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Fundamentos conceituais da demonstração dos fluxos de caixa: significado, vantagens e limitações. Algumas evidências

Uma das discussões, ainda presente no cenário contábil nacional, diz respeito à suposta melhor qualidade da informação divulgada pela Demonstração do Fluxo de Caixa em face à DOAR usual. Neste sentido, as principais alegações ressaltam sua relativa simplicidade e facilidade de interpretação no atendimento às necessidades dos usuários; em especial, aqueles externos à entidade. A exposição do confronto entre recebimentos e pagamentos oriundos das três atividades fundamentais do negócio - operações, financiamentos e investimentos - em principio, permitiria um melhor subsídio para as decisões de investimento, haja vista sinalizar de modo mais claro e objetivo a situação de liquidez e solvência da empresa. Todavia, a despeito de, presumivelmente, evitar rateios de custos e, assim, inibir a "maquilagem" dos relatórios financeiros, essa alegação favorável à demonstração não se verifica na prática, uma vez que o relatório pode camuflar atrasos deliberados de pagamentos e antecipações planejadas de recebimento, com o beneficio de um exercício social em detrimento dos outros(s). Em adição, a existência de discrepâncias em alguns de seus itens integrantes, no tocante às variações mostradas no Balanço, parece representar uma desvantagem fundamental, notadamente por "violar" determinados princípios contábeis. Seria conveniente que a provável substituição da DOAR resultasse em debates, sobretudo com a exposição das deficiências inerentes ao novo relatório contábil, que venha a substituí-lo.


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