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ACESSO E UTILIZAÇÃO DOS SERVIÇOS DE SAÚDE ENTRE IDOSOS COMUNITÁRIOS

ACCESSO Y USO DE LOS SERVICIOS DE SALUD ENTRE PERSONAS DE EDAD AVANZADA DE LA COMUNIDAD

RESUMO

Objetivos:

verificar o acesso e a utilização dos serviços de saúde de idosos comunitários e os fatores associados à utilização dos serviços de saúde.

Métodos:

estudo transversal, com 1.611 idosos da macrorregião de saúde de Minas Gerais. Os dados foram coletados de março de 2017 a junho de 2018 por meio de instrumentos validados. Procederam-se as análises descritiva e regressão logística múltipla (p<0,05).

Resultados:

83,8% procuraram o mesmo serviço ou profissional de saúde; nas duas últimas semanas anteriores à entrevista (20%); consultaram o médico nos últimos 12 meses (87,3%); usavam medicamentos (87,8%); foram ao dentista pela última vez há três anos ou mais (57,7%). A utilização dos serviços de saúde associou-se à condição de pré-fragilidade/fragilidade (p=0,026) e à autopercepção de saúde negativa (p=0,037).

Conclusão:

os dados denotam a necessidade de ações em saúde para atender às demandas do idoso fragilizado e com autopercepção negativa da saúde.

DESCRITORES:
Idoso; Sistemas de Saúde; Sistema Único de Saúde; Acesso aos Serviços de Saúde; Enfermagem Geriátrica

RESUMEN:

Objetivos:

verificar el acceso y el uso de los servicios de salud por parte de personas de edad avanzada de la comunidad y los factores asociados a dicho uso.

Métodos:

estudio transversal, realizado con 1.611 personas de edad avanzada de la macro-región de salud de Minas Gerais. Los datos se recolectaron entre marzo de 2017 y junio de 2018 por medio de instrumentos validados. Se realizaron los análisis descriptivo y de regresión logística múltiple (p<0,05).

Resultados:

el 83,8% procuró el mismo servicio o profesional de salud; en las dos últimas semanas anteriores a la entrevista (20%); consultaron al médico en los últimos 12 meses (87,3%); consumían medicamentos (87,8%); y fueron al dentista por última vez hace al menos tres (57,7%). El uso de los servicios de salud se asoció a la condición de pre-fragilidad/ fragilidad (p=0,026) y a la autopercepción negativa de la salud (p=0,037).

Conclusión:

los datos denotan la necesidad de acciones en salud para responder a las demandas de la persona de edad avanzada en condición de fragilidad y con autopercepción negativa de su salud.

DESCRIPTORES:
Persona de edad avanzada; Sistemas de Salud; Sistema Único de Salud; Acceso a los Servicios de Salud; Enfermería Geriátrica

ABSTRACT

Objectives

to verify access and use of the health services by community older adults and the factors associated to the use of the health services.

Methods:

a cross-sectional study, conducted with 1,611 older adults living in the health macro-region of Minas Gerais. Data was collected from March 2017 to June 2018 by means of validated instruments. Descriptive analyses and multiple logistic regression were performed (p<0.05).

Results:

83.8% sought the same service or health professional; in the last two weeks prior to the interview (20%); had a medical consultation in the last 12 months (87.3%); used medications (87.8%); went to the dentist for the last time three years ago or more (57.7%). The use of the health services was associated with the pre-frail/frail condition (p=0.026) and with the negative self-perception of health (p=0.037).

Conclusion:

the data denote the need for action in health to meet the demands of the frail older adult with a negative self-perception of health.

DESCRIPTORS:
Older Adult; Health Systems; Unified Health System; Access to the Health Services; Geriatric Nursing

INTRODUÇÃO

As mudanças epidemiológicas no Brasil têm aumentado a prevalência de doenças crônicas e suas complicações, o que acarreta na maior utilização dos serviços de saúde(1)1. Arruda NM, Maia AG, Alves LC. Desigualdade no acesso à saúde entre as áreas urbanas e rurais do Brasil: uma decomposição de fatores entre 1998 a 2008. Cad. Saúde Pública. [Internet]. 2018 [accessed 16 jun 2020]; 34(6). Available from: https://doi.org/10.1590/0102-311x00213816.
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.

Os desafios de acesso ao serviço de saúde tendem a serem maiores para idosos(1)1. Arruda NM, Maia AG, Alves LC. Desigualdade no acesso à saúde entre as áreas urbanas e rurais do Brasil: uma decomposição de fatores entre 1998 a 2008. Cad. Saúde Pública. [Internet]. 2018 [accessed 16 jun 2020]; 34(6). Available from: https://doi.org/10.1590/0102-311x00213816.
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, em razão da complexidade das demandas apresentadas por este grupo etário. Por isso, os serviços devem ter capacidade de atender às suas necessidades nas dimensões de prevenção e/ou controle de agravos e de promoção do envelhecimento ativo e saudável, favorecendo a autonomia e o bem-estar(2)2. Schenker M, Costa DH da. Advances and challenges of health care of the elderly population with chronic diseases in Primary Health Care. Ciênc. saúde coletiva. [Internet]. 2019 [accessed 16 jun 2020]; 24(4). Available from: https://doi.org/10.1590/1413-81232018244.01222019.
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. Nesse contexto, salienta-se a relevância da identificação dos fatores que contribuem para o acesso e a utilização dos serviços de saúde pelos idosos.

Pesquisa conduzida no âmbito nacional verificou que 83,5% dos idosos procuraram o serviço de saúde, contudo, observou o menor percentual de consulta ao dentista (28,9%) (3)3. Stopa SR, Malta DC, Monteiro CN, Szwarcwald CL, Goldbaum M, Cesar CLG. Use of and access to health services in Brazil, 2013 National Health Survey. Rev. Saúde Pública. [Internet]. 2017 [accessed 16 jun 2020]; 51(supl.1). Available from: https://doi.org/10.1590/s1518-8787.2017051000074.
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. A procura dos serviços de saúde é superior para indivíduos com doenças crônicas, hospitalizados ou com problema de saúde que o impossibilita de exercer as atividades habituais(3)3. Stopa SR, Malta DC, Monteiro CN, Szwarcwald CL, Goldbaum M, Cesar CLG. Use of and access to health services in Brazil, 2013 National Health Survey. Rev. Saúde Pública. [Internet]. 2017 [accessed 16 jun 2020]; 51(supl.1). Available from: https://doi.org/10.1590/s1518-8787.2017051000074.
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.

