A proposta da Área de Livre Comércio das Américas (ALCA), lançada por George Bush (pai), e seu novo impulso, dado por Clinton, foram recebidos com muita cautela no Brasil. A partir de 1990, o governo Collor de Mello, diante do esgotamento do modelo de desenvolvimento interno baseado na substituição de importações, pleiteou uma recomposição da política externa adaptada ao novo projeto. Desse modo, iniciou-se a abertura paulatina do mercado interno, acompanhada de um incremento nas importações superior ao das exportações. Nesse contexto, o Brasil propôs a liberalização do comércio internacional em bases recíprocas. No presente trabalho, e tendo como marco de referência o projeto ALCA, identificam-se no Brasil posturas favoráveis e contrárias ao mesmo, que resumem os inúmeros debates em torno da melhor forma de se defender os interesses nacionais brasileiros: privilegiar a ALCA ou o Mercosul?; a negociação via acordos bilaterais ou conjunta com os sócios do Mercosul, via Acordos 4+1?; o recomeço do Mercosul e a concretização de acordos com a União Européia ou a busca de novas parcerias (associações) no sistema internacional? Em seguida, consideram-se as posições assumidas pelas administrações de Fernando Collor de Mello, Itamar Franco e Fernando Henrique Cardoso. Por último, analisa-se a atitude assumida pelo governo de Luiz Inácio Lula da Silva diante do projeto de integração continental em seus primeiros onze meses de governo (janeiro-dezembro de 2003).
Política Externa Brasileira; Integração; ALCA; Mercosul