1. Apresentam-se situações problemáticas abertas (com o objetivo de que os alunos possam tomar decisões para precisá-las) de um nível de dificuldade adequado (correspondente a sua zona de desenvolvimento proximal); |
2. Propõe-se uma reflexão sobre o possível interesse das situações propostas que dê sentido ao seu estudo (considerando a sua relação com o programa geral de trabalho adotado, as possíveis implicações CTSA...); Presta-se atenção, em geral, em potencializar atitudes positivas e que o trabalho se realize num clima próximo ao que é a investigação coletiva (situações em que as opiniões, interesses etc. de cada indivíduo contam), e não num clima de submetimento de tarefas impostas por um professor/"capataz". Procura-se evitar toda discriminação (por razões étnicas e sociais...) e, em particular, o uso de uma linguagem sexista, transmissora de expectativas negativas para as mulheres; |
3. Propõe-se uma análise qualitativa, significativa, que ajude a compreender e a balizar as situações propostas (à luz dos conhecimentos disponíveis, do interesse do problema etc.) e a formular perguntas operativas sobre o que se procura; Mostra-se, por outra parte, o papel essencial da matemática como instrumento de investigação, que intervém desde a formulação de problemas até a análise dos resultados, sem cair em operativismos cegos; |
4. Propõe-se a emissão de hipóteses, fundamentadas nos conhecimentos disponíveis, suscetíveis de orientar o tratamento das situações e de tornar explícitas, funcionalmente, as pré-concepções. Presta-se atenção às pré-concepções (que, insistimos, devem ser contempladas como hipóteses). Presta-se atenção à atualização dos conhecimentos que constituem pré-requisitos para o estudo empreendido; |
5. Propõe-se a elaboração de estratégias (no plural), incluindo desenhos experimentais.Presta-se atenção à atividade prática em si mesma (montagens, medidas...) dando à dimensão tecnológica o papel que lhe corresponde neste processo; Incentiva-se, quando possível, a incorporação da tecnologia atual aos desenhos experimentais (eletrônica, informática etc.), com o objetivo de favorecer uma visão mais correta da atividade técnico-científica contemporânea. |
6. Propõe-se a análise profunda dos resultados (sua interpretação física, confiabilidade etc.) à luz do corpo de conhecimentos disponíveis, das hipóteses consideradas e dos resultados das outras equipes. Propõe-se uma reflexão sobre os possíveis conflitos entre alguns resultados e as concepções iniciais, favorecendo a "autorregulação" dos trabalhos dos alunos; Propicia-se que os estudantes comparem a sua evolução conceitual e metodológica com a experimentada historicamente pela comunidade científica. |
7. Propõe-se a consideração de possíveis perspectivas (redelineamento do estudo a outro nível de complexidade, problemas derivados...). Considerando-se, em particular, as implicações CTSA do estudo realizado (possíveis aplicações, repercussões negativas, tomadas de decisões...). Pede-se a elaboração de "produtos" (protótipos, coleções de objetos, cartazes...) pondo em ênfase a estreita relação ciência-tecnologia; |
8. Pede-se um esforço de integração que considere a contribuição do estudo realizado à construção de um corpo coerente de conhecimentos, as possíveis implicações em outros campos etc. Pede-se algum trabalho de construção de sínteses, mapas conceituais etc., que ponha em relação conhecimentos diversos; |
9. Presta-se atenção à comunicação como aspecto essencial da atividade científica. Propõe-se a elaboração de memórias científicas do trabalho realizado. Pede-se a leitura e comentário crítico de textos científicos. Presta-se atenção à verbalização, solicitando comentários significativos que evitem o operativismo mudo; |
10. Potencializa-se a dimensão coletiva do trabalho científico organizando-se equipes de trabalho e facilitando a interação entre as equipes e a comunidade científica (representada, na classe, pelo resto das equipes, o corpo de conhecimentos já construídos, os textos, o professor como "perito"...). Faz-se ver, em particular, que os resultados de uma só pessoa ou de uma só equipe não bastam para verificar ou falsear uma hipótese. |
Contempla-se (e utiliza-se) o corpo de conhecimentos disponíveis como a consolidação do trabalho realizado pela comunidade científica e a expressão do consenso, nem sempre alcançado. |