Na população idosa, as principais dificuldades para o acesso e a utilização dos serviços de saúde estão relacionadas aos aspectos socioeconômicos e dificuldades de locomoção(1)1. Arruda NM, Maia AG, Alves LC. Desigualdade no acesso à saúde entre as áreas urbanas e rurais do Brasil: uma decomposição de fatores entre 1998 a 2008. Cad. Saúde Pública. [Internet]. 2018 [accessed 16 jun 2020]; 34(6). Available from: https://doi.org/10.1590/0102-311x00213816.
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. Em investigações, verificou-se que a utilização dos serviços de saúde pelos idosos associou-se a: sexo feminino(2)2. Schenker M, Costa DH da. Advances and challenges of health care of the elderly population with chronic diseases in Primary Health Care. Ciênc. saúde coletiva. [Internet]. 2019 [accessed 16 jun 2020]; 24(4). Available from: https://doi.org/10.1590/1413-81232018244.01222019.
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; maior faixa etária(3)3. Stopa SR, Malta DC, Monteiro CN, Szwarcwald CL, Goldbaum M, Cesar CLG. Use of and access to health services in Brazil, 2013 National Health Survey. Rev. Saúde Pública. [Internet]. 2017 [accessed 16 jun 2020]; 51(supl.1). Available from: https://doi.org/10.1590/s1518-8787.2017051000074.
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; autopercepção negativa da saúde(44. Tavares DM dos S, Souza AQ de, Pegorari MS, Gomes NC, Barcelos RA, Oliveira PB de. Access determinants and use of health services among the elderly. Biosci. J. [Internet]. 2017 [accessed 16 jun 2020]; 33(4). Available from: https://doi.org/10.14393/BJ-v33n4a2017-34896.
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,55. Pagotto V, Bachion MM, Silveira EA da. Autoavaliação da saúde por idosos brasileiros: revisão sistemática da literatura. Rev. Panam Salud Pública. [Internet]. 2013 [accessed 16 jun 2020]; 33(4). Available from: https://scielosp.org/pdf/rpsp/2013.v33n4/302-310/pt.
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,66. Cruz PKR, Vieira MA, Carneiro JA, Costa FM da, Caldeira A P. Dificuldades do acesso aos serviços de saúde entre idosos não institucionalizados: prevalência e fatores associados. Rev. Bras. Geriatr. Gerontol. [Internet]. 2020 [accessed 13 set 2020]; 23(6). Available from: http://dx.doi.org/10.1590/1981-22562020023.190113.
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); presença de sintomas depressivos(44. Tavares DM dos S, Souza AQ de, Pegorari MS, Gomes NC, Barcelos RA, Oliveira PB de. Access determinants and use of health services among the elderly. Biosci. J. [Internet]. 2017 [accessed 16 jun 2020]; 33(4). Available from: https://doi.org/10.14393/BJ-v33n4a2017-34896.
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,55. Pagotto V, Bachion MM, Silveira EA da. Autoavaliação da saúde por idosos brasileiros: revisão sistemática da literatura. Rev. Panam Salud Pública. [Internet]. 2013 [accessed 16 jun 2020]; 33(4). Available from: https://scielosp.org/pdf/rpsp/2013.v33n4/302-310/pt.
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); ausência de companheiro e fragilidade(6)6. Cruz PKR, Vieira MA, Carneiro JA, Costa FM da, Caldeira A P. Dificuldades do acesso aos serviços de saúde entre idosos não institucionalizados: prevalência e fatores associados. Rev. Bras. Geriatr. Gerontol. [Internet]. 2020 [accessed 13 set 2020]; 23(6). Available from: http://dx.doi.org/10.1590/1981-22562020023.190113.
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.

A relação dos idosos com os serviços de saúde pode refletir iniquidades que impactam negativamente na sua qualidade de vida (QV), dependendo de políticas públicas integradas e efetivas(6)6. Cruz PKR, Vieira MA, Carneiro JA, Costa FM da, Caldeira A P. Dificuldades do acesso aos serviços de saúde entre idosos não institucionalizados: prevalência e fatores associados. Rev. Bras. Geriatr. Gerontol. [Internet]. 2020 [accessed 13 set 2020]; 23(6). Available from: http://dx.doi.org/10.1590/1981-22562020023.190113.
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. Assim, o conhecimento do uso dos serviços de saúde por essa população pode colaborar para o planejamento organizacional da rede de atenção à saúde, bem como favorecer a prevenção de hospitalizações evitáveis e redução das iniquidades em saúde(7)7. Melo-Silva AM de, Mambrini JV de M, Souza Junior PRB de S, Andrade FB de, Lima-Costa M F. Hospitalizations among older adults: results from ELSI-Brazil Rev. Saúde Pública. [Internet]. 2018 [accessed 14 set 2020]; 52(suppl.2.) Available from: https://doi.org/10.11606/S1518-8787.2018052000639.
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.

Objetivou-se neste estudo verificar o acesso e a utilização dos serviços de saúde de idosos comunitários e os fatores associados à utilização dos serviços de saúde.

MÉTODO

Estudo transversal e analítico, com abordagem quantitativa, desenvolvido na área urbana da macrorregião de saúde de Minas Gerais, composta por três microrregionais de saúde, que agregam 27 municípios.

A população, selecionada por meio de amostragem por conglomerado em múltiplo estágio, foi constituída por idosos residentes na área urbana da referida macrorregião. O cálculo do tamanho amostral considerou uma prevalência de utilização dos serviços de saúde nas duas últimas semanas anteriores à entrevista de 25,0%(3)3. Stopa SR, Malta DC, Monteiro CN, Szwarcwald CL, Goldbaum M, Cesar CLG. Use of and access to health services in Brazil, 2013 National Health Survey. Rev. Saúde Pública. [Internet]. 2017 [accessed 16 jun 2020]; 51(supl.1). Available from: https://doi.org/10.1590/s1518-8787.2017051000074.
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, com precisão de 1,5% e intervalo de confiança de 95%, para uma população finita de 75.726 pessoas com 60 anos ou mais de idade, chegando-se a uma amostra de 1.659 idosos.

