Resumo
Neste trabalho, analisamos a política externa brasileira com especial atenção para a transição entre Americanismo e Globalismo no começo dos anos 1960. O artigo argumenta que essa mudança ocorreu em meio a uma crise de segurança ontológica. Os diplomatas tradicionais apoiavam o Americanismo, enquanto alguns intelectuais e políticos propuseram o Neutralismo, um discurso de política externa alternativo. Eles sustentavam narrativas diferentes da identidade do Brasil, seja como um país ocidental ou como uma ponte entre os países em desenvolvimento e o Ocidente. Argumentamos que os diplomatas conseguiram resolver essa situação crítica e retomar o controle sobre a formulação e a implementação da política externa. Eles fizeram isso desativando partes do Neutralismo e criando o Globalismo, o qual se tornaria o novo discurso de política externa hegemônico.
Palavras-chave
Política externa brasileira; Segurança ontológica; Análise do discurso; Narrativa biográfica; Americanismo