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Migração e Trabalho Sexual por uma Perspectiva de Gênero

Resumo

As trajetórias de migração e prostituição estão embebidas em representações de corpo, gênero, sexo e sexualidade. Este artigo procura entender a articulação entre migração e trabalho sexual pelas lentes do gênero. Para este fim, este artigo conta com uma abordagem tipológica que objetiva clarear os caminhos no debate destas questões de prostituição, tráfico sexual e migração de trabalhadores sexuais. Explora a contribuição teórica cruzada, bem como as limitações conceituais das perspectivas feministas radicais, liberais, pós-coloniais, críticas e pós-modernas sobre as questões da prostituição, mobilidade dos profissionais do sexo e tráfico sexual. Dá especial atenção às contribuições da leitura feminista pós-moderna, especialmente destacando como ela desafiou as teorias feministas convencionais, até então baseadas em estruturas dualistas. De fato, a abordagem feminista pós-moderna se posiciona contra as dicotomias simplistas como Primeiro/Terceiro Mundo, passividade/agência, vulnerabilidade/empoderamento, inocência/consciência, tráfico sexual/prostituição voluntária ou ‘vítima traficada’/’trabalhador do sexo autônomo.’ Como tal, o feminismo pós-moderno rompe todas as demarcações fixas e formas homogêneas de categorização nas quais as teorias feministas dominantes foram baseadas, permitindo assim o surgimento de novas práticas de subjetividade, bem como novas formas de identidades flexíveis.

Palavras-chave
Migração; Trabalho Sexual; Tráfico Sexual; Gênero; Feminismo Pós-moderno

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