Consideram-se como critérios de inclusão: ter 60 anos ou mais de idade e residir na área urbana da macrorregião de saúde. Excluíram-se idosos com declínio cognitivo(7)7. Melo-Silva AM de, Mambrini JV de M, Souza Junior PRB de S, Andrade FB de, Lima-Costa M F. Hospitalizations among older adults: results from ELSI-Brazil Rev. Saúde Pública. [Internet]. 2018 [accessed 14 set 2020]; 52(suppl.2.) Available from: https://doi.org/10.11606/S1518-8787.2018052000639.
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; que apresentavam sequelas graves de acidente vascular cerebral com perda localizada de força e afasia; doença de Parkinson em estágio grave ou instável com comprometimentos graves da motricidade, fala ou afetividade. Foram entrevistados 1.659 idosos, dos quais 48 apresentaram declínio cognitivo. Assim, a amostra foi constituída por 1.611 idosos.

A coleta dos dados foi realizada no domicílio dos idosos, de março de 2017 a junho de 2018. As entrevistas foram realizadas por 10 entrevistadores que passaram por treinamento, capacitação e abordagem sobre questões éticas de pesquisa.

O declínio cognitivo foi avaliado pelo do Mini Exame do Estado Mental (MEEM)(7), considerando os pontos de corte: = 13 para analfabetos, = 18 para escolaridade baixa (1 a 4 anos incompletos) e média (4 a 8 anos incompletos) e = 26 para alta escolaridade (= 8 anos completos)(8)8. Bertolucci PHF, Brucki SMD, Campacci SR, Juliano Y. O mini-exame do estado mental em uma população geral: impacto da escolaridade. Arq Neuro-psiquiatr. [Internet]. 1994 [accessed 16 jun 2020]; 52(1). Available from: https://doi.org/10.1590/S0004-282X1994000100001.
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. Os dados sociodemográficos, morbidades e autopercepção da saúde foram obtidos por meio de um questionário elaborado pelo Grupo de Pesquisa em Saúde Coletiva.

A utilização e o acesso dos serviços de saúde foram avaliados por duas seções do questionário da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD)(9)9. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Pesquisa Nacional por amostra de domicílios. Um panorama da saúde no Brasil: acesso e utilização dos serviços, condições de saúde e fatores de risco e proteção à saúde. [Internet]. Rio de Janeiro: IBGE, 2013 [accessed 16 jun 2020]. Available from: https:// biblioteca.ibge.gov.br/visualizacao/livros/liv94074.pdf.
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.

A síndrome de fragilidade foi mensurada conforme descrito em estudo prévio(10)10. Tavares DM dos S, Faria PM, Pegorari MS, Ferreira PC dos S, Nascimento JS, Marchiori GF. Frailty Syndrome in Association with Depressive Symptoms and Functional Disability among Hospitalized Elderly. Issues Ment Health Nurs. [Internet]. 2018 [accessed 13 set 2020]; 39(5). Available from: https://doi.org/10. 1080/01612840.2018.1429035.
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e identificada por meio dos cinco componentes do fenótipo de fragilidade(11)11. Fried L P, Tangen CM, Walston J, Newman AB, Hirsch C, Gottdiener J, et al. Frailty in Older adults evidence for a phenotype. J Gerontol Series A. [Internet]. 2001 [accessed 16 jun 2020]; 56(3). Available from: https://doi.org/10.1093/gerona/56.3.M146.
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: perda de peso não intencional, diminuição da força muscular, lentidão na velocidade de marcha, baixo nível de atividade física e autorrelato de exaustão e/ou fadiga. Os idosos com comprometimento em três ou mais itens foram classificados como frágeis, em um ou dois como pré-frágeis, e sem comprometimento como não frágeis(11)11. Fried L P, Tangen CM, Walston J, Newman AB, Hirsch C, Gottdiener J, et al. Frailty in Older adults evidence for a phenotype. J Gerontol Series A. [Internet]. 2001 [accessed 16 jun 2020]; 56(3). Available from: https://doi.org/10.1093/gerona/56.3.M146.
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.

As variáveis sociodemográficas foram: sexo (feminino e masculino), faixa etária, em anos completos (60+70; 70+80; 80 ou mais), escolaridade, em anos (nenhum; 0+5; >5) , estado conjugal (com companheiro(a); sem companheiro(a)) e renda individual mensal, em salários mínimos (sem rendimento; <1; 1; 1+3; 3+5; =5); as de saúde: síndrome de fragilidade (não frágil; pré-frágil; frágil), autopercepção de saúde (negativa e positiva) e número de morbidades (0+5; =5); as de acesso aos serviços de saúde: procura do mesmo local de atendimento à saúde (sim e não), consulta médica nos último 12 meses (sim e não), utilização de medicamentos de uso contínuo (sim e não), consulta ao dentista no último ano (sim e não); e as de utilização dos serviços de saúde: atendimento relacionado à própria saúde nas duas últimas semanas (sim e não).

Construiu-se o banco de dados eletrônico, no programa Excel®, com dupla digitação. Foram verificadas inconsistências entre as duas bases de dados, e realizada a correção, quando necessária. Após este procedimento, o banco de dados foi importado para o programa Statistical Package for Social Sciences (SPSS®) versão 22.0, para análise.

Realizou-se análise descritiva e as variáveis preditoras foram dicotomizadas (sexo; faixa etária: 60+80; 80 anos ou mais; escolaridade: com e sem; estado conjugal; renda individual mensal: =1; >1; síndrome de fragilidade: não frágil; pré-frágil/frágil; autopercepção de saúde; e número de morbidades). Após, foram submetidas à análise bivariada preliminar, empregando-se o teste Qui-quadrado. Aquelas que atenderam o critério estabelecido (p=0,10) foram introduzidas no modelo de regressão logística múltipla, tendo como desfecho a utilização dos serviços de saúde (p<0,05).

O projeto foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa com Seres Humanos, protocolo nº 493.211. Após a anuência do idoso e a assinatura do Termo de Consentimento Livre Esclarecido, conduziu-se a entrevista.

RESULTADOS

Entre os idosos, 1067 (66,2%) eram do sexo feminino; 676 (42%) tinham de 60+70 anos de idade; 905 (56,2%) sem companheiro(a); 814 (50,5%) possuíam renda mensal de 1 salário mínimo; 855 (53%) tinham 1+5 anos de estudo; 1029 (63,9%) possuíam 5 ou mais morbidades; 813 (50,4%) eram pré-frágeis e 906 (56,2%) apresentavam autopercepção negativa da saúde, conforme Tabela 1.

