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VELOCIDADE DA MARCHA ASSOCIADA AOS FATORES CLÍNICOS EM IDOSOS NA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE: REVISÃO INTEGRATIVA* * Artigo extraído da dissertação do mestrado: “VARIAÇÃO DA VELOCIDADE DA MARCHA E FATORES CLÍNICOS ASSOCIADOS EM PESSOAS IDOSAS DA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE: ESTUDO LONGITUDINAL”, Universidade Federal do Paraná, Curitiba, PR, Brasil, 2023.

RESUMO

Objetivo:

analisar a produção científica nacional e internacional sobre a velocidade da marcha associada aos sinais, sintomas e fatores clínicos em pessoas idosas da atenção primária à saúde.

Método:

revisão integrativa de literatura realizada em cinco fontes de dados (Biblioteca Virtual em Saúde, Embase, Web of Science, Cumulative Index To Nursing And Allied Health Literature (CINAHL) e PubMed) com publicações do período de janeiro de 2017 até junho de 2023.

Resultados:

13 publicações que atenderam aos critérios de elegibilidade, com predomínio de estudos no idioma inglês. Estudos evidenciaram que a velocidade da marcha reduzida está associada com fraturas (p<0,05), demência (p<0,01), doenças cardiovasculares (p<0,001) e neuropsiquiátricas (p<0,01), quedas (p<0,05) e polifarmácia (p<0,001).

Conclusão:

alteração no padrão da velocidade de marcha em pessoas idosas está relacionada a diversos fatores clínicos, reforçando a necessidade de novos estudos e o papel norteador da equipe de enfermagem geriátrica na saúde da pessoa idosa.

DESCRITORES:
Idoso; Velocidade de Caminhada; Atenção Primária à Saúde; Sinais Clínicos; Sintomas Clínicos

ABSTRACT

Objective:

to analyze national and international scientific production on gait speed associated with signs, symptoms, and clinical factors in elderly people in primary health care.

Method:

integrative literature review carried out in five data sources (Virtual Health Library, Embase, Web of Science, Cumulative Index To Nursing And Allied Health Literature (CINAHL), and PubMed) with publications from January 2017 to June 2023.

Results:

13 publications met the eligibility criteria, with a predominance of studies in English. Studies indicated that reduced gait speed is associated with fractures (p<0.05), dementia (p<0.01), cardiovascular (p<0.001) and neuropsychiatric (p<0.01) diseases, falls (p<0.05) and polypharmacy (p<0.001).

Conclusion:

altered gait speed patterns in the older people are related to various clinical factors, reinforcing the need for further studies and the guiding role of the geriatric nursing team in the health of the older person.

KEYWORDS:
Aged; Walking Speed; Primary Health Care; Signs and Symptoms

RESUMEN

Objetivo:

analizar la producción científica nacional e internacional sobre la velocidad de la marcha asociada a signos, síntomas y factores clínicos en personas mayores en atención primaria de salud.

Método:

revisión bibliográfica integradora realizada en cinco fuentes de datos (Virtual Health Library, Embase, Web of Science, Cumulative Index To Nursing And Allied Health Literature (CINAHL) y PubMed) con publicaciones desde enero de 2017 hasta junio de 2023.

Resultados:

13 publicaciones que cumplían los criterios de elegibilidad, con predominio de estudios en inglés. Los estudios han demostrado que la reducción de la velocidad de la marcha se asocia con fracturas (p<0,05), demencia (p<0,01), enfermedades cardiovasculares (p<0,001) y neuropsiquiátricas (p<0,01), caídas (p<0,05) y polifarmacia (p<0,001).

Conclusión:

la alteración de los patrones de velocidad de la marcha en ancianos está relacionada con diversos factores clínicos, lo que refuerza la necesidad de nuevos estudios y el papel orientador del equipo de enfermería geriátrica en la salud de los ancianos.

KEYWORDS:
Anciano; Velocidad al Caminar; Atención Primaria de Salud; Signos y Síntomas

HIGHLIGHTS

Fatores clínicos contribuem diretamente para alterações na velocidade da marcha.

Várias doenças crônicas estão associadas à velocidade da marcha reduzida.

Verifica-se variação da marcha com o passar dos anos investigados.

