Resumo:
O presente artigo tem por objetivo refletir sobre as estratégias de resistência das estudantes negras na pós-graduação a partir das experiências dos autores do artigo, enquanto orientador e orientanda. Parte-se da análise dos efeitos da circulação internacional da rede de conceitos relacionados à interseccionalidade em seus efeitos de apropriação politicamente neutralizante e da destituição intelectual da centralidade da experiência negra. No que pese a teoria feminista ter incorporado a interseccionalidade, frequentemente opera uma supressão intelectual da centralidade das experiências de mulheres negras para a constituição de um ponto de vista autodefinido. Para se contrapor a esse efeito neutralizante da circulação internacional do conceito, se analisa aqui como o conceito tem sido traduzido e experimentado por pós-graduandas negras enquanto encruzilhada – categoria da religiosidade de matriz africana.
Palavras-chave:
Pensamento feminista negro; Interseccionalidade; Teoria feminista; Encruzilhada