Tabela 1
Distribuição das frequências das características sociodemográficas e de saúde dos idosos residentes na macrorregião de saúde. Uberaba, MG, Brasil, 2020

Verificou-se que 1350 (83,8%) idosos acessavam o mesmo serviço e profissional quando precisavam de atendimento à saúde; 1406 (87,3%) consultaram o médico nos últimos 12 meses; 929 (57,7%) foram ao dentista pela última vez há três anos ou mais; e 1415 (87,8%) faziam uso de medicamentos contínuos, dos quais 693 (49%) receberam parte deles e 962 (83,8%) efetuaram a compra dos que faltavam (Tabela 2). Ademais, 323 (20%) idosos utilizaram os serviços de saúde nas duas últimas semanas anteriores à entrevista.

Tabela 2
Distribuição de frequência do acesso aos serviços de saúde entre idosos residentes na macrorregião de saúde. Uberaba, MG, Brasil, 2020

As variáveis: número de morbidades (p=0,003), síndrome de fragilidade (p=0,003) e autopercepção de saúde (p=0,001) atenderam o critério adotado (p=0,10) e foram inseridas no modelo multivariado (Tabela 3).

Tabela 3
Análise bivariada com variáveis sociodemográficas e de saúde segundo utilização dos serviços de saúde por idosos residentes na macrorregião de saúde. Uberaba, MG, Brasil, 2020

A utilização dos serviços de saúde pelos idosos nas últimas duas semanas anteriores à entrevista associou-se à condição de pré-fragilidade/fragilidade (p=0,026) e à autopercepção de saúde negativa (p=0,037) (Tabela 4).

Table 4
Modelo final de regressão logística múltipla para as variáveis associadas à utilização dos serviços de saúde por idosos residentes na macrorregião de saúde. Uberaba, MG, Brasil, 2020

DISCUSSÃO

O maior percentual de idosos do sexo feminino condiz com investigações conduzidas na comunidade(1212. Silva AM de M, Mambrini JV de M, Peixoto SV, Malta DC, Lima-Costa MF. Use of health services by Brazilian older adults with and without functional limitation. Rev Saúde Pública. [Internet]. 2017 [accessed 16 jun 2020]; 51(supl.1). Available from: https://doi.org/10.1590/S1518-8787.2017051000243.
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,1313. Melo D da S, Martins RD, Jesus RPFS de, Samico IC, Santo ACG do E. Avaliação da responsividade de um serviço de saúde público sob a perspectiva do usuário idoso. Rev. Saúde Pública. [Internet]. 2017 [accessed 16 jun 2020]; 51. Available from: https://doi.org/10.1590/s1518-8787.2017051006854.
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), assim como o predomínio de idosos na faixa etária entre 60+70 anos(13)13. Melo D da S, Martins RD, Jesus RPFS de, Samico IC, Santo ACG do E. Avaliação da responsividade de um serviço de saúde público sob a perspectiva do usuário idoso. Rev. Saúde Pública. [Internet]. 2017 [accessed 16 jun 2020]; 51. Available from: https://doi.org/10.1590/s1518-8787.2017051006854.
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. Esses dados corroboram o aumento do envelhecimento populacional em todos os grupos etários e o fenômeno de feminização da velhice, devido à maior expectativa de vida das mulheres e procura por serviços e cuidados com a saúde(33. Stopa SR, Malta DC, Monteiro CN, Szwarcwald CL, Goldbaum M, Cesar CLG. Use of and access to health services in Brazil, 2013 National Health Survey. Rev. Saúde Pública. [Internet]. 2017 [accessed 16 jun 2020]; 51(supl.1). Available from: https://doi.org/10.1590/s1518-8787.2017051000074.
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,1414. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Síntese de Indicadores Sociais. Uma análise das condições de vida da população brasileira. [Internet]. Rio de Janeiro: IBGE, 2016 [accessed 16 jun 2020]. Available from: https://biblioteca.ibge.gov.br/visualizacao/livros/liv101629.pdf.
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).

Resultado divergente foi identificado em estudo nacional com idosos da comunidade(15)15. Wachs LS, Nunes B P, Soares MU, Facchini LA, Thumé E. Prevalência da assistência domiciliar prestada à população idosa brasileira e fatores associados. Cad. Saúde Pública. [Internet]. 2016 [accessed 16 jun 2020]; 32(3). Available from: https://doi.org/10.1590/0102-311X00048515.
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, no qual a maioria tinha companheiro. Destaca-se que, quando possível, deve-se incentivar o envolvimento da família como rede de apoio no cuidado à saúde, visto que poderá contribuir com a procura pelo serviço de saúde e continuidade do tratamento, seja no apoio no domicílio ou no acompanhamento com os profissionais de saúde.

Estudo também verificou baixa renda entre os idosos(13)13. Melo D da S, Martins RD, Jesus RPFS de, Samico IC, Santo ACG do E. Avaliação da responsividade de um serviço de saúde público sob a perspectiva do usuário idoso. Rev. Saúde Pública. [Internet]. 2017 [accessed 16 jun 2020]; 51. Available from: https://doi.org/10.1590/s1518-8787.2017051006854.
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, fator que influencia no acesso aos serviços de saúde, já que pode resultar em necessidade de manutenção de atividade remunerada e, consequentemente, incompatibilidade no horário de funcionamento das unidades de saúde e conciliação com o trabalho(16)16. Levorato CD, Mello LM de, Silva AS da, Nunes AA. Factors associated with the demand for health services from a gender-relational perspective. Ciênc. saúde coletiva. [Internet]. 2014 [accessed 13 set 2020]; 19(4). Available from: https://www.scielo.br/pdf/csc/v19n4/1413-8123-csc-19-04-01263.pdf.
https://www.scielo.br/pdf/csc/v19n4/1413...
. Estes achados expressam o desafio cotidiano, vivenciado pelos idosos, para a manutenção das necessidades básicas e do cuidado à saúde(17)17. Melo NCV de, Ferreira MAM, Teixeira KMD. Condições de vida dos idosos no Brasil: uma análise a partir da renda e nível de escolaridade. Oikos: Revista Brasileira de Economia Doméstica. [Internet]. 2014 [accessed 16 jun 2020]; 25(1). Available from: https://periodicos.ufv.br/oikos/article/view/3687/1959.
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. Portanto, é essencial que a equipe multiprofissional, em especial o enfermeiro, leve em consideração não somente a doença do idoso, mas todo o contexto, no estabelecimento do cuidado em saúde. Assim, supõe-se que haverá maior possibilidade de resposta efetiva ao tratamento.

