Isso é retratado como essencial para promover a participação na terapia14,17,21. Assim sendo, é relevante saber se comunicar com esse público, oportunizar questionamentos e reflexões sobre vivências, rotinas e o próprio adoecimento; assim como incorporar estratégias baseadas em suas necessidades, considerando a carga biopisicobiológica negativa que o adoecimento pode desenvolver na criança7,22.

Como limitações destacam-se o tempo diminuto que as crianças permanecem em condições para realização da intervenção e a alta rotatividade dos leitos, sendo necessário mais estudos que compreendam o brincar através da contação de histórias na UTIP.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

O uso de uma HQ como intervenção de Enfermagem permitiu a participação da criança no cuidado por meio da escuta, da comunicação lúdica, da abordagem inclusiva no ser criança enquanto aprende sobre si e o ambiente. Abordou situações comuns da UTIP, como o contexto da admissão e internação, troca de curativo, uso de sondas, banho no leito, o brincar no hospital e a alta da UTIP de forma simples e real. Além disso, ao final de cada capítulo os jogos e atividades educativas colaboraram no processamento das informações.

Desta forma, as crianças puderam brincar, desenhar e conversar sobre o processo saúde-doença. Enquanto leitura conjunta ou contação de história, a criança foi estimulada a se expressar e resgatar habilidades que, devido à doença ou intervenções invasivas não estavam sendo consideradas. A leitura foi útil para promover educação em saúde e envolvê-las no cuidado, exerceu importante papel na recuperação por meio do estímulo e aprendizagem. Não houve barreiras significativas para o uso desse tipo de estratégia, embora tenha sido desafiadora. Participantes com alterações na mobilidade puderam ler a história, conhecer suas limitações e superar os desafios relacionados ao adoecimento.

Considera-se que esse tipo de abordagem é relevante na UTIP pois permite que crianças em condição de saúde delicada participem e possam falar de si, das suas necessidades e questionar. É direito da criança hospitalizada, da mesma forma que o conhecimento sobre sua condição.

Para a Enfermagem, a HQ mostrou-se como uma tecnologia de cuidado, pois revelou-se como um instrumento de avaliação ampliada da criança e de desenvolvimento de atividades estimuladoras. Assim sendo, é viável de ser utilizada na UTIP, pois pode ficar com a criança para releituras, o que as ajuda com o tempo ocioso.

Para a pesquisa, a intervenção contribui para o aprofundamento de conhecimentos no âmbito dos cuidados intensivos, de forma a incorporar a leitura terapia como recurso que facilita e qualifica a assistência de Enfermagem pediátrica.

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  • Editora associada: Dra. Claudia Palombo

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    27 Nov 2023
  • Data do Fascículo
    2023

Histórico

  • Recebido
    05 Maio 2023
  • Aceito
    01 Set 2023
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