Resumo:
O objetivo deste artigo é investigar como seis viajantes do século 19 e início do século 20, por meio dos seus relatos de viagens, descrevem a prática comercial dos ciganos do Brasil e, de forma etnocêntrica, a relacionaram a estereótipos como o roubo. O percurso metodológico desta pesquisa foi de cunho quanti-qualitativo, a partir de uma análise documental e bibliográfica. Nos resultados, constatou-se a recorrência de temas como: comércio, aparência, linguagem, nomadismo, roubo, religião, práticas culturais, educação e origens, estando o comércio ligado diretamente ao roubo em uma tentativa de desqualificar o sujeito quando comparado à cultura de quem os observou. Constata-se que, já nos séculos 19 e 20, estereótipos que hoje são recorrentes, foram amplamente usados e divulgados pelos viajantes, o que nos remete a identificarmos a importância desta fonte histórica para a divulgação e a construção de olhares etnocêntricos e estereotipados.
Palavras-chave:
Ciganos; Viajantes; Representações; Séculos 19 e 20