Consoante com esta pesquisa, verificou-se que a maioria dos idosos possuía de um a quatro anos de estudo(1212. Silva AM de M, Mambrini JV de M, Peixoto SV, Malta DC, Lima-Costa MF. Use of health services by Brazilian older adults with and without functional limitation. Rev Saúde Pública. [Internet]. 2017 [accessed 16 jun 2020]; 51(supl.1). Available from: https://doi.org/10.1590/S1518-8787.2017051000243.
https://doi.org/10.1590/S1518-8787.20170...
,1313. Melo D da S, Martins RD, Jesus RPFS de, Samico IC, Santo ACG do E. Avaliação da responsividade de um serviço de saúde público sob a perspectiva do usuário idoso. Rev. Saúde Pública. [Internet]. 2017 [accessed 16 jun 2020]; 51. Available from: https://doi.org/10.1590/s1518-8787.2017051006854.
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,1414. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Síntese de Indicadores Sociais. Uma análise das condições de vida da população brasileira. [Internet]. Rio de Janeiro: IBGE, 2016 [accessed 16 jun 2020]. Available from: https://biblioteca.ibge.gov.br/visualizacao/livros/liv101629.pdf.
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,1515. Wachs LS, Nunes B P, Soares MU, Facchini LA, Thumé E. Prevalência da assistência domiciliar prestada à população idosa brasileira e fatores associados. Cad. Saúde Pública. [Internet]. 2016 [accessed 16 jun 2020]; 32(3). Available from: https://doi.org/10.1590/0102-311X00048515.
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). A população com 60 anos ou mais de idade apresenta média de 4,1 anos de estudo e os dados de analfabetismo são expressivos: 25,7% dos idosos(14)14. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Síntese de Indicadores Sociais. Uma análise das condições de vida da população brasileira. [Internet]. Rio de Janeiro: IBGE, 2016 [accessed 16 jun 2020]. Available from: https://biblioteca.ibge.gov.br/visualizacao/livros/liv101629.pdf.
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. A educação pode exercer influência no acesso e utilização de serviços de saúde, já que os diferentes níveis educacionais se associam com diferenças nos hábitos de saúde(1414. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Síntese de Indicadores Sociais. Uma análise das condições de vida da população brasileira. [Internet]. Rio de Janeiro: IBGE, 2016 [accessed 16 jun 2020]. Available from: https://biblioteca.ibge.gov.br/visualizacao/livros/liv101629.pdf.
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,1818. Almeida APSC, Nunes B P, Duro SMS, Facchini LA. Socioeconomic determinants of access to health services among older adults: a systematic review. Rev Saúde Publica. [Internet]. 2017 [accessed 16 jun 2020]; 51. Available from: https://doi.org/10.1590/s1518-8787.2017051006661.
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) Com isso, conhecer o perfil educacional dos idosos possibilita a orientação para políticas públicas com objetivo de promover a democratização do acesso às oportunidades de aprendizado de qualidade(14)14. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Síntese de Indicadores Sociais. Uma análise das condições de vida da população brasileira. [Internet]. Rio de Janeiro: IBGE, 2016 [accessed 16 jun 2020]. Available from: https://biblioteca.ibge.gov.br/visualizacao/livros/liv101629.pdf.
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, e principalmente, no acesso e utilização aos serviços de saúde.

A maioria dos idosos acessava o mesmo serviço ou profissional de saúde para seu atendimento (79,3%)(3)3. Stopa SR, Malta DC, Monteiro CN, Szwarcwald CL, Goldbaum M, Cesar CLG. Use of and access to health services in Brazil, 2013 National Health Survey. Rev. Saúde Pública. [Internet]. 2017 [accessed 16 jun 2020]; 51(supl.1). Available from: https://doi.org/10.1590/s1518-8787.2017051000074.
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, semelhante a esta investigação. O acompanhamento dos indivíduos pelos mesmos profissionais de saúde favorece a redução da ocorrência de complicações decorrentes da presença de doenças crônicas e do uso regular de medicamentos(19)19. Ferreira DN, Matos DL, Loyola Filho AI de. Absence of routine medical consultation among hypertensive and/or diabetic elders: an epidemiological study based on the Brazilian National Household Survey 2008. Rev. bras. Epidemiol. [Internet]. 2015 [accessed 16 jun 2020]; 18(3). Available from: https:// doi.org/10.1590/1980-5497201500030005.
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. Além de sugerir o vínculo do idoso com o profissional de saúde e sua satisfação com cuidado.

Os achados referentes à consulta médica nos últimos 12 meses variam no país, com percentual semelhante em pesquisa nacional (85,3%)(3)3. Stopa SR, Malta DC, Monteiro CN, Szwarcwald CL, Goldbaum M, Cesar CLG. Use of and access to health services in Brazil, 2013 National Health Survey. Rev. Saúde Pública. [Internet]. 2017 [accessed 16 jun 2020]; 51(supl.1). Available from: https://doi.org/10.1590/s1518-8787.2017051000074.
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e inferior na comunidade de São Paulo-SP(57,6%)(20)20. Cabrelli R, Sousa CS, Turrini RNT, Cianciarullo TI. The elderly in family health units: morbidity and use of health care services. Rev Rene. [Internet]. 2014 [accessed 16 jun 2020]; 15(1). Available from: http:// dx.doi.org/10.15253/2175-6783.2014000100012.
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. Estas diferenças devem estar relacionadas, dentre outros fatores, à organização e oferta dos serviços de saúde nas diferentes localidades, pois o processo de envelhecimento confere mudanças nas demandas por serviços de saúde, com maior procura pelos idosos(22. Schenker M, Costa DH da. Advances and challenges of health care of the elderly population with chronic diseases in Primary Health Care. Ciênc. saúde coletiva. [Internet]. 2019 [accessed 16 jun 2020]; 24(4). Available from: https://doi.org/10.1590/1413-81232018244.01222019.
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,2020. Cabrelli R, Sousa CS, Turrini RNT, Cianciarullo TI. The elderly in family health units: morbidity and use of health care services. Rev Rene. [Internet]. 2014 [accessed 16 jun 2020]; 15(1). Available from: http:// dx.doi.org/10.15253/2175-6783.2014000100012.
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). A consulta médica pode contribuir para promoção da saúde e prevenção de agravos(19)19. Ferreira DN, Matos DL, Loyola Filho AI de. Absence of routine medical consultation among hypertensive and/or diabetic elders: an epidemiological study based on the Brazilian National Household Survey 2008. Rev. bras. Epidemiol. [Internet]. 2015 [accessed 16 jun 2020]; 18(3). Available from: https:// doi.org/10.1590/1980-5497201500030005.
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, mas também é possível que o uso excessivo dos serviços seja marcador da atenção com baixa resolutividade(12)12. Silva AM de M, Mambrini JV de M, Peixoto SV, Malta DC, Lima-Costa MF. Use of health services by Brazilian older adults with and without functional limitation. Rev Saúde Pública. [Internet]. 2017 [accessed 16 jun 2020]; 51(supl.1). Available from: https://doi.org/10.1590/S1518-8787.2017051000243.
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. Ao considerar o predomínio de doenças crônicas entre idosos, o contexto apresentado pode também se relacionar à rapidez no atendimento durante a consulta, impossibilidade de escolher o prestador da assistência, e/ ou priorização ao atendimento de condições agudas, de maneira fragmentada(13)13. Melo D da S, Martins RD, Jesus RPFS de, Samico IC, Santo ACG do E. Avaliação da responsividade de um serviço de saúde público sob a perspectiva do usuário idoso. Rev. Saúde Pública. [Internet]. 2017 [accessed 16 jun 2020]; 51. Available from: https://doi.org/10.1590/s1518-8787.2017051006854.
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, gerando procura recorrente.