INTRODUÇÃO

As alterações fisiológicas comuns ao processo de envelhecimento, somadas à presença de doenças crônicas, podem resultar em condições negativas para a saúde das pessoas idosas11 Binotto MA, Lenardt MH, Rodríguez-Martínez M del C. Fragilidade física e velocidade da marcha em idosos da comunidade: uma revisão sistemática. Rev Esc Enferm USP. [Internet]. 2018 [cited 2022 June 12]; 52:e03392. Available from: https://doi.org/10.1590/S1980-220X2017028703392
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. Sabe-se que marcha é considerada um preditor de declínio funcional, hospitalizações e mortalidade, uma vez que é fundamental para a realização de tarefas do dia a dia22 Guedes R de C, Dias RC, Neri AL, Ferriolli E, Lourenço RA, Lustosa LP. Decreased gait speed and health outcomes in older adults: Rede FIBRA’s data. Fisioter. Pesqui. [Internet]. 2019 [cited 2022 June 13]; 26(3):304-10. Available from: https://doi.org/10.1590/1809-2950/18036026032019
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. Assim, quando reduzida, pode influenciar o controle neuromuscular, nível de atividade física e levar a situações como a sarcopenia e declínio da funcionalidade11 Binotto MA, Lenardt MH, Rodríguez-Martínez M del C. Fragilidade física e velocidade da marcha em idosos da comunidade: uma revisão sistemática. Rev Esc Enferm USP. [Internet]. 2018 [cited 2022 June 12]; 52:e03392. Available from: https://doi.org/10.1590/S1980-220X2017028703392
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.

Em estudo transversal realizado com 385 idosos de Juiz de Fora-MG, pesquisadores identificaram que 20,8% das amostras tinham velocidade da marcha (VM) reduzida33 Lourenço RA, Moreira VG, Banhato EFC, Guedes DV, Silva KCA da, Delgado FE da F, et al. Prevalence of frailty and associated factors in a communitydwelling older people cohort living in Juiz de Fora, Minas Gerais, Brazil: Fibra-JF Study. Cien Saude Colet. [Internet]. 2019 [cited 2022 Mar. 24]; 24(1):35-44. Available from: https://doi.org/10.1590/1413-81232018241.29542016
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. A Velocidade da Marcha (VM) reduzida pode estar relacionada aos fatores clínicos, como doenças crônicas não transmissíveis (DCNT), hospitalizações, uso contínuo de medicamentos e quedas, condições que influenciam no aumento da incidência de fraturas, institucionalizações e óbitos22 Guedes R de C, Dias RC, Neri AL, Ferriolli E, Lourenço RA, Lustosa LP. Decreased gait speed and health outcomes in older adults: Rede FIBRA’s data. Fisioter. Pesqui. [Internet]. 2019 [cited 2022 June 13]; 26(3):304-10. Available from: https://doi.org/10.1590/1809-2950/18036026032019
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. Ademais, sabe-se que estes fatores influenciam condições relacionadas ao controle neuromuscular, cardiorrespiratório e no nível de atividade física, contribuindo para ocorrer a redução da VM11 Binotto MA, Lenardt MH, Rodríguez-Martínez M del C. Fragilidade física e velocidade da marcha em idosos da comunidade: uma revisão sistemática. Rev Esc Enferm USP. [Internet]. 2018 [cited 2022 June 12]; 52:e03392. Available from: https://doi.org/10.1590/S1980-220X2017028703392
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.

Assim, é importante verificar quais fatores estão associados à VM reduzida, para que a equipe multiprofissional, em especial a enfermagem gerontológica, desenvolva ações para evitar condições relacionadas à redução da velocidade da marcha das pessoas idosas, sobretudo na atenção primária à saúde (APS). Deste modo, este estudo teve por objetivo analisar a produção científica nacional e internacional sobre a velocidade da marcha associada aos sinais, sintomas e fatores clínicos em pessoas idosas da atenção primária à saúde (APS).

MÉTODO

Trata-se de uma Revisão Integrativa (RI) de literatura, alicerçada em seis etapas: 1) identificação do tema e seleção da questão de pesquisa; 2) busca e seleção da literatura, estabelecimento de critérios de inclusão/exclusão; 3) categorização dos estudos; 4) avaliação dos estudos incluídos na RI; 5) interpretação dos resultados; e 6) síntese do conhecimento44 Mendes KDS, Silveira RC de CP, Galvão CM. Use of the bibliographic reference manager in the selection of primary studies in integrative reviews. Texto Contexto Enferm. [Internet]. 2019 [cited 2022 Mar. 06]; 28:e20170204. Available from: https://doi.org/10.1590/1980-265X-TCE-2017-0204
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.

