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Sobre a universalidade de um conceito: Existe uma financeirização da vida cotidiana na França?

Resumo:

Tomando como referência o caso francês, este artigo propõe colocar à prova a noção de financeirização da vida cotidiana, expressão que não descreve com perfeição as transformações nas formas de gestão do dinheiro experimentadas pelos lares franceses os quais, comparativamente aos lares de outros países desenvolvidos, mantêm seu dinheiro à distância dos mercados financeiros, da mesma forma como o sistema bancário varejista francês, constituído nos anos 1960, foi projetado para “desfinancializar”, e que o estado de bem-estar francês se mantém na posição de protetor. A economia francesa, no entanto, se encontra profundamente financeirizada, o que gera instabilidade no emprego e na renda. Sob esse ângulo, as autoridades públicas abordam o problema adotando políticas cada vez mais focadas no dinheiro doméstico. Espera-se que o serviço social não seja apenas um intermediário entre os indivíduos e os direitos sociais legais, mas que ajude os lares a administrarem seus compromissos com as instituições comerciais. Isso nos leva a afirmar que a intervenção pública tornou-se monetarizada.

Palavras-chave:
Financeirização da vida cotidiana; França; Economia doméstica; Serviço social; Crédito

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