O percentual elevado de idosos que fazem uso de medicamentos contínuos condiz com investigação nacional desenvolvida na comunidade(20)20. Cabrelli R, Sousa CS, Turrini RNT, Cianciarullo TI. The elderly in family health units: morbidity and use of health care services. Rev Rene. [Internet]. 2014 [accessed 16 jun 2020]; 15(1). Available from: http:// dx.doi.org/10.15253/2175-6783.2014000100012.
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. O maior uso de medicamentos pela população idosa pode ser pelo aumento da prevalência de doenças crônicas, que leva à necessidade de continuidade e aumento da terapia medicamentosa(21)21. Oliveira LPBA de, Santos SMA dos. An integrative review of drug utilization by the elderly in primary health care. Rev. esc. enferm. USP. [Internet]. 2016 [accessed 16 jun 2020]; 50(1). Available from: https:// doi.org/10.1590/S0080-623420160000100021.
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. Entretanto, as alterações durante o processo de envelhecimento podem fazer com que o uso de determinados fármacos gere reações adversas e alguns sejam inapropriados para os idosos(21)21. Oliveira LPBA de, Santos SMA dos. An integrative review of drug utilization by the elderly in primary health care. Rev. esc. enferm. USP. [Internet]. 2016 [accessed 16 jun 2020]; 50(1). Available from: https:// doi.org/10.1590/S0080-623420160000100021.
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. Por isso, o enfermeiro deve atuar visando a QV e o bem-estar dessa população(22)22. Bezerra TA, Brito MAA de, Costa KN de FM. Caracterização do uso de medicamentos entre idosos atendidos em uma unidade básica de saúde da família. Cogitare enferm [Internet]. 2016 [accessed 16 jun 2020]; 21(1). Available from: http://dx.doi.org/10.5380/ce.v21i1.43011.
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, investigando queixas relacionadas aos medicamentos, usando uma comunicação clara, e, consequentemente, evitando possíveis desfechos negativos à saúde(21)21. Oliveira LPBA de, Santos SMA dos. An integrative review of drug utilization by the elderly in primary health care. Rev. esc. enferm. USP. [Internet]. 2016 [accessed 16 jun 2020]; 50(1). Available from: https:// doi.org/10.1590/S0080-623420160000100021.
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.

A frequência de acesso aos medicamentos de uso contínuo foi inferior às investigações entre idosos realizadas pela PNAD (2008) (86,0%)(23)23. Viana K P, Brito A dos S, Rodrigues CS, Luiz RR. Access to continued-use medication among older adults, Brazil. Rev Saúde Pública. [Internet]. 2015 [accessed 16 jun 2020]; 49. Available from: https://doi. org/10.1590/S0034-8910.2015049005352.
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e Pesquisa Nacional de Saúde (82,6%)(3)3. Stopa SR, Malta DC, Monteiro CN, Szwarcwald CL, Goldbaum M, Cesar CLG. Use of and access to health services in Brazil, 2013 National Health Survey. Rev. Saúde Pública. [Internet]. 2017 [accessed 16 jun 2020]; 51(supl.1). Available from: https://doi.org/10.1590/s1518-8787.2017051000074.
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. Estudo nacional verificou que os idosos que não tiveram acesso gratuito a todos os medicamentos de uso regular apresentavam maior número de morbidades e pior autopercepção da saúde(23)23. Viana K P, Brito A dos S, Rodrigues CS, Luiz RR. Access to continued-use medication among older adults, Brazil. Rev Saúde Pública. [Internet]. 2015 [accessed 16 jun 2020]; 49. Available from: https://doi. org/10.1590/S0034-8910.2015049005352.
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. Assim, pode-se considerar o acesso aos medicamentos como um indicador da qualidade e resolutividade do sistema de saúde(23)23. Viana K P, Brito A dos S, Rodrigues CS, Luiz RR. Access to continued-use medication among older adults, Brazil. Rev Saúde Pública. [Internet]. 2015 [accessed 16 jun 2020]; 49. Available from: https://doi. org/10.1590/S0034-8910.2015049005352.
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.

A oferta e a distribuição de medicamentos na Atenção Primária à Saúde são essenciais na atenção à saúde do idoso, já que na maioria dos casos, a disponibilidade de remédios nessa rede é o único recurso disponível para o tratamento(21)21. Oliveira LPBA de, Santos SMA dos. An integrative review of drug utilization by the elderly in primary health care. Rev. esc. enferm. USP. [Internet]. 2016 [accessed 16 jun 2020]; 50(1). Available from: https:// doi.org/10.1590/S0080-623420160000100021.
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. Assim como o identificado na atual pesquisa, os idosos fazem uso de múltiplos medicamentos e apresentam baixa renda, fazendo com que haja maior vulnerabilidade para manutenção da saúde. Isso pode impactar negativamente na capacidade para o autocuidado e no comportamento para diminuir os riscos(21)21. Oliveira LPBA de, Santos SMA dos. An integrative review of drug utilization by the elderly in primary health care. Rev. esc. enferm. USP. [Internet]. 2016 [accessed 16 jun 2020]; 50(1). Available from: https:// doi.org/10.1590/S0080-623420160000100021.
https:// doi.org/10.1590/S0080-623420160...
.