Para a primeira etapa, identificou-se como tema a associação entre fatores clínicos e VM em pessoas idosas da APS. Para a elaboração da questão de pesquisa, aplicou-se a estratégia PCC, na qual a letra P corresponde à população (pessoas idosas), C de conceito (velocidade da marcha associada aos sinais, sintomas e fatores clínicos), C de Contexto (Atenção Primária à Saúde). Elegeu-se a seguinte questão de pesquisa: Qual o panorama da produção científica nacional e internacional sobre a velocidade da marcha associada aos sinais, sintomas e fatores clínicos em pessoas idosas na atenção primária à saúde?

Na segunda etapa, para busca dos artigos, foram eleitas as seguintes fontes de dados: Portal Biblioteca Virtual em Saúde (BVS), Embase (Elselvier), Web of Science (WOS), Cumulative Index To Nursing And Allied Health Literature (CINAHL) e PubMed. Para o estabelecimento das estratégias de busca, utilizaram-se as palavras-chave dos Descritores em Ciências da Saúde (DeCS) e Medical Subject Headings (MeSH), combinados segundo os operadores booleanos “AND” e “OR” (Quadro 1).

Quadro 1
Estratégias de busca aplicadas para a revisão integrativa. Curitiba, Paraná, Brasil, 2023.

O gerenciamento da bibliografia encontrada para a seleção dos artigos incluídos no corpus da RI foi realizado por meio do programa computacional Mendeley®. Estabeleceram-se os seguintes critérios de inclusão das produções científicas: a) publicados no período de janeiro de 2017 até 30 de junho de 2023; rever se está diferente das tabelas e resumo b) disponíveis na íntegra; c) acesso aberto d) abrangerem o público idoso; e) publicadas nos idiomas português, inglês ou espanhol. Foram critérios de exclusão das produções: a) constar como editoriais, resenhas, relatos de experiências, reflexões teóricas, dissertações, teses e monografias; b) estarem repetidas nas bases de dados, sendo mantida somente a primeira versão encontrada; c) não responderem à questão de revisão.

Para a terceira etapa, elaborou-se planilha no programa computacional Microsoft Excel® 2016 para categorizar os artigos incluídos na revisão, conforme os critérios pré-estabelecidos. Foram extraídas as seguintes informações: autor(es)/ano de publicação, revista, país, desenho do estudo, amostra/número de participantes, objetivo(s), principais resultados do estudo e o nível de evidência científica.

O nível de evidência dos estudos inseridos na revisão foi baseado na classificação proposta pelo Oxford Centre for Evidence-Based Medicine55 Oxford Centre for Evidence-based Medicine: levels of evidence [Internet]. 2009 [cited 2022 Apr. 04]; Available from: http://www.cebm.net/oxford-centre-evidence-based-medicine-levels-evidence-march-2009
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, composto por cinco níveis hierárquicos de evidência segundo o tipo de estudo (Quadro 2).

Quadro 2
Classificação dos níveis de evidência por tipo de estudo. Curitiba, Paraná, Brasil, 2023.

Para a quarta etapa da RI de literatura, realizou-se a avaliação dos estudos por meio da análise de conteúdo dos artigos incluídos, por meio de três revisores. Para a quinta etapa, realizou-se a interpretação dos estudos, os quais foram transcritos e apresentados descritivamente e por meio de gráficos e quadros. A sexta etapa corresponde à apresentação da síntese da revisão, que corresponde à conclusão do presente estudo.

Para representar o processo de seleção dos artigos e composição do corpus da RI de literatura, utilizou-se o Preferred Reporting Items for Systematic Reviews and Meta-analyses (PRISMA)66 Moher D, Liberati A, Tetzlaff J, Altman DG. Preferred reporting items for systematic reviews and meta-analyses: the PRISMA statement. BMJ. [Internet]. 2009 [cited 2022 Mar. 24]; 339. Available from: https://doi.org/10.1136/bmj.b2535
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.

RESULTADOS

A busca inicial nas bases de dados selecionadas resultou em 281 artigos. Para a seleção dos estudos, foi realizada a leitura do título e resumos, seguido da leitura dos textos na íntegra. Doze publicações foram excluídas por estarem duplicadas entre as bases de dados, 203 por não responderem à questão de pesquisa na leitura do título e resumo e 53 por não atenderem à questão de pesquisa, após a leitura do texto completo. Desta forma, 13 publicações atenderam aos critérios de elegibilidade e compuseram o corpus de análise, conforme se observa no fluxograma da seleção dos artigos e composição do corpus da revisão integrativa (Figura 1).

