Resumo:
A falta de integração acadêmica e social tem sido considerada importante para explicar as razões institucionais que produzem evasão. Neste artigo, investigamos as relações entre a integração dos estudantes do Instituto de Física da Universidade de Brasília e sua origem social. Um instrumento baseado no modelo de Tinto foi elaborado e aplicado a uma amostra representativa do corpo discente (n = 160). A evidência indica que: (1) entre os ingressantes, a ocorrência de motivação para a docência é independente da motivação para pesquisa; (2) os estudantes intelectualmente mais confiantes são os mesmos que reportam um convívio mais regular e agradável com os colegas; (3) os estudantes de periferia tendem a ser menos integrados social e academicamente, ainda que não existam diferenças motivacionais significativas entre eles e os estudantes mais privilegiados ao ingressar no curso. Em conjunto, os resultados recomendam um olhar mais sensível aos desdobramentos das diferenças sociais sobre as relações humanas nos Institutos de Física.
Palavras-chave:
Evasão escolar; Ensino superior; Classe social; Problemas socioeducacionais