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Drones, Guerra e a Desconstrução do Inimigo

Resumo

Com base nos referenciais teóricos de Carl Schmitt (hostis e inimicus), Giorgio Agamben (campo e homo sacer) e Grégoire Chamayou (Estados caçadores e Kill Boxes), bem como na lente teórica do pós-estruturalismo nas Relações Internacionais, este artigo tem como objetivo analisar o uso de drones, especialmente veículos aéreos de combate não tripulados (UCAVs), na guerra contra o terrorismo liderada pelos Estados Unidos da América. Nesse contexto, procuramos demonstrar como o uso de drones afetou a lógica dos atuais cenários de guerra em três aspectos diferentes, mas relacionados. Em primeiro lugar (primeiro ato), o uso de drones impossibilita a construção da alteridade política do inimigo, inviabilizando a construção da identidade. Então (ato dois), este artigo demonstra como há uma tentativa de mover o inimigo para a externalidade da Comunidade Internacional, relegando o status de seu oponente ao banimento e marginalização. Por fim (ato três), os autores analisam o papel das caixas matadoras e como a solução dada por esses fenômenos subverte as noções tradicionais de soberania, desafiando a própria razão de ser da política.

Palavras-chave
drones; guerra; terrorismo; inimigo; soberania.

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