Figura 1
Eluxograma da seleção dos artigos e da composição do corpus da revisão integrativa. Curitiba, Paraná, Brasil, 2023.

Os treze artigos selecionados que compuseram o corpus da RI encontravam-se publicados entre os anos de 2017 e 2022, com destaque ao maior quantitativo de publicações nos anos de 2017 e 2021 (n=4; 30,8%, respectivamente) (Figura 2).

Figura 2
Distribuição do quantitativo de produções científicas que compuseram o corpus da revisão integrativa segundo o ano de publicação. Curitiba, Paraná, Brasil, 2023.

Houve predomínio do idioma inglês (n=12; 92,3%), enquanto um artigo apresentou-se em português (7,7%). Quanto aos países de origem das publicações, três (23,1%) foram desenvolvidos na Suécia, dois (15,4%) na China, dois (15,4%) no Japão e um (7,7%) na Austrália, França, Brasil, Noruega, Finlândia e Turquia, respectivamente.

Quanto ao desenho dos estudos, todos eram quantitativos (n=13; 100%), com predomínio dos de coorte (n=sete; 53,8%), seguido de estudos transversais (n=seis; 46,15%). Com relação ao nível de evidência dos estudos, cinco (38,5%) foram classificados como 2b e os demais, oito (61,5%) com evidência 2c. Essa classificação, segundo Oxford Centre for Evidence-Based Medicine55 Oxford Centre for Evidence-based Medicine: levels of evidence [Internet]. 2009 [cited 2022 Apr. 04]; Available from: http://www.cebm.net/oxford-centre-evidence-based-medicine-levels-evidence-march-2009
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, confere aos estudos analisados um delineamento adequado e credibilidade científica.

Quanto à avaliação da VM: oito (61,5%) utilizaram uma distância de 6 metros para realizar o teste, seguido de dois (15,4%) com distância de 4 metros, um (7,7%) estudo avaliou em um percurso de 14 metros, de 2,5 metros e de 2,4 metros, respectivamente.

Apresenta-se no Quadro 3 a síntese das principais características dos artigos incluídos na revisão integrativa.

Quadro 3
Síntese das características dos artigos incluídos na revisão integrativa. Curitiba, Paraná, Brasil, 2023.

