Acessibilidade / Reportar erro

DURAÇÃO DA FASE DE MUDAS EM EUCALIPTO SIMULADA EM CENÁRIOS DE AUMENTO DE TEMPERATURA

SIMULATING THE DURATION OF THE SEEDLING PHASE IN EUCALYPTUS UNDER ELEVATED TEMPERATURE SCENARIOS

RESUMO

A mudança climática é um tema atual em debates científicos e de interesse na área florestal, porém, estudos da vulnerabilidade de espécies florestais cultivadas às mudanças climáticas são escassos. O objetivo deste trabalho foi simular a duração da fase de mudas de duas espécies de eucalipto (Eucalyptus saligna e Eucalyptus grandis) em cenários de aumento de temperatura do ar em Santa Maria-RS, considerando várias datas de emergência. A fase de mudas foi considerada da emergência das plântulas até o aparecimento da 25ª folha na haste principal. A taxa de aparecimento de folhas diária (TAF) foi estimada através de um modelo multiplicativo com uma função de resposta não linear da TAF à temperatura média do ar, com coeficientes para as espécies Eucalyptus saligna e Eucalyptus grandis. Foram considerados doze datas de emergência (dia 15 de cada mês do ano) e seis cenários climáticos (atual, +1°C, +2°C, +3°C, + 4°C, +5°C). Os cenários climáticos constituem-se séries sintéticas de cem anos de dados de temperatura mínima e máxima diária do ar. Em cada um dos anos dos cenários climáticos e em cada data de emergência, o modelo de TAF para cada espécie foi rodado e contabilizado o número de dias da emergência até o aparecimento da 25ª folha. A análise estatística constou de análise de variância para a variável duração da fase de mudas, considerando um experimento tri-fatorial 6 x 12 x 2 (cenários climáticos x datas de emergência x espécies), em delineamento inteiramente casualizado, sendo cada ano da simulação uma repetição (n=100). Os resultados indicaram uma diminuição na duração da fase de mudas em cenários climáticos mais quentes nas emergências ocorridas de março a setembro, e um aumento na duração nas emergências de outubro a fevereiro e, ao final de um ano, o aumento de temperatura tende a diminuir o tempo de mudas no viveiro e assim aumentar a produção anual de mudas de eucalipto. Benefícios e desvantagens destes resultados devem ser considerados em políticas de mitigação dos efeitos do aquecimento global na silvicultura.

Palavras-chave:
aquecimento global; silvicultura; desenvolvimento vegetal; riscos climáticos

Universidade Federal de Santa Maria Av. Roraima, 1.000, 97105-900 Santa Maria RS Brasil, Tel. : (55 55)3220-8444 r.37, Fax: (55 55)3220-8444 r.22 - Santa Maria - RS - Brazil
E-mail: cienciaflorestal@ufsm.br