Vulnerabilidade à invasão biológica por Hovenia dulcis Thunb. em áreas verdes de Curitiba, Paraná, Brasil

Resumo

As espécies exóticas invasoras alteram a biodiversidade, a estrutura da paisagem, as funções e serviços do ecossistema e os habitats das espécies nativas da flora e fauna. Análises multicritério em ambiente de Sistemas de Informação Geográfica (SIG) podem ser usadas para avaliar a vulnerabilidade das áreas verdes urbanas à invasão biológica por essas espécies. O objetivo desta pesquisa foi investigar parâmetros naturais e antrópicos relacionados à vulnerabilidade à invasão biológica por Hovenia dulcis Thunb. em Curitiba, Paraná, Brasil. Uma avaliação de vulnerabilidade foi feita nas áreas verdes urbanas de Curitiba com menores graus de antropização. Foram considerados seis fatores relacionados à presença de Hovenia dulcis: nove pontos de ocorrência da espécie; altitude e declive (métricas topográficas); e área, forma e isolamento entre fragmentos de habitat (métricas da paisagem). O método Analytic Hierarchy Process (AHP) foi utilizado para definir pesos para cada fator. A vulnerabilidade foi avaliada como muito baixa (0 - 0.2); baixa (0.21 - 0.4); moderada (0.41 - 0.6); alta (0.61 - 0.8); e muito alta (0.81 - 1). As análises espaciais foram realizadas no software QGIS^® 3.10. Os pontos de ocorrência da espécie representaram 45% do modelo gerado, seguidos pelos fatores paisagísticos, principalmente a forma dos fragmentos (17,69% do modelo). Nas áreas verdes urbanas selecionadas, 995,15 ha corresponderam à classe de alta vulnerabilidade e 839,54 ha à classe de vulnerabilidade moderada à invasão pela espécie. As regiões oeste, sul e norte da cidade são as mais vulneráveis, e também as mais urbanizadas. O Parque Passaúna é a área verde mais suscetível à invasão pela espécie principalmente devido à forma irregular, mais propensa ao efeito de borda. Curitiba tem uma alta vulnerabilidade à invasão biológica por Hovenia dulcis em suas áreas verdes, principalmente naquelas localizadas em regiões mais urbanizadas.

Palavras-chave: Distribuição geográfica; Espécies exóticas invasoras; Floresta urbana