DISCUSSÃO

Dos artigos analisados, a totalidade apontou que determinados fatores clínicos influenciam diretamente alterações no padrão de velocidade da marcha77 Mathew SA, Varghese P, Kuys SS, Heesch KC, McPhail SM. Gait outcomes of older adults receiving subacute hospital rehabilitation following orthopaedic trauma: a longitudinal cohort study. BMJ Open. [Internet]. 2017 [cited 2022 Mar. 24]; 7(7). Available from: http://dx.doi.org/10.1136/bmjopen-2017-016628
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8 Dumurgier J, Artaud F, Touraine C, Rouaud O, Tavernier B, Dufouil C, et al. Gait Speed and Decline in Gait Speed as Predictors of Incident Dementia. J Gerontol A Biol Sci Med Sci. [Internet]. 2016 [cited 2022 Aug. 24]; 72(5):655-61. Available from: https://doi.org/10.1093/gerona/glw110
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9 Heiland EG, Qiu C, Wang R, Santoni G, Liang Y, Fratiglioni L, et al. Cardiovascular risk burden and future risk of walking speed limitation in older adults. J Am Geriatr Soc. [Internet]. 2017 [cited 2022 Mar. 24]; 65(11):2418-24. Available from: https://doi.org/10.1111/jgs.15158
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10 Welmer AK, Rizzuto D, Laukka EJ, Johnell K, Fratiglioni L. Cognitive and physical function in relation to the risk of injurious falls in older adults: a population-based study. J Gerontol A Biol Sci Med Sci. [Internet]. 2016 [cited 2022 Sept. 22]; 72(5):669-75. Available from: https://doi.org/10.1093/gerona/glw141
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11 Lenardt MH, Setoguchi LS, Betiolli SE, Grden CRB, Sousa JAV de. Gait speed and occurrence of falls in the long-lived elderly. Rev Min Enferm. [Internet]. 2019 [cited 2022 Sept. 24]; 23:e1190. Available from: http://dx.doi.org/10.5935/1415-2762.20190038
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12 Ishizaki T, Kobayashi E, Fukaya T, Takahashi Y, Shinkai S, Liang J. Association of physical performance and self-rated health with multimorbidity among older adults: results from a nationwide survey in Japan. Arch Gerontol Geriatr. [Internet]. 2019 [cited 2022 Aug. 10]; 84:103904. Available from: https://doi.org/10.1016/j.archger.2019.103904
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13 Vetrano DL, Rizzuto D, Calderón-Larrañaga A, Onder G, Welmer AK, Qiu C, et al. Walking speed drives the prognosis of older adults with cardiovascular and neuropsychiatric multimorbidity. Am J Med [Internet]. 2019 [cited 2022 Aug. 10]; 132(10):1207-1215.e6. Available from: https://doi.org/10.1016/j.amjmed.2019.05.005
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14 Tanaka M, Ikezoe T, Ichihashi N, Tabara Y, Nakayama T, Takahashi Y, et al. Relationship of low muscle mass and obesity with physical function in community dwelling older adults: Results from the Nagahama study. Arch Gerontol Geriatr. [Internet]. 2020 [cited 2022 Aug. 09]; 88:103987. Available from: https://doi.org/10.1016/j.archger.2019.103987
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15 Lin YH, Chen HC, Hsu NW, Chou P. Using hand grip strength to detect slow walking speed in older adults: the Yilan study. BMC Geriatr. [Internet]. 2021 [cited 2022 Mar. 24]; 16;21(1):428. Available from: https://doi.org/10.1186/s12877-021-02361-0
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16 Zhou J, Liu B, Qin MZ, Liu JP. A prospective cohort study of the risk factors for new falls and fragility fractures in self-caring elderly patients aged 80 years and over. BMC geriatrics. [Internet]. 2021 [cited 2022 Mar. 24]; 21(1):1-9. Available from: https://doi.org/10.1186/s12877-021-02043-x
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17 Laukli I, Sandvik L, Ormstad H. Frailty assessment of older adults, first-time applicants of public home care service in Norway. Scand. J. Prim. [Internet]. 2021 [cited 2022 Sept. 23]; 39(1):3-9. Available from: https://doi.org/10.1080/02813432.2021.1880069
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18 Öhlin J, Gustafson Y, Littbrand H, Olofsson B, Toots A. Low or declining gait speed is associated with risk of developing dementia over 5 years among people aged 85 years and over. J Aging Phys Act [Internet]. 2021 [cited 2022 June 11]; 29(4):678-85. Available from: https://doi.org/10.1123/japa.2020-0266
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-1919 Ozkok S, Aydin CO, Sacar DE, Catikkas NM, Erdogan T, Kilic C, et al. Associations between polypharmacy and physical performance measures in older adults. Arch Gerontol Geriatr. [Internet]. 2022 [cited 2022 Mar. 30]; 98:104553. Available from: https://doi.org/10.1016/j.archger.2021.104553
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. Alterações no desempenho da VM relacionadas aos fatores clínicos se devem à diminuição da reserva fisiológica do organismo, decorrente do processo de envelhecimento, uma vez que pode estar acompanhada de perdas funcionais que atingem os indivíduos1919 Ozkok S, Aydin CO, Sacar DE, Catikkas NM, Erdogan T, Kilic C, et al. Associations between polypharmacy and physical performance measures in older adults. Arch Gerontol Geriatr. [Internet]. 2022 [cited 2022 Mar. 30]; 98:104553. Available from: https://doi.org/10.1016/j.archger.2021.104553
