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Cidades Frágeis: uma Perspectiva Crítica sobre o Repertório de Novas Intervenções Humanitárias Urbanas

Resumo

No final da década de 1990, pesquisadores envolvidos no debate sobre as novas guerras introduziram a discussão sobre a dimensão urbana dos conflitos contemporâneos na disciplina das Relações Internacionais. O debate inovador sobre a fragilidade urbana é uma das muitas linhas de pesquisa que emergem entre as análises sobre a relação entre cidades e conflitos contemporâneos. Este artigo procura demonstrar que o conceito de “cidade frágil” oferece um novo e relevante quadro analítico para a compreensão da violência e desigualdade urbana contemporânea. Argumenta-se que esse mesmo conceito pode, ainda, funcionar de maneira instrumental para tornar as cidades frágeis o novo local do humanitarismo internacional. A noção de cidade frágil emerge para descrever novas situações de emergência mais intimamente ligadas aos contextos urbanos do que à dinâmica nacional, conforme descrito anteriormente na literatura sobre estados frágeis. O conceito de cidade frágil é uma ferramenta inovadora para entender as conseqüências humanas da desigualdade em ambientes urbanos, mas também pode ser usado como um veículo retórico para a reprodução de dinâmicas antigas e para a inauguração de novas práticas de intervenção em áreas urbanas que anteriormente eram inacessíveis à ação humanitária, especialmente em cidades da América Latina.

Palavras-chave
Cidades Frágeis; Estados Frágeis; Ajuda Humanitária; Novas e Velhas Guerras; Novo Humanitarianismo

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