Um questionamento de muitos alunos é "se eu quero ser advogado, se eu quero ser artista, qual é a lógica eu seguir uma grade curricular pré-estabelecida com conteúdos que não vão me interessar e que não vão ser úteis para o dia-a-dia do meu trabalho?" Mas uma coisa que eu acho fundamental é esse desenvolvimento de senso crítico gerado pela ciência. Independente do aluno depois não ter nenhum contato com a carreira tecnológica, todo esse choque de realidade, dessa contra intuição, dessa ideia do quê é ciência, do quê é questionar, do quê é pesquisar. Eu acho que isso tudo é muito produtivo para a formação do cidadão.
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[...] Ainda assim, de forma qualitativa, é possível dar uma noção de como a natureza se comporta. Então você se preocupa em falar como ocorreu historicamente e qualitativamente como é o comportamento.
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Utilizar um vídeo didático, um simulador de experimento. É claro que fica aquela coisa 'acredita em mim, no que eu estou dizendo e que o simulador esta mostrando'. Mas, enfim, você vai tentar incentivar o aluno a correr atrás de mais coisas. Eu acho que o caráter qualitativo é ótimo, pelo menos pelos objetivos que eu entendo da quântica no ensino médio. Eu acho que eles são acessíveis para os alunos do ensino médio. [...]. Dependendo da resistência de cada aluno, com documentário, com simulador, com um experimento se tiver a infraestrutura. Um recurso que é muito comum pelo menos para partícula-onda, por exemplo, é aquele filme que a professora tem: um filmezinho impresso com riscos pretos e um laser. Então mesmo com pouca estrutura até dá para fazer alguns experimentos para começar a mostrar para os alunos que algumas coisas acontecem e que não estão no dia-a-dia dele.
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Bom, acho que a primeira dificuldade vai ser a tentativa de associar aquele conhecimento a própria realidade do dia-a-dia. [...] Então, eu acho que a tentativa dele trazer aquilo para o mundo real e de perceber que a bola não tem um comportamento quântico, que a pessoa passando pela porta não tem comportamento quântico, e que ele está sendo levado a acreditar porque eu estou falando que para pequenas dimensões esses comportamentos aparecem. Então, acho que uma das principais dificuldades [...] é essa distorção da realidade. É ele perceber que aquilo que eu estou falando não condiz nada do dia-a-dia dele [...] Bom, querendo ou não isso vai acabar batendo um pouco até em física I, quando ele tiver contado com mecânica, quando ele perceber que a cadeira sem exercer força ela vai parar, por questão de atrito e tudo. Mas, intuitivamente a força está associada ao movimento e não a aceleração né? Então, eu acho que em quântica essa quebra de paradigma é muito maior, porque ele não tem como experimentar mesmo no dia-a-dia dele aquilo. Então, eu acho que uma das principais dificuldades é essa, é o aluno querer transpor para a realidade dele e não conseguir.
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SD03 SD04 |
A matematização é um pouco complicada. Eu não sei se faz sentido usar tempo de aula que poderia ser aplicado nessa lógica mais qualitativa. Então, ao invés de fazer discussões das opiniões dos alunos com relação a como ocorre à dualidade partícula-onda e o que ela realmente é, eu teria que usar tempo de aula para apresentar esse formalismo e tentar resolver em contas, o que eu tenho a impressão de que a maior parte dos alunos irá resolver operacionalmente, mas não teria muita noção do que é aquilo. Você vai dar uma noção do que aquilo significa. Então eu não sei se a profundidade que você vai alcançar no ensino médio é suficiente para justificar você usar. Então eu acabaria me preocupando muito mais em qualitativo, em interpretação, na questão conceitual do que o formalismo matemático..
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SC01 SC08 |
É claro que tem a questão do aluno acabar vivenciando o cotidiano dele, ver raio X, ver célula fotovoltaica, e talvez seja legal ele ter uma associação disso com a sala de aula. Eu acho que é uma das coisas mais legais ele ter contato com a possibilidade dessa quebra de paradigma que a ciência proporciona, por ser algo que não tá tentando ser dogmático. Por ser algo que tem na sua estrutura. Acho que é muito legal para gerar esse choque de realidade.
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Sim, me sinto preparado para ensinar física quântica. Eu estudei bastante, pesquisei bastante sobre, discuti bastante sobre, tive a oportunidade de ter as minhas ideias confrontadas com pessoas que tem opiniões diferentes. Esse último ponto que eu acabei de falar ele é legal porque eventualmente os alunos poderão ter ideias diferentes e na experiência que eu tive, eu vi o professor tratando de quatro opiniões diferentes na semana de aula, sendo administradas e tiveram seu espaço. Eu me sinto confortável de tratar esses conteúdos, porque eu li bastante, eu me sinto confortável para entender as opiniões diferentes, para entender as formas de interpretar a quântica, como também para introduzir o conteúdo. Eu tive que tomar bastante cuidado na disciplina para escrever meus relatórios, para me preparar para as discussões, a questão não é saber, mas de se sentir confortável mesmo. Eventualmente posso cometer erros, falar alguma besteira, mas não será por falta de preparo, é porque acontece mesmo.
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SP01 |
O efeito fotoelétrico no simulador. Eles testarem frequências diferentes e começar associar frequência e energia: 'esse daqui com mais energia conseguiu arrancar um elétron e esse com menos já não tinha energia suficiente. Mas aí se eu boto vários de uma energia menor não dá certo'. Então começar a fazer esses links e isso é legal para quando se trabalha no simulador o aluno acaba tendo esse contato né, ele pode testar e tal.
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Eu acho melhor que o aluno tenha esse contato mesmo que superficial da mecânica quântica, do que nenhum. Alguns podem dizer que não, mas eu acredito que sim, que deve ter algum contato mesmo que seja bem introdutório. O primeiro contato é importante e pode chegar a despertar uma curiosidade.
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SP04 SP06 |