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Em estudo longitudinal realizado com 746 idosos (≥ 60 anos) de um hospital terciário da Austrália, considerando os momentos de reabilitação e alta hospitalar, identificou-se que pacientes com fratura de fêmur apresentaram a VM mais lenta quando comparados àqueles com fraturas pélvicas e fraturas múltiplas na reabilitação. Fraturas pélvicas (p<0,05), múltiplas (p<0,05) e de fêmur (p<0,01) estiveram associadas à VM reduzida. Sabe-se que lesões ortopédicas associadas à fragilidade podem resultar em condições como a incapacidade funcional e fraturas subsequentes. Desse modo, observa-se que traumas ortopédicos podem influenciar a VM, condição que torna importante a investigação desta condição para melhor reabilitação do idoso77 Mathew SA, Varghese P, Kuys SS, Heesch KC, McPhail SM. Gait outcomes of older adults receiving subacute hospital rehabilitation following orthopaedic trauma: a longitudinal cohort study. BMJ Open. [Internet]. 2017 [cited 2022 Mar. 24]; 7(7). Available from: http://dx.doi.org/10.1136/bmjopen-2017-016628
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Considera-se ainda que a VM está diretamente associada com a demência, já que envolve vias motoras, sensoriais e neuro cognitivas. Desta forma, ressalta-se o estudo de coorte realizado em três cidades francesas com 3.663 idosos (≥65 anos) da comunidade, que investigou a associação entre VM e demência. Após 9 anos de acompanhamento, em análise ajustada para idade e sexo, aqueles que desenvolveram demência apresentaram VM mais lenta (p<0,001). Ainda, a taxa de redução da VM foi 80% maior entre os idosos que desenvolveram demência88 Dumurgier J, Artaud F, Touraine C, Rouaud O, Tavernier B, Dufouil C, et al. Gait Speed and Decline in Gait Speed as Predictors of Incident Dementia. J Gerontol A Biol Sci Med Sci. [Internet]. 2016 [cited 2022 Aug. 24]; 72(5):655-61. Available from: https://doi.org/10.1093/gerona/glw110
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Estudo de coorte realizado com 296 idosos residentes da comunidade da Suécia e Finlândia, com intervalo de cinco anos entre as avaliações, mostrou que 98 participantes desenvolveram demência com o passar dos anos (período investigado). A VM na linha de base (p=0,045) e a redução do desempenho da marcha (p=0,015) estiveram associadas à demência1818 Öhlin J, Gustafson Y, Littbrand H, Olofsson B, Toots A. Low or declining gait speed is associated with risk of developing dementia over 5 years among people aged 85 years and over. J Aging Phys Act [Internet]. 2021 [cited 2022 June 11]; 29(4):678-85. Available from: https://doi.org/10.1123/japa.2020-0266
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. A associação entre demência e redução da VM pode ser explicada por questões vasculares, uma vez que um acidente vascular cerebral, por exemplo, pode interromper circuitos neuronais envolvidos na resposta motora, colaborando para a redução da marcha e demência88 Dumurgier J, Artaud F, Touraine C, Rouaud O, Tavernier B, Dufouil C, et al. Gait Speed and Decline in Gait Speed as Predictors of Incident Dementia. J Gerontol A Biol Sci Med Sci. [Internet]. 2016 [cited 2022 Aug. 24]; 72(5):655-61. Available from: https://doi.org/10.1093/gerona/glw110
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Doenças cardiovasculares também se mostraram associadas à variação no desempenho da VM. No estudo de coorte realizado entre os anos de 2001 e 2004, com dados extraídos do Estudo Nacional Sueco sobre Envelhecimento em Kungsholmen envolvendo 1.441 idosos (≥60 anos) domiciliados, 326 deles desenvolveram limitação na caminhada com o passar dos anos, e o risco de doenças cardiovasculares foi significativamente associado ao declínio rápido da VM (p<0,001)9. O aumento de placas ateroscleróticas pode estreitar artérias e diminuir a perfusão sanguínea para os músculos durante o processo de envelhecimento, comprometendo a mobilidade e afetando a marcha99 Heiland EG, Qiu C, Wang R, Santoni G, Liang Y, Fratiglioni L, et al. Cardiovascular risk burden and future risk of walking speed limitation in older adults. J Am Geriatr Soc. [Internet]. 2017 [cited 2022 Mar. 24]; 65(11):2418-24. Available from: https://doi.org/10.1111/jgs.15158
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Dados diferentes foram encontrados em pesquisa de coorte, que também utilizou dados do Estudo Nacional Sueco Sobre Envelhecimento em Kungsholmen, incluindo 3.241 idosos. Evidenciou-se que pacientes com uma ou duas doenças cardiovasculares apresentaram maior chance de mortalidade, mas não apresentaram associação com o desempenho da marcha, uma vez que a VM reduzida é considerada multifatorial. Já a VM lenta mostrou-se associada às doenças neuropsiquiátricas e aumentou as chances de mortalidade (p<0,01), em um período de três anos1313 Vetrano DL, Rizzuto D, Calderón-Larrañaga A, Onder G, Welmer AK, Qiu C, et al. Walking speed drives the prognosis of older adults with cardiovascular and neuropsychiatric multimorbidity. Am J Med [Internet]. 2019 [cited 2022 Aug. 10]; 132(10):1207-1215.e6. Available from: https://doi.org/10.1016/j.amjmed.2019.05.005
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.

