Resumo
A ideia de que homens e mulheres abordam a resolução de conflitos de forma diferente constitui a espinha dorsal da agenda internacional sobre Mulheres, Paz e Segurança (MPS) e é apoiada por um crescente corpo de estudos em relações internacionais. No entanto, o papel das mulheres que representam grupos insurgentes nas negociações de paz continua pouco estudado, dada a aparição relativamente rara de tais mulheres em processos de paz. O presente estudo examina como homens e mulheres da equipe de negociação das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC) se envolveram em um discurso público no Twitter que culminou em um referendo sobre os acordos de paz em 2016. Usando uma abordagem de métodos mistos que inclui análise computacional e uma leitura atenta das postagens nas redes sociais, demonstro que as mulheres na equipe de negociação das FARC foram mais usuárias das redes sociais do que os homens e que ofereceram uma contribuição distinta ao discurso sobre a paz, centrando a relevância do gênero e promovendo questões como a necessidade de abordar os direitos LGBTI.
Palavras-chave
gênero; gestão de conflitos; mídia social; Colômbia; construção da paz.