Outra questão que requer atenção é a pouca procura dos idosos pelos serviços odontológicos, dado semelhante às investigações brasileiras(33. Stopa SR, Malta DC, Monteiro CN, Szwarcwald CL, Goldbaum M, Cesar CLG. Use of and access to health services in Brazil, 2013 National Health Survey. Rev. Saúde Pública. [Internet]. 2017 [accessed 16 jun 2020]; 51(supl.1). Available from: https://doi.org/10.1590/s1518-8787.2017051000074.
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,2424. Nogueira CMR, Falcão LMN, Nuto S de AS, Saintrain MV de L, Vieira-Meyer APGF. Self-perceived oral health among the elderly: a household-based study. Rev Bras Geriatr Gerontol. [Internet]. 2017 [accessed 16 jun 2020]; 20(1). Available from: http://dx.doi.org/10.1590/1981-22562017020.160070.
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,2525. Sória GS, Nunes B P, Bavaresco CS, Vieira LS, Facchini LA. Acesso e utilização dos serviços de saúde bucal por idosos de Pelotas, Rio Grande do Sul, Brasil. Cad. Saúde Pública. [Internet]. 2019 [accessed 16 jun 2020]; 35(4). Available from: https://doi.org/10.1590/0102-311x00191718.
https://doi.org/10.1590/0102-311x0019171...
). Este fato, principalmente entre idosos edêntulos ou que usam próteses totais, pode sugerir a falta de percepção da necessidade dos cuidados bucais(24)24. Nogueira CMR, Falcão LMN, Nuto S de AS, Saintrain MV de L, Vieira-Meyer APGF. Self-perceived oral health among the elderly: a household-based study. Rev Bras Geriatr Gerontol. [Internet]. 2017 [accessed 16 jun 2020]; 20(1). Available from: http://dx.doi.org/10.1590/1981-22562017020.160070.
http://dx.doi.org/10.1590/1981-225620170...
.

Percentual inferior de idosos utilizou os serviços de saúde nas duas últimas semanas anteriores à entrevista, em relação a pesquisa de âmbito nacional (25,0%)(3)3. Stopa SR, Malta DC, Monteiro CN, Szwarcwald CL, Goldbaum M, Cesar CLG. Use of and access to health services in Brazil, 2013 National Health Survey. Rev. Saúde Pública. [Internet]. 2017 [accessed 16 jun 2020]; 51(supl.1). Available from: https://doi.org/10.1590/s1518-8787.2017051000074.
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. Sua utilização associa-se à oferta dos serviços, disponibilidade de recursos humanos e financeiros, e condições socioeconômicas e culturais dos idosos(26)26. Araújo ME de A, Silva MT, Andrade KGC de, Galvão TF, Pereira MG. Prevalence of health services utilization in Brazil: a systematic review and meta-analysis. Epidemiol. Serv. Saúde. [Internet]. 2017 [accessed 16 jun 2020]; 26(3). Available from: https://doi.org/10.5123/s1679-49742017000300016.
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. A escolaridade também tem papel essencial, sendo verificado maior percentual entre idosos com ensino superior(3)3. Stopa SR, Malta DC, Monteiro CN, Szwarcwald CL, Goldbaum M, Cesar CLG. Use of and access to health services in Brazil, 2013 National Health Survey. Rev. Saúde Pública. [Internet]. 2017 [accessed 16 jun 2020]; 51(supl.1). Available from: https://doi.org/10.1590/s1518-8787.2017051000074.
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. Assim, a estrutura social e econômica diferencia-se entre os grupos sociais e pode representar alterações na utilização dos serviços de saúde(33. Stopa SR, Malta DC, Monteiro CN, Szwarcwald CL, Goldbaum M, Cesar CLG. Use of and access to health services in Brazil, 2013 National Health Survey. Rev. Saúde Pública. [Internet]. 2017 [accessed 16 jun 2020]; 51(supl.1). Available from: https://doi.org/10.1590/s1518-8787.2017051000074.
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,2626. Araújo ME de A, Silva MT, Andrade KGC de, Galvão TF, Pereira MG. Prevalence of health services utilization in Brazil: a systematic review and meta-analysis. Epidemiol. Serv. Saúde. [Internet]. 2017 [accessed 16 jun 2020]; 26(3). Available from: https://doi.org/10.5123/s1679-49742017000300016.
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).

Em pesquisa internacional, verificou-se que idosos frágeis utilizaram três vezes mais os serviços de saúde quando comparados aos não frágeis(27)27. Ilinca S, Calciolari S. The patterns of health care utilization by elderly Europeans: frailty and its implications for health systems. Health Serv Res. [Internet]. 2014 [accessed 16 jun 2020]; 50(1). Available from: https://doi.org/10.1111/1475-6773.12211.
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, condizendo com o presente estudo. Dados divergentes foram obtidos em investigação com idosos da comunidade (p=0,554)(28)28. Cruz DT da, Vieira M de T, Bastos RR, Leite ICG. Fatores associados à fragilidade em uma população de idosos da comunidade. Rev. Saúde Pública. [Internet]. 2017 [accessed 16 jun 2020]; 51. Available from: https://doi.org/10.11606/s1518-8787.2017051007098.
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. Contudo, há evidências da associação entre fragilidade, dependência funcional e transtornos mentais(4)4. Tavares DM dos S, Souza AQ de, Pegorari MS, Gomes NC, Barcelos RA, Oliveira PB de. Access determinants and use of health services among the elderly. Biosci. J. [Internet]. 2017 [accessed 16 jun 2020]; 33(4). Available from: https://doi.org/10.14393/BJ-v33n4a2017-34896.
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, o que pode resultar no aumento da utilização dos serviços de saúde.

A síndrome de fragilidade é preditora de desfechos adversos, como limitação funcional, quedas, comorbidades, maior uso de medicamentos, institucionalização e hospitalizações(11)11. Fried L P, Tangen CM, Walston J, Newman AB, Hirsch C, Gottdiener J, et al. Frailty in Older adults evidence for a phenotype. J Gerontol Series A. [Internet]. 2001 [accessed 16 jun 2020]; 56(3). Available from: https://doi.org/10.1093/gerona/56.3.M146.
https://doi.org/10.1093/gerona/56.3.M146...
. Tais resultados adversos podem aumentar a demanda para a utilização dos serviços de saúde entre os idosos(27)27. Ilinca S, Calciolari S. The patterns of health care utilization by elderly Europeans: frailty and its implications for health systems. Health Serv Res. [Internet]. 2014 [accessed 16 jun 2020]; 50(1). Available from: https://doi.org/10.1111/1475-6773.12211.
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. Assim, a fragilidade deve ter prioridade no atendimento dos serviços de saúde, por ser prevalente entre os idosos e impactar negativamente na sua QV e dos familiares(28)28. Cruz DT da, Vieira M de T, Bastos RR, Leite ICG. Fatores associados à fragilidade em uma população de idosos da comunidade. Rev. Saúde Pública. [Internet]. 2017 [accessed 16 jun 2020]; 51. Available from: https://doi.org/10.11606/s1518-8787.2017051007098.
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. Nesta perspectiva, a avaliação da fragilidade deve ser instituída nos serviços de atenção primária, visando à identificação precoce e a necessária intervenção.