Com relação às quedas, estudo de coorte realizado com dados da pesquisa supracitada, com 2.495 idosos, 167 pessoas sofreram queda em três anos de acompanhamento, 310 em cinco anos de acompanhamento e 571 em dez anos, respectivamente. Deste modo, piores escores de velocidade de caminhada aumentaram significativamente o risco de quedas em três anos, estando a VM lenta associada ao risco de queda em idosos sem comprometimento cognitivo (p<0,05)1010 Welmer AK, Rizzuto D, Laukka EJ, Johnell K, Fratiglioni L. Cognitive and physical function in relation to the risk of injurious falls in older adults: a population-based study. J Gerontol A Biol Sci Med Sci. [Internet]. 2016 [cited 2022 Sept. 22]; 72(5):669-75. Available from: https://doi.org/10.1093/gerona/glw141
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.

Ainda, destaca-se estudo prospectivo que incluiu 290 idosos longevos (≥80 anos), o qual evidenciou que, com o passar de 12 meses, 87 (30%) pessoas tiveram novas quedas, nas quais as pessoas idosas com VM lenta foram mais propensas a apresentarem quedas (p<0,001)1616 Zhou J, Liu B, Qin MZ, Liu JP. A prospective cohort study of the risk factors for new falls and fragility fractures in self-caring elderly patients aged 80 years and over. BMC geriatrics. [Internet]. 2021 [cited 2022 Mar. 24]; 21(1):1-9. Available from: https://doi.org/10.1186/s12877-021-02043-x
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. Dado semelhante foi encontrado em estudo nacional transversal realizado com 243 idosos longevos da Região Sul do Brasil, em que se identificou 20,7% dos participantes com VM reduzida e 45,7% apresentaram quedas nos últimos 12 meses. Neste estudo a VM reduzida apresentou associação significativa às quedas (p=0,023)1111 Lenardt MH, Setoguchi LS, Betiolli SE, Grden CRB, Sousa JAV de. Gait speed and occurrence of falls in the long-lived elderly. Rev Min Enferm. [Internet]. 2019 [cited 2022 Sept. 24]; 23:e1190. Available from: http://dx.doi.org/10.5935/1415-2762.20190038
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.

Observou-se ainda que a obesidade esteve associada a uma menor média de VM. No estudo transversal realizado com 1.922 idosos (≥60 anos) da comunidade, tanto os idosos obesos quanto os com baixo Índice de Massa Corporal (IMC) apresentaram VM mais lenta, quando comparados aos não obesos e com IMC normal (eutrófico) (p=0,003)14. Esses dados corroboram o estudo transversal que utilizou dados do Yilan Study em Taiwan, no qual a velocidade de caminhada foi significativamente associada às variáveis idade, altura, peso, força de preensão manual e massa muscular (p<0,001). Porém, neste estudo, a análise de regressão linear múltipla evidenciou que a força de preensão manual foi o fator mais explicável para detecção de VM lenta1515 Lin YH, Chen HC, Hsu NW, Chou P. Using hand grip strength to detect slow walking speed in older adults: the Yilan study. BMC Geriatr. [Internet]. 2021 [cited 2022 Mar. 24]; 16;21(1):428. Available from: https://doi.org/10.1186/s12877-021-02361-0
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, dada sua relação enquanto marcadores de fragilidade física.

Considerando que a VM é considerada um componente do fenótipo da fragilidade física, aponta-se a pesquisa transversal realizada na Noruega com 116 pessoas idosas, em que se observou que a prevalência de fragilidade entre os investigados foi de 62,2%. Os indivíduos considerados frágeis apresentaram menor média de VM quando comparados aos pré-frágeis, e esses, por sua vez, também apresentaram menores médias de VM, quando comparados aos não frágeis (p<0,001)1717 Laukli I, Sandvik L, Ormstad H. Frailty assessment of older adults, first-time applicants of public home care service in Norway. Scand. J. Prim. [Internet]. 2021 [cited 2022 Sept. 23]; 39(1):3-9. Available from: https://doi.org/10.1080/02813432.2021.1880069
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.

