Resumo
A pesquisa investiga a maneira através da qual Hans Morgenthau estudou e discutiu as Nações Unidas como uma organização, principalmente em seus primeiros vinte anos. Aproveitando a influência de Carl Schmitt e Hans Kelsen e seu próprio desapontamento com a Liga das Nações, ele critica fortemente a ONU. O autor considera que a organização propõe princípios grandiosos, mas abriga uma diplomacia de estilo antigo. Após estabelecer uma comparação sucinta com Raymond Aron, o artigo evidencia as razões das críticas de Morgenthau, incluindo algumas características permanentes do realismo, tais como o foco em grandes potências, a atribuição limitada de agência a outros atores e a ênfase na segurança em detrimento de atividades cooperativas. Sublinha como Morgenthau rejeitou as Nações Unidas como base para a construção de um Estado mundial. Argumenta, por fim, que o realismo de Morgenthau salienta as fragilidades das Nações Unidas, mas não consegue explicar o porquê de os Estados insistirem em atuar por mecanismos multilaterais.
Palavras-chave
Nações Unidas; organização internacional; Conselho de Segurança; Hans Morgenthau; Assembleia Geral