A associação entre a utilização dos serviços de saúde e a autopercepção de saúde negativa está consoante com investigação conduzida entre idosos da comunidade de um município do interior do Triângulo Mineiro-MG(4)4. Tavares DM dos S, Souza AQ de, Pegorari MS, Gomes NC, Barcelos RA, Oliveira PB de. Access determinants and use of health services among the elderly. Biosci. J. [Internet]. 2017 [accessed 16 jun 2020]; 33(4). Available from: https://doi.org/10.14393/BJ-v33n4a2017-34896.
https://doi.org/10.14393/BJ-v33n4a2017-3...
; e com estudo de revisão sistemática, no qual constatou-se que a autopercepção negativa de saúde associou-se ao maior número de internações e consultas médicas(5)5. Pagotto V, Bachion MM, Silveira EA da. Autoavaliação da saúde por idosos brasileiros: revisão sistemática da literatura. Rev. Panam Salud Pública. [Internet]. 2013 [accessed 16 jun 2020]; 33(4). Available from: https://scielosp.org/pdf/rpsp/2013.v33n4/302-310/pt.
https://scielosp.org/pdf/rpsp/2013.v33n4...
. Ademais, pesquisa nacional identificou que, quanto melhor a autopercepção de saúde do idoso, a procura por serviços de saúde para tratamento de doença reduz, aproximadamente, em 11 a 12%(29)29. Almeida AN de. O acesso aos serviços de saúde pelos idosos no Brasil com base na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) entre 1998 e 2008. J Bras Econ Saúde. [Internet]. 2015 [accessed 16 jun 2020]; 7(1). Available from: http://files.bvs.br/upload/S/2175-2095/2015/v7n1/a4755.pdf.
http://files.bvs.br/upload/S/2175-2095/2...
.

A autopercepção do estado de saúde é um determinante do uso dos serviços(30)30. Lindemann IL, Reis NR, Mintem GC, Mendoza-Sassi RA. Autopercepção da saúde entre adultos e idosos usuários da Atenção Básica de Saúde. Ciênc. saúde coletiva. [Internet]. 2019 [accessed 16 jun 2020]; 24(1). Available from: http://dx.doi.org/10.1590/1413-81232018241.34932016.
http://dx.doi.org/10.1590/1413-812320182...
e considerado indicador das condições gerais de saúde das populações(5)5. Pagotto V, Bachion MM, Silveira EA da. Autoavaliação da saúde por idosos brasileiros: revisão sistemática da literatura. Rev. Panam Salud Pública. [Internet]. 2013 [accessed 16 jun 2020]; 33(4). Available from: https://scielosp.org/pdf/rpsp/2013.v33n4/302-310/pt.
https://scielosp.org/pdf/rpsp/2013.v33n4...
, principalmente entre idosos(55. Pagotto V, Bachion MM, Silveira EA da. Autoavaliação da saúde por idosos brasileiros: revisão sistemática da literatura. Rev. Panam Salud Pública. [Internet]. 2013 [accessed 16 jun 2020]; 33(4). Available from: https://scielosp.org/pdf/rpsp/2013.v33n4/302-310/pt.
https://scielosp.org/pdf/rpsp/2013.v33n4...
,3030. Lindemann IL, Reis NR, Mintem GC, Mendoza-Sassi RA. Autopercepção da saúde entre adultos e idosos usuários da Atenção Básica de Saúde. Ciênc. saúde coletiva. [Internet]. 2019 [accessed 16 jun 2020]; 24(1). Available from: http://dx.doi.org/10.1590/1413-81232018241.34932016.
http://dx.doi.org/10.1590/1413-812320182...
). Em estudo de revisão, evidenciou-se que autopercepção de saúde negativa associa-se ao uso de medicamentos e comorbidades(5)5. Pagotto V, Bachion MM, Silveira EA da. Autoavaliação da saúde por idosos brasileiros: revisão sistemática da literatura. Rev. Panam Salud Pública. [Internet]. 2013 [accessed 16 jun 2020]; 33(4). Available from: https://scielosp.org/pdf/rpsp/2013.v33n4/302-310/pt.
https://scielosp.org/pdf/rpsp/2013.v33n4...
. Esses fatores foram identificados na atual pesquisa e ajudam a compreender a maior utilização dos serviços de saúde para acompanhamento das condições crônicas e prescrição de medicamentos. Esses achados auxiliam no planejamento de ações de enfermagem na atenção primária, em busca da melhoria na atenção à saúde do idoso.

A pesquisa apresenta como limitações o delineamento transversal, que inviabiliza a relação de causalidade entre os eventos estudados, e a exclusão de idosos com comprometimento cognitivo, que pode ter favorecido uma amostra mais saudável, porém contribui para melhor qualidade das respostas autorreferidas.

Sugere-se a realização de estudos multicêntricos, com amostras representativas de idosos nos diversos Estados brasileiros, a fim de contribuir com a melhoria da atenção à saúde do idoso.

CONCLUSÃO

Os idosos buscam o mesmo serviço de saúde para atendimento, sendo a consulta médica a mais procurada nos últimos 12 meses. Fazem uso de medicamentos contínuos, nem sempre ofertado pelo serviço público, e foram ao dentista há mais de três anos. A utilização dos serviços de saúde associou-se à condição de pré-fragilidade/fragilidade e à autopercepção da saúde negativa.

Esses resultados evidenciam a relevância do direcionamento das estratégias que visem postergar o surgimento da fragilidade, bem como estabelecer ações em saúde para atender às demandas do idoso fragilizado e com autopercepção negativa da saúde.

AGRADECIMENTOS

Ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), APQ n. 407978/2016-0 e Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (FAPEMIG), APQ n. 0189417.

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Editado por

Editora associada: Susanne Elero Betiolli

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    29 Out 2021
  • Data do Fascículo
    2021

Histórico

  • Recebido
    16 Jun 2020
  • Aceito
    23 Set 2020
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