A VM ainda pode ser influenciada pela polifarmácia (uso contínuo de cinco ou mais medicamentos). Em estudo transversal realizado com 392 idosos da Turquia, evidenciou-se que a prevalência de polifarmácia foi de 62,5%, e que idosos que utilizavam cinco ou mais medicamentos apresentavam média de VM mais lenta quando comparado aos demais participantes (p<0,001)1919 Ozkok S, Aydin CO, Sacar DE, Catikkas NM, Erdogan T, Kilic C, et al. Associations between polypharmacy and physical performance measures in older adults. Arch Gerontol Geriatr. [Internet]. 2022 [cited 2022 Mar. 30]; 98:104553. Available from: https://doi.org/10.1016/j.archger.2021.104553
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. Sabe-se que interações medicamentosas, bem como a polifarmácia, podem ter efeito na lentificação da VM, inclusive por questões relacionadas ao equilíbrio, que impactam na redução da velocidade na tentativa de evitar quedas2020 Spekalski MV dos S, Cabral LPA, Grden CRB, Bordin D, Bobato GR, Krum EA. Prevalência e fatores associados à polifarmácia em pessoas idosas de uma área rural. Rev bras geriatr gerontol. [Internet]. 2021 [cited 2022 Mar. 24]; 24(4):e210151. Available from: https://doi.org/10.1590/1981-22562021024.210151
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.

Ademais, observa-se que a alteração no padrão da VM está associada às doenças crônicas, mas não à multimorbidade. Embora a multimorbidade apresente alta prevalência (44%) entre 2.525 idosos japoneses, não se mostrou associada à alteração da VM dos investigados (p=0,479)1212 Ishizaki T, Kobayashi E, Fukaya T, Takahashi Y, Shinkai S, Liang J. Association of physical performance and self-rated health with multimorbidity among older adults: results from a nationwide survey in Japan. Arch Gerontol Geriatr. [Internet]. 2019 [cited 2022 Aug. 10]; 84:103904. Available from: https://doi.org/10.1016/j.archger.2019.103904
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. Essa condição pode ser explicada, uma vez que pessoas que apresentam multimorbidade apresentam também uma carga maior de tratamento, evitando condições em saúde e consequentemente a redução da VM.

Considerando os fatores clínicos associados às variações da VM das pessoas idosas, evidencia-se a importância da equipe multidisciplinar que atua na atenção primária à saúde conhecer as condições relacionadas à alteração da marcha, para evitar possíveis desfechos negativos em saúde advindo desta condição.

Considerou-se como limitação da RI o déficit de artigos longitudinais internacionais que abordam a VM reduzida em idosos da atenção primária à saúde.

CONCLUSÃO

Diversos são os fatores clínicos associados à alteração no padrão da VM em pessoas idosas, como fraturas, demência, doenças cardiovasculares, quedas, polifarmácia e doenças crônicas. Esses fatores podem resultar em condições como sarcopenia, perda da funcionalidade e dependência, resultando em perda da qualidade de vida e autonomia da pessoa idosa.

A equipe multiprofissional de saúde, em especial a enfermagem gerontológica, assume papel primordial na prevenção e acompanhamento de condições clínicas, a fim de evitar e/ou postergar a redução de VM das pessoas idosas. Além disso, é de extrema importância a utilização de instrumentos voltados para avaliação da saúde desses indivíduos, relacionados aos fatores clínicos e aos marcadores de fragilidade física, sobretudo à velocidade da marcha, dada a possibilidade de identificação precoce dessas condições para melhor manejo e cuidado gerontológico.

Neste sentido, ao identificar os fatores clínicos associados à alteração na marcha, é possível planejar novos estudos relacionados à temática, na busca de evidências científicas para melhor cuidar da pessoa idosa. Além disso, a enfermagem, baseada em evidências científicas, assume papel central no acompanhamento das pessoas idosas dentro da APS.

AGRADECIMENTOS

O presente estudo foi realizado com apoio da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior - Brasil (CAPES)-Código de Financiamento 001.

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    Artigo extraído da dissertação do mestrado: “VARIAÇÃO DA VELOCIDADE DA MARCHA E FATORES CLÍNICOS ASSOCIADOS EM PESSOAS IDOSAS DA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE: ESTUDO LONGITUDINAL”, Universidade Federal do Paraná, Curitiba, PR, Brasil, 2023.

Editado por

Editora associada:

Dra. Luciana Kalinke

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    22 Jul 2024
  • Data do Fascículo
    2024

Histórico

  • Recebido
    11 Out 2023
  • Aceito
    26 Mar 2024
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