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Cooperação Sul-Sul através das lentes dos burocratas: transferências de políticas periféricas

Resumo

Como o Brasil chega às manchetes internacionais com sua nova postura oficial contra os direitos humanos e a proteção ambiental, dificilmente se pode imaginar que o país estivesse, em algum momento, engajado na cooperação em direitos humanos no Sul Global. A maioria destes projetos estava fora do radar da mídia, pois eram iniciativas de baixo orçamento, desenvolvidas em países pequenos e pobres. Pode-se razoavelmente perguntar: por que se envolver em projetos pequenos e de baixo perfil sobre temas marginalizados nas periferias do Sul Global? Este artigo aborda esta questão apresentando dados e testemunhos de indivíduos que trabalham em duas dessas experiências, a saber: a cooperação do Brasil com o Haiti para a promoção dos direitos das pessoas com deficiência; e a cooperação do Brasil com El Salvador para a proteção das crianças contra a violência e o abuso. Este artigo sugerirá que a resposta à questão da pesquisa proposta se encontra nas ricas experiências que estes projetos trouxeram aos burocratas que, em seus próprios contextos domésticos, estavam lutando para garantir um lugar para suas questões políticas na agenda.

Palavras-chave
Cooperação Sul-Sul; Direitos humanos; Transferência de políticas; Brasil; Haiti; El Salvador

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